Ao submeter ao plenário do STF a decisão sobre o pedido de liberdade de Antônio Palocci, o ministro Edson Fachin sinaliza insatisfação com as recentes decisões de alguns de seus colegas da Segunda Turma, que determinaram a soltura de “figurões da Lava Jato”, entre eles o ex-ministro José Dirceu. Além do ex-ministro petista a Segunda Turma já havia concedido liberdade para Eike Batista, José Carlos Bumlai e João Genu.
A atitude de Fachin, além de constranger os ministros Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, retira dos mesmos o poder que teriam de libertar Palocci, e uma decisão do plenário contrária ao pedido de liberdade pode, segundo integrantes da força-tarefa da Lava Jato, levar o MPF a solicitar uma revisão das decisões anteriores da Segunda Turma, baseada num entendimento de todo o colegiado sobre critérios referentes a prisão preventiva.
Para membros da força-tarefa da operação Lava-Jato as recentes liberdades concedidas pela Segunda Turma, jogam por terra anos de trabalho da operação e contribuem para inibir Antonio Palocci de fechar um suposto acordo de delação, como foi insinuado pelo mesmo em seu último depoimento ao juiz Sérgio Moro.
A decisão do relator dos processos referentes a Lava Jato, no STF, conta com o apoio da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, e pode, dependendo de seu desfecho , lançar Lewandowski , Toffoli e Mendes numa irreversível “maré de humilhação”, e identificá-los como parciais, mal intencionados e contrários ao sucesso da maior operação anticorrupção da história política do país.
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Publicitário, radialista, poeta e escritor. Carioca, radicado em Alagoas desde 2002, trabalhou em diversas campanhas eleitorais no estado. Foi diretor da Organização Arnon de Melo (OAM) e do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP). CEO - Press Comunicações Diretor/Editor - Revista Painel Alagoas Editor - Coluna Etcetera (impressa e digital)