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Artrite Séptica

01.11.2020 às 12:00

É uma infecção provocada por microrganismo, normalmente uma bactéria, que invade uma articulação produzindo, inicialmente, uma infecção nas articulações articulares, evoluindo com uma resposta inflamatória pelo sistema imunológica. Resulta na presença de secreção purulenta dentro da articulação.

A incidência da artrite séptica varia muito, podendo variar de 2 a 10 pacientes para cada grupo de 100.000 habitantes/ano. Tem uma taxa de mortalidade ainda elevada, principalmente quando não abordada de maneira adequada e rápida, ou o quando paciente apresenta outra comorbidade associada. Pode acometer qualquer articulação, sendo as principais, as  articulações do joelho e do quadril. Acomete paciente de qualquer idade, entretanto existem dois grupos mais propensos: às crianças/adolescentes e os idosos.

Os sintomas vão depender da articulação envolvida, de uma maneira geral, encontramos: dor que piora aos movimentos da articulação, calor local, podendo ter febre e mal estar geral, a região articular fica avermelhada, apresenta aumento de volume decorrente da presença da secreção purulenta intra-articular, podemos encontrar sinais e/ou sintomas gerais como fraqueza e cefaleia. O início desta sintomatologia pode ser rápido.

Como agentes infecciosos, têm: fungos, parasitas, vírus e principalmente bactérias gram-positivas, em especial os Staphylococcus Aureus. Esses agentes se instalam na membrana sinovial da articulação e se beneficiam de alguns fatores, como: diabetes, imunidade baixa, artrite prévia, infecção em outra parte do corpo como região cutânea, ouvido, garganta, trauma, cirurgia ortopédica prévia como prótese articular.

O diagnóstico é realizado tomando como base a anamnese (relato clinico), o exame físico e alguns exames complementares, como: hemograma, punção articular para colher a secreção para cultura, hemocultura. Pode ser usado também PCR e VHS (são marcadores inflamatórios inespecíficos), entretanto, estes dois últimos exames servem bem para observarmos se a nossa conduta está sendo efetiva, surtindo o efeito esperado, já que no início normalmente os exames estão elevados e, com a nossa terapêutica adotada, seus níveis devem baixar, significando boa resposta com boa evolução do paciente. Exames como ultrassonografia e Ressonância, inicialmente não faz sentido utiliza-los, só em caso especial, quando o quadro clinico não está evoluindo favoravelmente. 

O tratamento deve incluir cirurgia para drenar a secreção e desbridar os tecidos moles necróticos da articulação,deve ser realizada também limpeza exaustiva com solução fisiológica 0,9%, associado a uso de antibióticos específicos e monitorização do paciente.

A Artrite séptica compromete, como já descrito, pacientes jovens, assim como os idosos, e se não tratada de maneira adequada provoca alteração irreversível articular, assim como pode levar o paciente a óbito.

Portanto, em caso suspeita, procure um médico de sua confiança ou vá a um pronto atendimento, para que as medidas sejam tomadas de maneira mais rápida possível.

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Postado por Dr. Rogério

Dor do crescimento

19.10.2020 às 12:00

A dor do crescimento é caracterizada por dores esporádicas, presentes normalmente no período noturno e nos membros inferiores, principalmente joelho e pernas, podendo em alguns também comprometer a coxa. Segundo a Sociedade Brasileira de pediatria, a dor do crescimento trata-se de uma condição benigna, de evolução crônica e de curso autolimitado, acometendo 10% a 20% das crianças. 

A dor pode surgir em todo o período de crescimento, até os 18 anos de idade, mas é mais comum nas crianças em idade escolar, principalmente na faixa entre 5 e 10 anos.

As causas das dores do crescimento ainda são desconhecidas, existindo algumas teorias, chegando a se pensar até em causas psicológicas.

O diagnóstico é realizado pela clínica, apresentada pelo paciente dor em face anterior da coxa, perna, panturrilhas e atrás do joelho, bilateral em até 80% dos casos, acomete ambos os sexos em idade de 5 a 10 anos, podendo ter início aos 3 anos de idade. Sem relação com trauma significativo, apesar de alguns pais referirem que no dia anterior a criança teve uma carga física/brincadeira elevada. O período mais frequente de aparecimento é o noturno, durante a madrugada, e na manhã seguinte a criança encontra-se sem queixas de dor. Ao exame físico, a criança não apresenta nenhuma alteração significativa no sistema osteomuscular. Não se faz necessário o uso de exames de imagem como a radiografia ou outros exames na dor do crescimento, e quando se usa é porque se está pensando em outras patologias como neoplasias entre outras.

