A nota oficial do PT, assinada por sua presidente , referente ao "incidente" ocorrido entre militantes do partido e a jornalista Miriam Leitão, sugere um pseudo "pedido de desculpas" e mostra , sem disfarces ao Brasil, a continuidade da mesquinharia e prepotência que tomou conta do "intelecto retrógrado" dos dirigentes da sigla, como também a já notória incapacidade do partido em reconhecer seus próprios erros, como por exemplo o de colocar na própria presidência uma senadora investigada na operação Lava Jato.
Gleisi Hoffmann alega na nota que a atitude da militância se deu, principalmente, em função do local onde Miriam trabalha. A presidente do PT insiste na cansativa tese de que a Rede Globo é a grande culpada pela "desgraça" que se abateu sobre o partido, que é hoje reconhecidamente desgraçado, não por culpa da emissora carioca, mas pela prática de "deslavada corrupção em todos os seus escalões".
Míriam Leitão deveria receber outro tipo de tratamento pela "ignorante" militância do partido. Como jornalista, goza de prestígio e respeito pela sua competência no exercício da profissão.. Mas bem antes de alcançar tão elevado conceito profissional, Míriam se tornou, um símbolo vivo de resistência à ditadura por ter sido presa e torturada, com apenas 19 anos, pela tradicional truculência dos agentes oficiais daquele "regime de exceção"
Se fossem verdadeiros militantes de um PT igualmente verdadeiro, que nos dias de hoje parece inexistir, deviam, ao contrário do que fizeram no último dia 03 de junho, exaltar pessoas como Míriam Leitão, que sofreram mas não sucumbiram à imposição daqueles "anos de chumbo" e , certamente, tiveram importante parcela de participação para que o país tomasse o rumo da democracia , permitindo a realização do mais impossível e inimaginável sonho : o de colocar, democraticamente, um ex-membro da classe operária (justamente do PT) na presidência da República.
Publicitário, radialista, poeta e escritor. Carioca, radicado em Alagoas desde 2002, trabalhou em diversas campanhas eleitorais no estado. Foi diretor da Organização Arnon de Melo (OAM) e do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP). CEO - Press Comunicações Diretor/Editor - Revista Painel Alagoas Editor - Coluna Etcetera (impressa e digital)