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08/08/2017 às 20h25

Política

Operação Correlatos: Rozangela Wyszomirska afirma não saber de irregularidades

Rozangela Wyszomirska - Arquivo/Agência Alagoas

A ex-secretária de Saúde do Estado de Alagoas, Rozangela Wyszomirska, falou com a imprensa na tarde desta terça-feira (8) após ser conduzida coercitivamente para depor na Polícia Federal. Ela garantiu sua inocência e afirmou que não cometeu irregularidades enquanto estava no cargo. 

Rozangela Wyszomirska é uma das investigadas por suposto desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), através da contratação de empresas sem licitação. Atualmente, a ex-secretária é reitora da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e se colocou a disposição das autoridades para qualquer esclarecimentos necessários, autorizando a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal.

Durante a coletiva, Rozangela não respondeu as perguntas dos jornalistas sobre a operação da Polícia Federal e apenas afirmou que era inocente. 

Operação Correlatos

A Polícia Federal e a Controladoria Geral da União deflagraram na manhã desta terça-feira (8), a operação denominada CORRELATOS. O objetivo da ação é apurar notícia de fatos supostamente criminosos ocorridos na Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas nos idos de 2015 e 2016. A investigação tem como escopo apurar um suposto esquema milionário de fraudes em licitações, com recursos do Sistema Único de Saúde – SUS, perpetrado mediante a contratação de empresas por dispensas indevidas de licitação, fundadas no valor ou em situações emergenciais.

Suspeita-se que o esquema consista em fracionar ilegalmente as aquisições de mercadorias e contratações de serviços, de modo que cada aquisição/contratação tenha o valor menor ou igual a R$ 8.000,00, no intuito de burlar o regime licitatório. A partir daí, escolhem-se as empresas a serem contratadas e montam-se os processos com pesquisas de preços de mercado simuladas, com três propostas de preços de empresas pertencentes ao mesmo grupo operacional ou com documentos inidôneos. 

Segundo o que restou até aqui apurado, os atos praticados não se confundem com meras irregularidades administrativas ou inaptidões funcionais, observa-se, na verdade, um conluio entre o ente público e os licitantes. Quanto aos segundos, as análises dos quadros sociais das empresas evidenciam a parentela entre os mesmos, demonstrando que ali seria impossível haver qualquer tipo de competição. Quanto ao primeiro, são robustos os indícios de montagem de processos licitatórios, há vícios na escolha, ou seja, são simulacros de licitação.
As investigações apontam que os gestores da SESAU/AL não conseguiu prever que seria necessário comprar KIT’s sorológicos, bolsas para armazenamento de sangue, reagentes, cateteres venosos, seringas descartáveis e serviços de manutenção em equipamentos médico hospitalares, ou seja, não conseguiram licitar e adquirir de forma legal o que é mais básico numa unidade de saúde. No HEMOAL, foi necessário comprar emergencialmente bolsas para armazenar sangue.

Os levantamentos realizados a partir dos dados do Portal da Transparência do Estado indicam que a Secretaria de Estado da Saúde, no período de 2010 a 2016, apenas mediante dispensas de licitação, cujos valores individuais foram menores ou iguais a R$ 8.000,00, contratou a importância total de R$ 237.355.858,91.

Desse valor, o montante de R$ 172.729.294,03 foi custeado pela SESAU com recursos oriundos do SUS. 
Ao todo estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Maceió/AL, Arapiraca/AL, Recife/PE, Paulista/PE, Aracaju/SE e Brasília/DF – também estão sendo cumpridos 27 mandados de condução coercitiva expedidos em desfavor de funcionários públicos da secretaria de saúde do estado de Alagoas e empresários do ramo de produtos médico-hospitalares. 100 policiais federais e 10 auditores da CGU se encontram cumprindo as referidas medidas judiciais. 

As pessoas investigadas estão sendo conduzidas à Polícia Federal a fim de prestar declarações e poderão ser indiciadas nas sanções previstas nos tipos penais previstos nos artigos 89 (dispensar licitação fora das hipóteses previstas em lei) e 90 (fraudar, mediante ajuste, o caráter competitivo do procedimento licitatório) da Lei 8.666/93 e artigos 299 (falsidade ideológica) do Código Penal Brasileiro e artigo 2º da Lei 12.850/13 (constituir organização criminosa). As penas máximas previstas para tais delitos, somadas, podem chegar a 22 (vinte e dois) anos de prisão.

Sesau divulga nota

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) acompanha as investigações dos órgãos competentes e está à disposição para fornecer o que for necessário para o seu andamento. A Sesau ressalta que não compactua com qualquer tipo de ilicitude e que todas as medidas legais cabíveis serão tomadas caso se comprovem irregularidades.


Fonte: Redação com Ascom PF e Ascom Sesau

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