É importante salientar que o diagnóstico da dor do crescimento deve ser de exclusão, ou seja, você deve afastar outras patologias como pioartrite, osteomielite, artrite, neoplasias entre outras.

Deve-se ter uma conversa sincera com os pais para afastar alguma causa emocional.

O tratamento é sintomático, dependendo da intensidade da dor, pode ser usado desde massagens, passando por analgésico (dipirona, paracetamol) e anti-inflamatório.

Lembrando, estas dores são benignas, autolimitadas, ou seja, vai passar sem nenhuma necessidade de tratamento específico.

O importante é ter o acompanhamento de um ortopedista confiável, para acolher a criança e a família realizando uma anamnese adequada e exame físico detalhadopara afastar outras patologias.

Postado por Dr. Rogério

Torcicolo

05.10.2020 às 06:00

Existem alguns tipos de torcicolo, entre eles, temos o torcicolo congênito, que é quando a criança nasce com uma contratura do músculo na região cervical (pescoço), alterações da coluna cervical entre a primeira e segunda vertebra cervical. Entretanto, falaremos aqui da forma mais frequente de torcicolo no nosso dia a dia. 

Torcicolo é caracterizado por uma dor na região cervical (pescoço), normalmente decorrente de uma contratura muscular ou espasmo muscular, associada à dor, a qual apresenta também limitação dos movimentos. Na maioria das vezes, o músculo comprometido no torcicolo é o esternocleidomastoideo. 

Frequentemente o torcicolo é decorrente de uma má postura ao dormir, ou ao realizar uma atividade laboral ou recreativa, como utilizar o computador, o celular, tensões emocionais e movimento brusco, entre outras. 

Como sintomatologia o paciente pode apresentar principalmente dor de leve a severa intensidade na região do pescoço, a cabeça normalmente fica virada para um lado, enquanto o mento (queixo) fica voltado para o outro lado, dificuldade/limitação dos movimentos da cabeça, rigidez na topografia de um dos músculos esternocleidomastoideos . O torcicolo pode perdurar durante 3 a 5 dias. 

O tratamento do torcicolo na urgência é realizado através do uso de um colar cervical associado a uso de anti-inflamatório, analgésico e miorrelaxante.  Recomenda-se realizar calor local e encaminhamento para fisioterapia. 

DICAS: 

1.Posição correta para dormir. 

A – Decúbito Lateral (de lado) com o travesseiro que preencha a distância entre a cabeça e a cama (não muito alto e nem muito baixo), flexão do joelho com uma almofada entre eles. 

B – Decúbito Dorsal (barriga para cima) com flexão dos joelhos, a almofada abaixo deles (joelhos) e um travesseiro com adaptação para sua cabeça manter a coluna cervical em posição anatomo-fisiológica com a região do dorso. 

2.Atividade para alongamento da musculatura do pescoço, em especial realizá-las no local de trabalho, ou antes, e após atividade física. 

3.Mantenha sempre um equilíbrio muscular generalizado mediante técnicas e, ou, procedimentos realizados, como pilates. 

4.Evite Ganho de Peso Corporal. 

5.Procure um ortopedista para afastar outras hipóteses diagnósticas como um tumor ou alteração da tireóide.

Postado por Dr. Rogério

Colágeno e seu papel no sistema musculo esquelético

21.09.2020 às 12:00


O colágeno é uma proteína que o próprio organismo produz, portanto, naturalmente encontrada em nosso organismo.

O colágeno é encontrado em várias estruturas do nosso corpo, exercendo uma função primordial, por se tratar de uma proteína de importância fundamental na constituição da matriz extracelular do tecido conjuntivo.

O colágeno é produzido dentro da célula em pequenas quantidades e exportado para fora da célula onde sofrerá ação de enzimas polimerizantes,  obtendo seu formato em hélice-tripla.

