Dólar com. 5.0153
IBovespa 0.58
29 de março de 2024
min. 23º máx. 32º Maceió
chuva rápida
Agora no Painel Caixa termina de pagar parcela de março do novo Bolsa Família
23/07/2018 às 12h30

Cultura

Vitrine de Paraty, Flip pode atrair até 20 mil pessoas para a cidade

Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Festa Literária Internacional de Paraty  (Flip) começa na quarta-feira (25), e, pela 16ª vez, a cidade vai ver seus restaurantes, hotéis e ruas cheias de leitores, escritores, críticos literários e outros trabalhadores da indústria do livro. Se o calendário da cidade já inclui festas que atraem mais público ou mais dinheiro que a Flip, nenhuma gera tanta divulgação para a cidade litorânea do sul fluminense, onde o turismo ocupa uma fatia de 70% a 80% da economia. 

O prefeito da cidade, Casé Miranda, acredita que mesmo que o Festival da Cachaça ou a Festa do Divino concentrem mais visitantes, não há como comparar a divulgação que a festa literária produz."A gente tem muito a agradecer por essa visibilidade. Isso também é uma questão econômica, uma mídia espontânea que a gente não tem nem como mensurar o tamanho do valor", diz o prefeito, ao lembrar que a cidade tem mais de um século de tradição na realização de eventos. "A Flip veio ser a joia da coroa. É um evento importante, de grande visibilidade nacional e até fora do Brasil e veio para melhorar a qualidade de todos os eventos em Paraty".

Para 2018, a expectativa de Paraty é que entre 15 e 20 mil pessoas visitem a cidade para participar da festa. O Festival da Cachaça, que ocorre este ano entre 16 e 19 de agosto, chega a concentrar o dobro disso, segundo o prefeito, mas o perfil do turista que chega com a Flip é de um poder aquisitivo muito maior.

Presidente do pólo gastronômico da cidade, Edson Moura conta que a expectativa do setor é dobrar seu faturamento normal nos dias da Flip. Dono de um restaurante no centro histórico, o empresário vai pagar horas extras a seus profissionais para estender o horário e reforçar a equipe para atender à demanda.

"O público do Festival da Cachaça é mais regional, das cidades vizinhas como Angra e Ubatuba. É um público que vem para beber a cachaça e ir embora. O público da Flip vem para usufruir de toda a oferta turística de Paraty".

Neste ano, o restaurante de Edson, o Moura Empório, vai fazer parte de um circuito gastronômico e literário, em que o cardápio incluirá pratos típicos de outras nacionalidades acompanhados de obras de autores desses países. Ele conta que os restaurantes estão se organizando para atrair o público no contexto de economia desaquecida e crise.

"Estamos pensando em promoções e praticamente não houve aumento de preço. Outro meio que estamos buscando é fazer parcerias com a secretarias de cultura e de turismo".

Há alguns anos, a movimentação trazida pela Flip gerou uma programação paralela que toma conta de casarões de Paraty com discussões e festas que passaram a ser conhecidas como Off-Flip. Em 2018, parte dessa programação é considerada parceira do evento, que terá um número recorde de espaços alternativos de discussão da literatura. A curadora da Flip, Josélia Aguiar, conta que o recorde de 20 casas parceiras é positivo e que muitas vezes os assuntos das mesas principais ganham desdobramentos interessante nos palcos alternativos.

"O crescimento dessas casas parcerias potencializa muito a Flip. Quanto mais casas parceiras e programações, melhor, porque a Flip acaba se transformando em um grande happening [acontecimento]. Um lugar onde todo mundo vai querer estar".

A visibilidade que a Flip atrai também é uma oportunidade para que reivindicações sociais busquem espaço. Integrante do grupo caiçara Trindade Vive e do Movimento Jovem Bom é Jovem Vivo, Davi Paiva participou do Ocupa Flip, há dois anos, quando uma manifestação percorreu ruas da cidade e cartazes foram expostos no Centro Histórico para denunciar episódios de violência e o homicídio.

Neste ano, o grupo busca uma forma de pautar a discussão da segurança pública na cidade e fez um levantamento de homicídios que aponta um crescimento de 130% nos últimos dez anos. Desde 2014, a cidade de 40 mil habitantes teve em média 30 homicídios por ano e, grande parte das vítimas são jovens de 18 a 29 anos.

"É um problema que era mais localizado em dois bairros e hoje a gente vê ocorrendo também nas comunidades tradicionais", conta Davi, que pede atenção das autoridades para a segurança em Paraty. "Nossa expectativa é meio decepcionante, porque é tentar de alguma forma mostrar um pouco do que está acontecendo em Paraty".

A segurança também está no radar da prefeitura, e Casé Miranda afirma que vem conversando com o comandante do Batalhão de Polícia Militar da área e com o delegado titular da Delegacia de Polícia Civil. Neste ano, guardas municipais devem policiar o centro histórico de moto para melhorar a movimentação nas ruas da cidade, que tem um calçamento de pedra bastante irregular.


Fonte: Agência Brasil

Todos os direitos reservados
- 2009-2024 Press Comunicações S/S
Tel: (82) 3313-7566
[email protected]