O saudoso “Doutor” Ulysses Guimarães na parte final de seu discurso, em outubro de 1988, durante a promulgação da nova Constituição bradou à Nação; “que isso se cumpra. Nos bons e maus momentos”.
Ao lembrar das palavras do ex-presidente da Câmara, naqueles históricos tempos, me pergunto se estamos conscientes que ao sonharmos com eleições diretas hoje, não estaríamos desconsiderando “valores pétreos” conquistados ao longo de quase 30 anos, para “costurarmos uma solução constitucional com remendos momentâneos”.
Vale a pena interferir tão diretamente em nossa “carta maior de convenção social” para uma “solução tampão?”
Por mais honestas e justas que possam parecer as “intenções democráticas” da proposta de “diretas já “ em 2017, elas não parecem ser mais importantes do que a garantia dos preceitos constitucionais, pilares fundamentais à sobrevivência de uma constituição digna de ser considerada “cidadã ”.
Num cenário de crise constitucional não se deve encarar como solução primordial o desrespeito as regras do próprio “mecanismo regulador”, ainda mais sob a hipótese para qual o próprio foi promulgado.
Voltando a me lembrar de Ulysses Guimarães, penso que hoje o pais precisaria muito do seu “bom senso político” que antes, durante e depois da ditadura esteve sempre presente :“nos bons e maus momentos”.
Publicitário, radialista, poeta e escritor. Carioca, radicado em Alagoas desde 2002, trabalhou em diversas campanhas eleitorais no estado. Foi diretor da Organização Arnon de Melo (OAM) e do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP). CEO - Press Comunicações Diretor/Editor - Revista Painel Alagoas Editor - Coluna Etcetera (impressa e digital)