O colágeno é a classe mais abundante de proteínas do organismo humano, representando cerca de 30% de sua proteína total.

Alguns elementos prejudicam a renovação celular e aceleram o processo de envelhecimento: cigarro, estresse, exposição ao sol, falta de sono, má hidratação e alimentação desequilibrada.

Existem vários tipos de colágenos, variando do colágeno tipo I que aparece nos tendões, e na cartilagem fibrosa entre outras estruturas, o  tipo II presente na cartilagem hialina, na cartilagem elástica e nos discos intervertebrais, além dos tipos III, IV, V,VI,VII, VIII,IX, X, XI e XII. Cada um, encontrado em tecidos específicos do corpo e realizando uma função importante.

Vamos falar mais um pouco do colágeno tipo II, uma vez que, seu déficit causará problemas nas articulações como alterações nas cartilagens articulares levando a Osteoartrose. 

O colágeno tipo II atua na reposição do colágeno perdido nas articulações e no combate ao processo inflamatório, assim como, contribui para ossos mais resistentes e músculos mais firmes.

Uma articulação com uma cartilagem saudável proporciona mais movimentos e bem-estar, proporcionando maior mobilidade, flexibilidade e conforto aos movimentos com ganho de qualidade de vida e melhora nas realizações das atividades diárias. 

Quando tomar o colágeno tipo II? Isto vai depender de alguns fatores como: alimentação desequilibrada, trauma nas cartilagens, idade do paciente, sedentarismo, pratica desportiva, entre outros fatores detectados pelo seu médico ou pela sua nutricionista. Caso sinta dor ou incômodo nas articulações, principalmente nas articulações que suporta carga como quadril e principalmente o joelho procure seu médico.

O importante é sabermos que todos nós envelhecemos, por isso devemos envelhecer visando uma melhor qualidade de vida possível. E com relação ao sistema musculo esquelético, ao perceber atrito aos movimentos de alguma articulação procure seu ortopedista.

DICAS:

1-Alimentação equilibrada

2 - Hidratação adequada 3 - Uma boa noite de sono

4 - Atividade Física

5 - Quando necessária, suplementação com colágeno e vitaminas

6 - Diminuir estresse

 7 - Manter seu peso corporal proporcional a sua altura equilibrado

8 - Procure um especialista de sua confiança

 9 - Viva com alegria e disposição a cada ano que você se torna mais experiente


Postado por Dr. Rogério

Osteomielite em Crianças

05.09.2020 às 16:00

A osteomielite é definida como uma infecção no tecido ósseo. Pode comprometer qualquer osso do corpo da criança, entretanto é mais comum na região do joelho, sendo o local de predileção o terço proximal da tíbia por possuir uma circulação sanguínea mais lenta e com vasos sinuosos, pode comprometer também o fêmur e o úmero. Existem vários tipos de osteomielite, falaremos da Osteomielite  Hematogênica  Aguda.

A Osteomielite Hematogênica Aguda é provocada por microrganismos variados que penetram no tecido ósseo através da corrente sanguínea.

As principais causas de Osteomielite Hemtogênica Aguda podem ser: amigdalites, otite média, pielonefrite, abrasões, impetigo, queimaduras, fraturas e feridas.

O agente patogênico encontrado na grande maioria das osteomielites são os Staphylococcus Aureus.

Os principais sintomas são: Dor na região comprometida, em especial na região do joelho, mas podendo ocorrer em qualquer parte do corpo; Calor local; Edema e Eritema local; pode ter Calafrios; Fraqueza; Mal estar geral; Claudicação a andar se comprometer os membros inferiores. Os sintomas podem variar muito de paciente para paciente a depender da idade da criança e da imunidade.

No exame laboratorial podemos encontrar no hemograma um aumento no número dos leucócitos (leucocitose) à custa do aumento dos neutrófilos (neutrofilia). Outros exames realizados podem ser o PCR (Proteína C Reativa) e a VHS (Velocidade Hemosedimentação) que são marcadores inespecíficos de processo inflamatório.

A radiografia só mostra alterações ósseas da osteomielite no tecido ósseo depois de 15 dias, não sendo um bom exame para o diagnóstico na fase aguda. Em casos especiais podem ser usados também a cintilografia óssea, a ressonância magnética, a ultrassonografia e a punção óssea.

