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09/10/2017 às 18h19

Política

Prefeitos e especialistas buscam saída para crise hídrica do Rio São Francisco

Foto: Divulgação

Com dados do pesquisador João Suassuana, um dos maiores especialistas do país, sobre a gravidade da baixa vazão do Rio São Francisco, os prefeitos de Alagoas e Sergipe acenderam o sinal vermelho para crise hídrica que se encontra a região. A convite do prefeito de Traipu, Eduardo Tavares, a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), reuniu prefeitos, especialistas e autoridades no assunto, nesta segunda-feira (09), para discutir estratégias e evitar o colapso total de água nas cidades banhadas pelo rio.

Em Alagoas 11 municípios são ribeirinhos e dependem diretamente do rio. Outros 40 estão incluídos na chamada “calha” porque também integram a bacia e dependem das águas do São Francisco para o abastecimento. No último dia 4, o Rio São Francisco completou 516 anos, mas pouco tem o que comemorar. Na sua descoberta o volume era de 11 mil m³ e hoje é de apenas 550 m³. Para o engenheiro João Suassuna, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, a situação é grave e se não tiver uma ação ágil e integrada desses municípios, o rio não vai chegar em lugar nenhum.

“Nós estamos passando por seis anos de seca consecutiva e a falta de gestão do recurso hídrico tem agravado e muito essa situação. Temos que partir primeiro para promover uma revitalização de toda Bacia do São Francisco e uma das iniciativas é cuidar do reflorestamento e da qualidade das águas para futuramente contar com volumes adequados e uma água de boa qualidade. Se não fizer isso agora, nós vamos contar com um Rio que está praticamente morto”, afirmou o especialista durante apresentação aos prefeitos. Ele acrescentou, em resposta aos questionamentos da reunião, que não existe uma solução mágica sem chuva e um plano de manejo adequado nos reservatórios.

O prefeito de Piaçabuçu, Djalma Breda, citou Luiz Gonzaga ao dizer que a situação está tão crítica que, aos poucos, o rio que antes batia no meio do mar está ficando totalmente salinizado. Em alguns povoados a população está bebendo água salgada. A situação não é muito diferente também em Pão de Açúcar, segundo o prefeito Flávio Almeida.

Para o presidente da AMA, Hugo Wanderley, o assunto não interessa apenas aos municípios ribeirinhos. “Muito importante essa iniciativa trazida através do prefeito Eduardo Tavares, que é um grande defensor do Rio São Francisco, um rio de fundamental importância econômica, social do Estado de Alagoas e que passa por uma situação alarmante. O governador Renan Filho, na comemoração dos 200 anos de Alagoas, fez um passeio pelo Rio, no qual eu pude estar presente. Nós podemos constatar a grave situação. Temos que, urgentemente, que tomar alguma atitude para manter a vitalidade desse Rio”, alertou o presidente.

Contrário à transposição do Rio São Francisco, o prefeito Eduardo Tavares, lembrou que luta pela revitalização há 20 anos. “A situação é muito grave. Precisamos de ajuda, precisamos de ouvir os técnicos e precisamos sobretudo de atitude. Eu não tenho encontrado atitudes de ninguém no sentido de salvar o rio. Eu tenho encontrado preocupação de levar água para o sertão da Paraíba, do Ceará, eu tenho escutado outras preocupações, mas em salvar o rio são Francisco não vejo. É preciso que nós tenhamos, a partir de hoje, a convicção: ou nos salvamos o são Francisco ou vai todo mundo morrer de sede mesmo e o desastre é definitivo”, alertou.

Investir em educação ambiental é uma das saídas, disse o secretário estadual de Meio Ambiente Alexandre, mas também é preciso a união de todos, incluindo a sociedade, porque Alagoas e Sergipe não podem mais ser penalizados pelo sangramento que acontece na Bahia e Minas Gerais. “A água para matar a sede do povo precisa ser prioridade. Irrigação e produção de energia não podem vir em primeiro plano”, acrescentou.

Os prefeitos vão continuar mobilizados nessa luta, que não pode ser apenas de grupo, ou um governo. São centenas de cidades prejudicadas que há anos denunciam o fim do rio sem respostas, disse Hugo Wanderley.

Também participaram do debate o deputado estadual, Rodrigo Cunha, a promotora Lavínia Fragoso do Ministério Público Estadual de Alagoas, Gustavo Lopes, presidente do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, Marcelo Fragoso, representante do Comitê da Bacia do Rio São Francisco, o vice presidente de Operações da Casal Francisco Beltrão, Elizabeth Freire, prefeita de Gararu, Sergipe, além de vereadores, técnicos e pesquisadores.


Fonte: Ascom AMA

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