Com o fim de ano se aproximando, não poderia deixar de brindar com meus queridos leitores e leitoras o primeiro Natal que passaremos juntos aqui neste espaço; e ganha uma rabanada (o doce) quem adivinhou o tema que irei tratar na coluna de hoje: consumo no Natal.
Confesso que tenho andado meio perplexo com os rumos que os preços têm tomado neste final de ano, certamente pressionados pelo valor do dólar, em torno de R$ 4,87, o que decerto impacta o preço dos importados. Mas o que dizer de produtos aqui fabricados: será que todos os componentes de seus custos estão assim tão desavergonhadamente afetados pelo dólar? Com a variação do IPCA em torno dos 4% (o que coloca a inflação dentro da meta), ainda não consigo ver justificativa para o panetone, por exemplo, estar 20% mais caro que no ano passado. Aumento que parece ter sido seguido pelo preço do vestuário... Em um rápido rolê em um shopping carioca, em algumas lojas cheguei a ver bermudas de algodão custando mais do que R$ 600, camisas de linho acima dos R$1.000, e sandálias femininas por aproximadamente R$ 2.000, quase o preço de uma Smart TV de 50 polegadas... Pode isso, Arnaldo?
Entendo os que, assim como eu, tenham reação similar a determinados exageros, procurando assim preservar bolsos bastante maltratados ao longo de todo o ano que praticamente chega ao fim. Seguem cinco dicas adicionais:
(1) Orçamento: listar gastos com a festa e com os presentes parece-me prática salutar, a ser mantida a qualquer custo, concorda? Peça básica em qualquer planejamento financeiro pessoal, o orçamento permitirá que você se planeje e verifique quanto, como e de que forma irá gastar o que orçou. Com ele você poderá, por exemplo, traçar seus limites máximos de gastos antes de comprometer sua saúde financeira, ou ainda, descobrir que para fazer uma boa ceia, talvez precise diminuir a quantidade de presentes a distribuir!
(2) Criatividade: Com o dólar e preços em alta, ser criativo poderá efetivamente fazer a diferença e aqueles com dotes artísticos, culinários ou simplesmente jeito para trabalhos manuais saem na frente já que conseguirão montar/bolar presentes interessantes e personalizados a custos bem mais baratos, que tal?
(3) Pesquisa de preços: Outro dos hábitos salutares que nunca saem de moda; encartes e sites de busca na Internet às vezes apontam diferenças de mais de 50% entre as lojas, o que lhe trará economia considerável tanto na aquisição de produtos mais caros – um computador, por exemplo – quanto na aquisição de produtos mais baratos que irão ser adquiridos em quantidade – as bebidas da festa, por exemplo.
(4) Amigos ocultos: Considerando que o espírito original natalino envolve confraternização, religiosidade, amigos, família e convivência, dentre outros, por que focar tanto no consumo? A popular brincadeira de amigo oculto permite a comemoração e a convivência sem se perder em longas filas, lojas cheias e demais aporrinhações desta época. Sem contar que, forçosamente a lista dos presenteados com os seus recursos tende a ser bem menor, não é mesmo?
(5) Financiamentos: Com o dinheiro na mão, o consumidor deve encontrar ofertas bastante atrativas e, sendo este o seu caso, eu recomendo que as aproveite. Os financiamentos poderão ajudar a complementar a festa, mas recomendo cautela em sua utilização pois ainda não temos um sinal claro do que esperar para o ano de 2024, apesar do otimismo... Enfim, como reza o ditado, cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém!
Um grande abraço e até a próxima semana!
Graduado em Engenharia Civil (UFRJ), teve experiência profissional construída marcadamente na área financeira, iniciada na Controladoria do Grupo Exxon Foi professor no Grupo Ibmec lecionando disciplinas da área financeira (Matemática Financeira, Estatística, Finanças Corporativas, Gestão de Portfolios, dentre outras)
Paralelamente a estas atribuições, passou a assinar uma coluna semanal sobre Finanças Pessoais no jornal O Globo, tendo a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas dos leitores sobre orçamento pessoal, dívidas, aposentadoria, financiamento imobiliário e investimentos. O sucesso atingido pela coluna proporcionou inúmeras participações em palestras, comentários na mídia escrita e televisiva, além da publicação de outros sete livros tratando o tema.
Após obter a certificação de planejador financeiro (CFP® Certified Financial Planner) associou-se à BR Advisors, grupo especializado em soluções financeiras.