Entretanto para o diagnóstico da Osteomielite Hematogênica na fase aguda é feito através de uma boa anamnese, um bom exame físico e os exames laboratoriais para complementar.

Como diagnóstico diferencial da Osteomielite podemos citar os tumores, como, osteossarcoma e sarcoma de ewing, assim como, também os processos inflamatórios como, periostite, artrite, febre reumática.

Com relação ao tratamento, basicamente se resume ao uso de antibioticoterapia, inicialmente venoso e depois oral por um longo período e a cirurgia para drenagem do abcesso intraósseo com o objetivo de não permitir a cronificação da doença óssea, pois nesta fase pode acontecer necrose (morte) do tecido ósseo.

Dicas para Prevenção:

1.  Cuidar adequadamente das inflamações e infecções, tais como:  amigdalites, otites, entre outras.

2.  Manter vigília com o estado geral da criança.

3.  Em casos suspeitos procure um médico pediatra ou ortopedista.

4.  É importante sempre manter uma imunidade adequada através de uma boa alimentação.

5.  Periodicamente realize check-up com o médico de sua criança e de sua confiança.

6.  Manter a calma sempre diante de qualquer advento que comprometa a saúde de sua criança.


Postado por Dr. Rogério

Osteocondrite de Sever

30.08.2020 às 06:00


Crianças e adolescentes entre 9 a 14 anos, têm chegado ao meu consultório relatando dor em região do calcanhar, sem relação com um trauma significativo.  Normalmente essa sintomatologia nos leva a pensar em Osteocondrite de Sever, ou Apófisite do calcâneo.

A Osteocondrite de Sever é definida como um processo inflamatório, que acomete a placa de crescimento do osso calcâneo próximo à inserção do tendão de aquiles em criança, na sua fase de crescimento.

Clinicamente devemos suspeitar da Osteocondrites de Sever, quando a criança queixa-se de dor na região do calcanha, principalmente durante ou após práticas desportivas sem um trauma significativo naquele momento.

Ao exame físico, geralmente não encontramos com frequência edema, hematoma no local, e sim uma dor à palpação, dor localizada, puntiforme e profunda de início gradual, insidioso, que melhora ao repouso. Em alguns pacientes, podemos encontrar calor local e dificuldade para andar.

Radiograficamente podemos não evidenciar nenhuma alteração na fase inicial, ou podemos encontrar esclerose e fragmentação na epífise do calcâneo.

Normalmente, a Osteocondrites de Sever está relacionada à sobrecarga de atividades físicas com micro traumas no local, uso de calçados inadequados ou desconfortáveis para a pratica do esporte pela criança associado à tração exercida pelo tendão de aquiles.

O tratamento consiste inicialmente de repouso da prática esportiva, sobretudo aquela que provoque impacto no calcâneo, imobilização na fase aguda com quadro álgico acrescido de aplicação de gelo, e uso de medicamentos analgésico e anti-inflamatório. Podem ser usadas também palmilhas para o retropé e uso de calçados com dispositivo adequado para amortecer impacto. A criança poderá também ser encaminhada para a fisioterapia e afastar-se temporariamente das práticas desportivas durante o tratamento, normalmente o quadro evolui satisfatoriamente e quando passar a dor, a criança poderá retornar as suas atividades.

DICAS:

1. Evite atividades em excesso nas crianças em fase de crescimento.

2. Manter repouso para recuperação do organismo entre uma atividade e outra.

3. Em crianças menores, as atividades devem ser lúdicas e não em caráter competitivo.

4. Uso de calçados confortáveis e especifico para cada tipo de atividade exercida.

Postado por Dr. Rogério

Pé torto

24.08.2020 às 09:27


Qual a sensação de ser mãe, de gerar uma vida? Para a maioria das mulheres é um sonho, uma alegria, um desejo de “ser mãe”.

Qual a sensação que se instala no íntimo da mãe quando, durante a realização de uma ultrassonografia gestacional morfológica, vem um diagnóstico de que seu bebê nascerá com os pés tortos? 

Pois bem, hoje falaremos sobre esta patologia, “Pé Torto Congênito”, e sobre o tratamento que realizamos pela Técnica de Ponseti.

