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14/01/2023 às 07h00

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Comprometimentos osteomioarticulares na Covid-19


Desde que nós tomamos conhecimento do SARS-CoV-2 ou COVID-19, muitas mudanças foram realizadas na rotina da população em geral, como também na classe médica com enfrentamento de uma patologia com evolução incerta. Perguntas frequentes frente ao novo inimigo invisível, como “quais os sinais ou sintomas característicos?”, “qual o mais rápido e melhor meio de diagnóstico?” e “qual o melhor tratamento?”, eram realizadas à época. Vocês lembram? E ainda preocupações com o futuro: trará sequelas? Sem falar no número de óbitos que tivemos, entes queridos e amigos que morreram. Tempos difíceis, tanto físico como mentalmente. E as variantes do COVID-19, outra preocupação. Como preveni-las?

Passados quase dois anos do início da pandemia, muito já se evoluiu em conhecimento sobre o SARS-CoV-2 com o surgimento das vacinas, porém uma nova síndrome surge:  a Síndrome pós-Covid-19, caracterizada por processo inflamatório causado pelo corona vírus em qualquer órgão ou sistema do corpo humano. A Síndrome pós-Covid-19 pode afetar pessoas de todas as idades.

Como já relatei anteriormente, os sinais e/ou sintomas podem aparecer em diferentes partes do organismo, podendo afetar o sistema respiratório, cardiovascular e nervoso, os rins, o intestino, o fígado, comprometimento da derme e do sistema osteomuscular.

Os principais sinais e sintomas na síndrome pós-covid-19 são: fadiga/cansaço; dor de cabeça; perda de olfato e paladar por período mais prolongado; perda de memória e ou dificuldade de concentração; queda de cabelo; dor nas articulações; dor torácica; tosse; falta de ar; distúrbios do sono; neuropatia periférica (com formigamento, dormência, dor e ou alteração de sensibilidade nas extremidades).

As dores nas articulações relatadas por pacientes com ou pós-covid-19 normalmente estão combinadas com as dores musculares, sendo caracterizada por causar dificuldades em atividades como ficar em pé, subir escadas, agarrar objetos com as mãos ou levantar os braços acima da cabeça.

O que temos visto na literatura médica é que as queixas osteoarticulares podem ser decorrentes do período de inatividade durante a doença ou dos tratamentos necessários para combater a infecção aguda em especial nos pacientes que tiveram a síndrome no estado mais grave. Outra hipótese é que a poliartralgia é devido à resposta autoimune já previamente conhecida, que pode ser aguda e autolimitada, generalizada ou agressiva e que em pacientes que tiveram as formas graves da doença possam evoluir com osteonecrose, que significa morte de células da carlitagem que reveste o osso subcondral. No caso da fraqueza e dor muscular, a suspeita é que a miopatia seja causada pelo processo inflamatório que o próprio corpo cria, ou seja, uma possível necrose muscular imunomediada. Alguns estudos evidenciaram que ocorre uma produção excessiva de citocinas inflamatórias que está associada ao estresse oxidativo que produz moléculas que destroem as células do músculo.

A fisioterapia osteomuscular está indicada, pois ajuda na regressão das dores e no fortalecimento muscular. Segundo a Dra. Livia Carvalho Costa, a fisioterapia auxilia no combate a dor, pois ajuda no processo de cicatrização e no aumento do aporte sanguíneo, melhorando a cicatrização do tecido e propiciando melhoria do processo inflamatório (melhorando a cicatrização do tecido e o processo inflamatório). Finaliza-se a reabilitação por exercícios de cinesioterapia, objetivando o retorno do paciente as suas atividades diárias. O tempo total da reabilitação dependerá do quadro clínico no início do tratamento do paciente.

O retorno à prática de atividades físicas usualmente realizadas antes da COVID-19 é seguro após liberação da fisioterapia e avaliação minuciosa do médico assistente.


Dr. Rogério por Dr. Rogério Barboza

Rogério Barboza da Silva é alagoano, médico ortopedista. É preceptor de  residência médica em ortopedia e traumatologia do Hospital Veredas. Coordena a Liga Acadêmica de Ortopedia e Traumatologia (LAORTT/UNIT) e o Núcleo de Assistência do Pé Torto(NAPTC). É Professor Especialista do  curso de medicina da UNIT/AL.

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