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16/07/2018 às 09h24

Geral

A arte nos bastidores do Teatro Scala

Da ambientação aos figurinos, os laboratórios guardam ainda obras-primas que permitiram que músicos, cantores de ópera e bailarinos levassem o público para mundos distantes e fantásticos

Reprodução

Dora Nunes, direto de Milão

A visita aos laboratórios onde são realizadas as montagens do Teatro alla Scala de Milão é uma experiência única, na qual é possivel presenciar toda a magia de uma obra teatral no sentido mais completo. Em uma estrutura de 20.000 metros quadrados divididos em três pavilhões que levam nomes de famosos italianos ligados ao teatro: Visconti (diretor Luchino Visconti); Benois (cenógrafo Nicola Benois) e Caramba ( figurinista Luigi Sapelli, que adotou o nome artístico Caramba), se encontram todos os elementos de cena, construídos manual e minuciosamente em um templo destinado à excelência da quinta arte. 

A visita guiada aos pavilhões é feita ao longo de passarelas, permite apreciar a arte por trás dos bastidores e descobrir todas as fases de um espetáculo. Durante o trajeto se pode assistir ao trabalho diário de mais de 150 operários, entre eles carpinteiros, ferreiros, além de técnicos, escultores, cenógrafos, costureiras e figurinistas. 

Da ambientação aos figurinos, os laboratórios guardam ainda obras-primas que permitiram que músicos, cantores de ópera e bailarinos levassem o público para mundos distantes e fantásticos. São armazenados mais de 60 mil trajes, objetos e mobiliário de grandes obras encenadas. Nos pavilhões também se realizam ensaios de coros e de direção de espetáculos teatrais em um palco de 780 m2, a exemplo daquele do Teatro alla Scala. O teatro milanês é um dos últimos do mundo, senão o último, que não tercerizou ou mecanizou suas produções de três e até quatro obras ao ano. 

Por falta de espaço, a administração decidiu vender espetáculos completos para outros teatros no mundo, desde roupas até simples instrumentos usados na cenografia como talheres e abajurs, tudo feito artesanalmente nos seus laboratórios. A venda mais famosa foi a Ópera Aída, de Franco Zefirelli, em 2014, ao Astana Opera Theatre no Cazaquistão, por um valor não declarado , mas jornais dizem que ultrapassam alguns milhões de euros. 

Os Pavilhões Benois, Caramba e Visconti 

Benois - É onde trabalham artistas e desenhistas da Academia de Brera e designers do próprio Teatro alla Scala. Esses artistas produzem magnificos painéis que apresentam com precisão e maestria fachadas e interiores de palácios. Para a realização de cada painel, os desenhistas e pintores usam lápis de bambu, pincéis e outros instrumentos que chegam a medir 3m de altura para que possam trabalhar de pé, enquanto caminham sobre as imensas telas. No percurso da visita se encontram também reproduções cenográficas que fazem uma floresta ou uma fachada parecerem mais reais do que a real, por exemplo. É neste pavilhão que se produz também todas as peças que compõem os cenários, como móveis, peças de decoração, etc. 

Caramba – Aqui se podem ver algumas das roupas que foram feitas para artistas famosos em clássicos inesquecí­veis do histórico teatro italiano. Os figurinistas e seus ajudantes participam desde a criação dos modelos, desenho dos figurinos até a finalização dos mesmos, passando por todas as fases com procedimentos artesanais. Em uma estação teatral são produzidos de 800 a 1000 novos figurinos e cerca de 1500 daqueles que estão armazenados são reaproveitados e adaptados sob medida para os artistas. É este o pavilhão da alfaiataria e da loja de fantasias que ocupam uma área de 1400 m² que abriga 1400 guarda-roupas nos quais cerca de 60 mil fantasias são guardadas, pertecentes a mais de 280 diferentes espetáculos, desde 1911. Cada figurino, antes de ser reutilizado, passa pela lavanderia dentro do proprio armazém. Ao final de cada estação, antes de serem armazenados todo os figurinos são lavados e passados. 

Visconti - Com área de 1200 m², esse pavilhão é dedicado às salas de práticas de coral e também onde se montam alguns elementos de cenografia em um espaço cênico idêntico àquele do Teatro alla Scala, que permite aos diretores ensaiar e dimensionar os movimentos que serão reproduzidos em cena. É disponível também para eventos privados. Localizados em uma área bastante cult de Milão - a Via Tortona - onde acontecem os mais importantes eventos externos das semanas de móveis e de moda. Nesse cenário sugestivo serve de palco para eventos estudados e personalizados para intelectuais e modernos da cidade. 

Serviço

Via Bergognone, 34 - 20100 Milano Horário: das 9 às 12 e das 14 às 16hs.

Preços: Depende do numero de visitantes, mas o individual custa 10 euros. 


Fonte: Painel Alagoas

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