O pé torto congênito é definido quando encontramos, durante o exame físico do recém-nascido, quatro deformidades no pé: Equino, Varo, Cavo e Adução. É uma das patologias mais frequentes ao nascimento. O pé torto congênito pode ser uma deformidade isolada ou estar associada com outras alterações, patologias como artrogripose, mielomeningocele, paralisia cerebral, síndrome congênita do Zika.

O pé torto congênito ao exame físico pode apresentar-se flexível, o qual provavelmente iremos classificá-lo de postural. O rígido, classificaremos como pé torto congênito idiopático, sem causa desconhecida, e em pé torto congênito teratológico ou teratogênico, neurológico e sindrômico, quando vem associado a uma outra patologia. Entretanto, vale salientar que a etiologia do pé torto congênito continua desconhecida existindo várias hipóteses.

A incidência do pé torto congênito varia de região para região, entre outros fatores, podendo ser maior ou menor de local para local.  De uma maneira geral varia de 1 a 2 pacientes por 1.000 nascidos vivos, entretanto, a autores que relatam como descritos no SOS RESIDÊNCIA EM ORTOPEDIA PEDIÁTRICA – USP, FMUSP uma incidência de 1 a 4 para cada 1.000 nascidos vivos. Existe um acometimento bilateral em torno de 50 % dos casos e, quando unilateral, o lado direito tem uma incidência um pouco maior. O sexo masculino é o mais acometido numa proporção de 2:1 quando comparado com o feminino.

O diagnóstico é clinico, ou seja, ao examinar o recém-nascido logo após o parto encontramos as deformidades. Entretanto com o avanço do estudo ultrassonográfico, podemos obter o diagnóstico de pé torto congênito pré-natal. Não se faz necessária radiografia dos pés para fechar o diagnóstico, a radiografia serve para estudarmos o ângulo de Kite, que é a angulação formada entre o osso tálus e o calcâneo tanto na incidência AP como no perfil. Enfatizo que o diagnóstico do Pé Torto Congênito é clinico, realizado através do exame físico.

Com relação à fisiopatologia encontramos uma alteração nas moléculas de colágenos presentes em tendão, músculos, ossos, que compromete principalmente as estruturas póstero-mediais do pé, promovendo as deformidades. Normalmente encontramos uma atrofia da panturrilha do membro comprometido e o pé também é um pouco menor quando comparado com o pé normal. Com relação à parte óssea vale ressaltar que acontece uma luxação dos ossos navicular, calcâneo e cuboide em relação ao tálus.

Historicamente o tratamento do Pé Torto Congênito passou por várias mudanças de métodos, alternando entre tratamento conservador e o cirúrgico extenso ( onde foi verificado que o resultado trazia mais complicações, rigidez, dor e recidiva no pé tratado).

Atualmente a Técnica de Ponseti para o tratamento do Pé Torto Congênito tem revolucionado mundialmente, com ótimos resultados, desde que sejam observadas e respeitadas todas as etapas do método.

O Método de Ponseti é simples, indolor quando aplicado corretamente. Este tratamento permite correção em nossa experiência de 80 a 90% dos casos de pés tortos. Consiste resumidamente em manipulação seriada semanalmente do pé torto e confecção de aparelho gessado inquino-podálico no total de 5 a 8 semanas nos pé tortos idiopáticos, seguido de alongamento percutâneo do tendão de aquiles com mais 21 dias de aparelho gessado e depois uso de órtese de Dennis Brown que inicialmente será usada por 23 horas/dia durante 3 meses e depois 14 horas/dia até  os 4 anos de idade.

O objetivo do tratamento é que o pé torto congênito adquira a posição plantígrada, fique flexível e indolor.

O tratamento cirúrgico fica resguardado para os pés mais graves, entretanto saliento que mesmo optando pelo tratamento cirúrgico, é importante iniciar colocando o aparelho gessado com troca semanal.

Com o tratamento bem-sucedido conseguimos proporcionar um bem psico-socioeconômico para a criança, sua família e a sociedade. 

O Pé Torto é uma causa de SAÚDE PÚBLICA e tem que ser encarado desta maneira, pois modifica não só o pé, mas a vida da criança.

