A concussão cerebral é caracterizada quando a pessoa apresenta alterações das funções cerebrais após um trauma crânio-encefálico, evoluindo com perda transitória da consciência por alguns segundos ou minutos, podendo, em alguns casos, chegar a 6 horas dependendo da força do impacto na cabeça.
Na fisiopatologia da concussão cerebral, podemos relatar que acontecem alterações nos neurônios devido a um processo de aceleração e desaceleração do cérebro dentro da calota craniana. Portanto, a concussão cerebral acontece em função de uma força externa direcionada contra o crânio, face e pescoço, resultando na disfunção neurológica rápida e transitória, melhorando em seguida - espontaneamente - e, na maioria dos casos, sem deixar sequelas no cérebro.
Os sintomas estão relacionados diretamente à força aplicada no trauma, onde pode promover alterações funcionais e ou estruturais. Os principais são: dor de cabeça, náuseas e vômitos, tonturas ou problemas de equilíbrio, visão dupla ou embaraçada, sensibilidade à luz e a ruídos, sensação de atordoamento, sensação de estar mentalmente nebuloso com dificuldade de concentração e de memória.
Atualmente temos o aumento da incidência da concussão cerebral, que acomete tanto crianças como adultos, devido principalmente à prática de esportes de contato, como: futebol, luta marcial, hóquei, futebol americano, entre outros, onde ocorre com certa frequência choque de cabeça com cabeça entre os atletas ou praticantes destes esportes. Vale salientar que a concussão cerebral não ocorre apenas no esporte, temos também os acidentes automobilísticos, motociclístico, ou acidentes domésticos onde pode ocorrer um trauma na cabeça.
Como tratamento temos como conduta promover o descanso do atleta ou pessoa lesionada, evitando esforço físico, assim como, o esforço mental até cessarem a sintomatologia, podendo usar analgésico. Deve-se evitar o uso de antiinfmatório para evitar risco de sangramento.
Via de regra, a concussão cerebral não provoca alteração estrutural nas células (neurônios) do cérebro, mais podemos utilizar a tomografia computadorizada do crânio em casos mais graves e para afastar outras patologias.
Na grande maioria dos casos a evolução da concussão cerebral é satisfatória, mas em caso mais grave, pode o paciente evoluir com algumas sequelas como: Epilepsia, dor de cabeça crônica, tonturas frequentes, vertigens ou perda da memória.
Mito ou Verdade: a pessoa que bateu com a cabeça pode dormir? Não há uma contra- indicação absoluta de que a pessoa não pode dormir, entretanto, ao dormir, o exame físico realizado pelo médico fica prejudicado, uma vez que, o médico, não sabe se a pessoa está dormindo ou com “perda da consciência”.
Portanto, diante de um trauma em crânio independente da intensidade, se a pessoa apresentar alguns dos sintomas apresentados no texto procure um pronto atendimento mais próximo, para que possa ser examinado por médico.
Rogério Barboza da Silva é alagoano, médico ortopedista. É preceptor de residência médica em ortopedia e traumatologia do Hospital Veredas. Coordena a Liga Acadêmica de Ortopedia e Traumatologia (LAORTT/UNIT) e o Núcleo de Assistência do Pé Torto(NAPTC). É Professor Especialista do curso de medicina da UNIT/AL.