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17/06/2024 às 10h40

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Rentabilidade de rico, mesmo com pouco!


Se você, meu querido leitor, minha querida leitora, vem acompanhando as colunas mais recentes onde abordei a Renda Fixa e agora encontra-se novamente por aqui, é sinal de que ficou animado com a possibilidade de diminuir riscos (e perdas) na renda variável, navegando por mares mais seguros, acertei?

Minha vivência no mercado de assessoria financeira mostra que boa parte dos investidores, ao investir em renda fixa, acaba optando por utilizar os produtos oferecidos pelos bancos onde mantêm suas contas correntes; nestas instituições o conjunto de opções é extenso, variando desde a popular Caderneta de Poupança e os Fundos de Investimento, até os títulos de emissão bancária (CDB, LCI, LCA). E então, como decidir onde aplicar os recursos?

Além da questão tributária (vide artigo “Entendendo a Renda Fixa – Tributação”), outra variável a considerar é a liquidez, sendo usual que investimentos menos líquidos ofereçam maiores rentabilidades: saldos na Poupança podem ser resgatados a qualquer momento (ainda que, caso os resgates ocorram antes da data de aniversário, a rentabilidade não seja creditada), títulos em geral só permitem o resgate no vencimento, e fundos, após um período inicial de carência, permitem o resgate diário, sem perda de rentabilidade.

Deve-se também observar – no caso dos fundos e dos títulos – o investimento mínimo necessário, já que é praxe do sistema bancário oferecer melhores taxas para as aplicações mais “gordas” – no caso dos títulos – ou cobrar taxas de administração menores (o que se traduz em maiores ganhos) para fundos onde os investimentos mínimos são maiores. Para ilustrar este ponto, coletei dados de três fundos Referenciados DI (pós-fixados, acompanham a variação do CDI) oferecidos por um grande banco, para o período de 12 meses compreendidos entre 31/05/2023 e 31/05/2024. O fundo A, que cobra 0,5% ao ano de taxa de administração (TAD) sobre os recursos investidos, rendeu 12,40% (já abatida a TAD e antes do desconto do IR), e exige aplicação mínima de R$ 1 milhão; o fundo B, que cobra 1,0% ao ano de TAD, rendeu 10,96%, e exige aplicação mínima de R$ 50 mil; o fundo C, que cobra 1,5% ao ano de TAD, rendeu 9,98%, e exige aplicação mínima de R$ 500.

Bem, mas o que você faria se dispusesse apenas de, digamos, R$ 10 mil para investir e ainda por cima não tivesse a certeza de que poderia deixar essa quantia parada pelo prazo acordado em um CDB, LCI ou LCA? Pelo menos no banco em questão, sua opção teria sido investir no fundo C, obtendo rentabilidade de 9,98%... Como sair desta sinuca de bico?

Uma excelente alternativa seria aplicar em títulos públicos, por meio do Tesouro Direto (TD). Reconheço que as alternativas ao TD (Poupança, fundos, etc) são mais simples e fáceis de operar, mas a que custo? A comodidade financeira costuma cobrar o seu preço, e caberá a você decidir quanto está disposto a pagar por ela! Comento hoje alguns pontos que você precisará conhecer, caso opte por esta modalidade de aplicação. Evitarei o detalhamento operacional pois o próprio site do TD (www.tesourodireto.com.br) apresenta passo-a-passo bem amigável.

Para estimular a sua pesquisa, apresento o resultado obtido por quem optasse pelo TD. Há vários títulos disponíveis na plataforma TD, mas em termos de risco, a alternativa mais compatível com fundos DI seria o título “Tesouro Selic” (nome oficial  LFT ou Letra Financeira do Tesouro), que é um título pós-fixado que acompanha a variação da taxa Selic: rende mais se a Selic sobe, rende menos se a Selic cai, e dado que a Selic é sempre positiva, você nunca resgatará menos do que investiu. Para a nossa comparação, a LFT com vencimento em 2029, rendeu no período (antes dos impostos) 12,24%, portanto quase a taxa obtida pelo fundo A... Ou seja, rentabilidade de rico, mesmo com pouco, que tal?

(1) Instituições habilitadas: Para operar, você precisará ser cliente de uma instituição cadastrada no ambiente Tesouro Direto. Por comodidade, muitos preferem aquelas ligadas aos próprios bancos onde mantêm as suas contas. Atualmente a maioria dos operadores não cobra qualquer taxa para isso, mas pesquise no próprio site do TD para encontrar esta informação.

(2) Taxas: Para operar no sistema, a CBLC (Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia) cobra uma taxa de 0,20% ao ano.

(3) Liquidez: É diária, pois o Tesouro garante a recompra dos títulos que você possui (no caso da LFT analisada, você não precisaria mantê-la em seu poder até 2029).

(4) Tributação: O IR somente é debitado quando você vender o título; não há o “come-quotas” dos fundos. Quanto maior o valor e o prazo do investimento, maior a diferença a favor do TD.

(5) Importante: A estratégia aqui apresentada refere-se exclusivamente aos títulos “Tesouro Selic”. Abordarei os demais títulos em artigos futuros.

Um grande abraço e até a próxima semana!


Inteligência Financeira por Roberto Zentgraf

Graduado em Engenharia Civil (UFRJ), teve experiência profissional construída marcadamente na área financeira, iniciada na Controladoria do Grupo Exxon Foi professor no Grupo Ibmec lecionando disciplinas da área financeira (Matemática Financeira, Estatística, Finanças Corporativas, Gestão de Portfolios, dentre outras)

Paralelamente a estas atribuições, passou a assinar uma coluna semanal sobre Finanças Pessoais no jornal O Globo, tendo a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas dos leitores sobre orçamento pessoal, dívidas, aposentadoria, financiamento imobiliário e investimentos. O sucesso atingido pela coluna proporcionou inúmeras participações em palestras, comentários na mídia escrita e televisiva, além da publicação de outros sete livros tratando o tema.

Após obter a certificação de planejador financeiro (CFP® Certified Financial Planner) associou-se à BR Advisors, grupo especializado em soluções financeiras.


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