Dicas:

  1. Realizar o diagnóstico clinico precoce.

  2. Iniciar precocemente o tratamento pela técnica de poseti.

  3. Seguir a risca o passo a passo da técnica, para isto um ortopedista experiente, familiarizado com a técnica.

  1. Perseverança por partes dos pais no uso da órtese

Postado por Dr. Rogério

Distensão muscular

17.08.2020 às 06:00


 A distensão muscular acontece quando ocorre lesão de fibras musculares de um determinado músculo, o qual que foi submetido a uma sobrecarga num determinado exercício associado à lesão de pequenos vasos que irrigam estas fibras. 

O corpo humano responde a esta lesão com uma resposta inflamatória, mandando células sanguíneas para o local, provocando edema, dor, calor, originando um hematoma. Portanto, temos como sinais e sintomas da distensão muscular, dor intensa localizada, fraqueza muscular, dificuldade para se locomover, espasmos musculares, entre outros, a depender da gravidade da lesão. 

Outra característica é com relação à localização da lesão: quando acontece nas fibras no meio do ventre muscular, podemos chamar de estiramento muscular, ficando a distensão muscular para a lesão que acomete a junção músculo-tendínea próximo a uma articulação. 

Temos como principal causa de distensão muscular, um esforço físico excessivo para realizar contração muscular, como acontece nos jogadores de futebol, além de um movimento brusco de forma aguda, que pode acontecer até em uma caminhada. Entretanto, a distensão muscular pode acontecer de forma crônica, como acontece no esforço físico repetitivo, fadiga muscular, ocasionado por material inadequado para a realização da atividade física. Para cada tipo de atividade física, existe um material de proteção especifico. E, por fim, pode ser causada à pratica de atividade em terrenos irregulares, inadequados para a pratica de certos esportes.  

Qualquer músculo poderá sofrer distensão muscular, entretanto, os músculos mais longos com células fusiformes e bi articulares (músculos que passam por duas articulações) são mais propensos, como: músculo quadríceps, músculos isquio-tibiais, músculo adutor da coxa, músculos gastrocnêmios (panturrilha na perna). 

O diagnóstico da distensão muscular é realizado através de uma boa anamnese, exame físico, testes ou manobras especiais específicas para cada grupo muscular, exames complementares principalmente a ultrassonografia e ressonância nuclear magnética. 

Podemos classificar a distensão muscular de uma maneira geral em: 

Grau I – É uma lesão que compromete menos de 5% do músculo, apresenta edema e desconforto. 

Grau II – É uma lesão que 5 a 50 % do músculo, pode apresentar perda de função, espaço chamado de gap no musculo e equimose. Via de regra necessita de 2 a 3 semanas para cicatrização da lesão. 

Grau III – É uma lesão maior que 50% do músculo, podendo apresentar ruptura completa, dor intensa e hematoma extenso, perda da função muscular. Necessita de 4 a 6 semanas para cicatrização da lesão, entretanto a total reabilitação para volta as atividades pode levar 3 a 4 meses. 

É importante entendermos as fases de resposta do organismo à lesão muscular, que se inicia com a ruptura e necrose das miofibrilas, segundo, a fase de reparo em que ocorre a fagocitose do tecido necrótico e terceiro, a fase de remodelação que compreende a fase de maturação das miofibrilas regeneradas resultando ao retorno da capacidade funcional da musculatura. 

Com relação ao tratamento na fase aguda, além de restringir as atividades físicas, utilizamos o método PRICE (P = proteção, R = repouso, I = “Ice” gelo, C = compressão, E = elevação). Podemos também fazer uso de anti-inflamatório não hormonal por curtos período, além de analgésicos. Na fase pós-aguda, onde já existe uma melhora clínica do paciente, já pode ser introduzido treinamento isométrico, depois o treinamento isotônico, exercícios isocinéticos com carga mínima. O importante é que estes exercícios sejam realizados sem dor.  

O Tratamento Cirúrgico fica resguardado para as lesões graves de Grau III, que não estão respondendo positivamente ao tratamento conservador. 

É importante que nesta fase de reabilitação, o paciente seja acompanhado por um ortopedista e um fisioterapeuta de sua confiança. 

