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22/03/2011 às 16h46

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O pioneirismo das 'músicas de elevador'

Anna Khoury

"Músicas de elevador" marcaram as primeiras transmissões em frequência modulada(fm) no Brasil

 
Quem tem entre 30 e 40 anos de idade e gosta de ouvir rádio pelas ondas em frequência modulada, as populares  FMs, dificilmente vai acreditar que até 1977,quando foi inaugurada a Rádio Cidade  do Rio de Janeiro, a  maioria das  fms existentes tinha programação restrita a música instrumental.
 
Esse tipo de som “ambiental” passou a ser rotulado popularmente como “música de elevador” (expressão talvez  familiar aos ouvintes com idade  mais avançada).Mas a música de elevador existiu sim e sua existência ,a partir de meados dos anos 50,mudaria completamente o hábito de se ouvir rádio no Brasil, pois foi o marco inicial da utilização da freqüência modulada como forma de transmissão musical. 
 
Após ser praticamente obrigada, por pressões políticas ,a  entregar o controle da Rádio Eldorado, fundada em 1949, ao seu ex sócio(Roberto Marinho), a empresária Anna Khoury não se deu por vencida e resolveu continuar investindo em radiodifusão e, sem querer, ou querendo,criou a primeira rádio FM do Brasil.
 
Naquela época a onda de FM tinha uso restrito para conectar o estúdio das rádios aos seus transmissores, como se fosse uma linha telefônica particular. Anna Khoury resolveu aproveitar as ondas de freqüência modulada para transmitir a programação de sua nova emissora.
 
A Rádio Imprensa do Rio de Janeiro, inaugurada em janeiro de 1955,foi a  primeira rádio a transmitir em freqüência modulada no País. 
 
O pioneirismo da idéia da empresária carioca não terminava aí.Devido aos altíssimos custos na época para se adquirir transmissores importados ,Anna Khoury encomendou a criação e construção do primeiro transmissor fabricado no Brasil, e também iniciou a primeira indústria brasileira de rádios receptores de freqüência modulada. A idéia,pioneiríssima,era locar os receptores a clientes que teriam à disposição 24 horas de música ambiental, principalmente nos locais de trabalho, inclusive nos elevadores de prédios comerciais.
 
Sem intervalos nem intervenções de locutor, a programação musical instrumental da Rádio Imprensa fez sucesso nos principais centros empresarias do Rio de Janeiro e permaneceu nesse formato até 1976.A partir daí a Rádio Imprensa inovou mais uma vez passando a transmitir na mesma onda dois canais , um na já  então consagrada freqüência de 102.1 Mghz para livre recepção do público e outro codificado, exclusivo para os assinantes de sua programação de música de elevador.
 
No ano seguinte com a chegada da Rádio Cidade novos pioneirismos surgiriam na arte de se fazer rádio, mas isso fica para ser contado numa outra ocasião.
 
*Ricardo Leal


Etcetera por Ricardo Leal

Publicitário, radialista, poeta e escritor. Carioca, radicado em Alagoas desde 2002, trabalhou em diversas campanhas eleitorais no estado. Foi diretor da Organização Arnon de Melo (OAM) e do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP).  CEO - Press Comunicações Diretor/Editor - Revista Painel Alagoas  Editor - Coluna Etcetera (impressa e digital)

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