Dicas para prevenir distensões musculares: 

  1. Realizar rotineiramente fortalecimento muscular. 
  2. Treinamentos de flexibilidade, alongamentos. 
  3. Postura correta na pratica das atividades físicas. 
  4. Calçados adequados para a realização dos exercícios. 
  5. Hidratação adequada. 
  6. Alimentação adequada, balanceada. 
  7. Evitar excesso de atividades físicas sem um repouso adequado. 
  8. Adequar a atividade física a sua idade, sexo, constituição corporal. 
  9. Estudar o espaço, terreno onde você irá praticar a atividade física. 
Postado por Dr. Rogério

Entorse do Tornozelo

09.08.2020 às 14:30

Hoje conversaremos a respeito de “Entorse do Tornozelo”. Primeiramente, esclarecer que podemos chamar de “uma entorse” ou “um entorse”. Em Portugal, entorse é um nome feminino que entrou na língua portuguesa pela palavra francesa entorse, que também é feminina. No entanto, no Brasil, alguns dicionários a coloca como gênero masculino. No dicionário online de Português ele se define como sendo da classe gramatical substantivo feminino. No meu dia a dia, prefiro chamar mesmo de “Uma Entorse”.

E o que é uma entorse?

De uma maneira geral entende-se como entorse uma lesão ligamentar de qualquer articulação, neste caso, estamos falando do tornozelo. É uma lesão frequente que afeta o sistema musculoesquelético, esta incidência aumenta nos praticantes de esporte, tais como, futebol, voleibol entre outros, principalmente quando não estão usando sapatos apropriados para a prática desportiva ou o terreno é irregular, assim como o uso de certos sapatos, como os  de salto alto na vida social.

Anatomicamente o tornozelo é formado pelo maléolo lateral (terço distal da fíbula), maléolo medial (terço distal da tíbia), terço distal da tíbia na superfície articular do tornozelo, também conhecido como pilão tibial, o tálus e o calcâneo. Além da parte óssea, existe também inúmeros ligamentos que conferem estabilidade a articulação do tornozelo. Aqui vamos colocar em dois grandes grupos: Complexo Ligamentar Lateral e o Complexo Ligamentar Medial mais conhecido como ligamento Deltóide. 

Dependendo do movimento e da posição do tornozelo/pé no momento da entorse, qualquer um ou mais de um ligamento pode ser afetado. Dentre os ligamentos mais lesionados, encontramos o ligamento fibulo-talar anterior (um dos ligamentos que compõem o complexo ligamentar lateral) devido à facilidade de o paciente realizar a entorse com o pé na posição equina e realizando a supinação do pé ou inversão do retro pé.

Com relação à sintomatologia, esta vai variar de acordo com a gravidade. De maneira geral uma Entorse Grau I significa estiramento leve dos ligamentos; Grau II, os ligamentos podem ser parcialmente rompidos e o estiramento ser mais grave, já no Grau III os ligamentos estão completamente rompidos de modo que o tornozelo comprometido pode ficar instável, tornando aquele membro inferior funcionalmente limitado prejudicando a deambulação. Por tanto os sinais e sintomas vão desde dor leve a severa, edema, limitação dos movimentos, dificuldade para deambular, hematomaaté limitação funcional.

O diagnóstico da entorse do Tornozelo é realizado através de dados clínicos como anamnese, exame físico (aqui vale salientar que deve ser realizado a palpação na topografia dos principais ligamentos do tornozelo, assim como realizar a palpação óssea com o intuito de afastar a presença de fratura associada, lembrando também que faz parte da propedêutica palpar a base do 5º metatarso do pé onde se encontra inserido o tendão fibular curto. Continuando o estudo da entorse do tornozelo pode ser realizado radiografias do tornozelo e pé do paciente para avaliar partes ósseas ( fratura, luxação, sinais de instabilidade articular) e a Ressonância Nuclear Magnética que serve para avaliar a gravidade da lesão ligamentar, assim como avaliar lesões tendinosas ou das cartilagens associadas.

O Tratamento irá depender da classificação da Entorse do Tornozelo que vai desde o tratamento conservador (Gelo, elevação do membro afetado, imobilização, medicamentos para alivio da dor, fisioterapia) até o tratamento cirúrgico nos casos mais graves, onde encontramos lesão completa dos ligamentos e grande instabilidade do tornozelo.

De maneira geral temos um método denominado PRICE ( P= proteção, R=repouso, I =ice – gelo, C= compressão e E=elevação). É importante também lembrar que após a melhora clínica e antes de retornar as suas atividades o paciente deverá realizar uma reabilitação onde inclui a propriocepção e fortalecimento muscular em especial os tendões fibulares(fibularcurto e longo), devido ao caso mais frequente da entorse que são o equino e a inversão.

Dicas:

  1. Fortaleça sua musculatura, aqueça e alongue antes e depois de uma atividade física. 

  2. Use sapatos/ténis adequado para cada tipo de atividade física que você irá praticar.

  3. Observe/estude o terreno com suas irregularidades onde irá praticar suas atividades físicas.

  4. Mesmo assim, se você uma Entorse de Tornozelo procure um especialista de sua confiança, tratando corretamente você evitará dor crônica no futuro e artrose precoce em seu tornozelo. 


Postado por Dr. Rogério

Geno Valgo

02.08.2020 às 18:14


Uma alteração bastante frequente em consultório de ortopedia, são as crianças que apresentam deformidade em valgo, que se caracteriza por joelhos que se aproximam da linha média do corpo humano ( joelhos se tocam e os tornozelos se afastam). 

O Geno Valgo é caracterizado por apresentar, como já foi dito acima, alteração que deixa as pernas em formato de “X”, os joelhos ficam mais próximos e os pés mais afastados um do outro. Essa característica é duas vezes mais frequente em sexo feminino. Normalmente, crianças e adolescentes apresentam joelho valgo por algum tempo durante o crescimento, obtendo melhora até os 7 anos de idade. 

Vale salientar que o joelho é uma articulação extremamente complexa do ponto de vista biomecânico, que permite grande amplitude de movimento. Lembro ainda, que o joelho é formado pelo terço distal do fêmur, terço proximal da tíbia e pela patela, além de 2 meniscos e vários ligamentos. 

Fisiologicamente falando, muitas crianças nascem com genu-varo( como falamos na semana passada), que por volta dos 2 anos de idade deverá se resolver. A partir daí muitos evoluem para o geno valgo, ou seja, se inverte, tendo um geno valgo elevado por volta dos 4 anos de idade e que vai diminuindo até os 7 anos de idade quando se corrige espontaneamente. 

Caso o desalinhamento em valgo não se corrija e se torne bastante acentuado, a condição pode acabar prejudicando a articulação do joelho promovendo sobrecarga, com comprometimento da deambulação fisiológica. 

O tratamento vai depender primeiro de uma avaliação bem detalhada, podendo ir desde a observação, passando por fisioterapia para reforço muscular, correção postural, entre outras condutas fisioterápicas, em algum caso pode se usar órtese (cada vez menos usado no geno valgo, devido a escassos trabalhos científicos que mostre melhora com seu uso). A cirurgia é recomendada quando há falha no tratamento conservador e em casos de geno valgo progressivo, sendo então realizadas osteotomias ou episiodese temporária para correção. 

O importante é a criança ser acompanhada por um especialista periodicamente para observar o seu desenvolvimento e intervir no momento adequado. 

Manter a calma, esta é a dica, não absorver fala de pessoas não especializadas na área. 


Rogério Barboza da Silva

Médico Ortopedista - CRM 3827 TEOT 7949

Membro Titular da SBOT

Membro Titular da SBRATE

Preceptor Residência Médica em Ortopedia do Hospital Veredas

Coordenador do Núcleo de Assistência do Pé Torto - NAPT 

Contato: (82) 3218-0370 / 3218-0390 (Centro Médico do Hospital Veredas)

                 (82)3028-4887 /(82)98137-4887 ( Harmony Trate Center, sala 726)

Currículo Latteshttp://lattes.cnpq.br/2920064734373747

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Dr. Rogério por Dr. Rogério Barboza

Rogério Barboza da Silva é alagoano, médico ortopedista. É preceptor de  residência médica em ortopedia e traumatologia do Hospital Veredas. Coordena a Liga Acadêmica de Ortopedia e Traumatologia (LAORTT/UNIT) e o Núcleo de Assistência do Pé Torto(NAPTC). É Professor Especialista do  curso de medicina da UNIT/AL.

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