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14/10/2024 às 08h00

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Consumo consciente


Sem dúvida, o padrão de consumo que a humanidade tem adotado até o momento tem sido fonte geradora de diversos distúrbios ambientais, econômicos e sociais, sendo os mais aparentes aqueles que assistimos pelos jornais e mídia televisiva, onde rios e lagoas transbordam por conta do excesso de lixo, garrafas plásticas e demais detritos jogados fora irresponsavelmente.

Parte do problema é jogarmos fora o lixo em locais inapropriados, mas ainda assim, mesmo se não o fizéssemos, como tratar a questão sobre o que fazer com as incontáveis toneladas de restos daquilo que não consumimos? A discussão não é recente, como atestam todos aqueles envolvidos com a coleta e destinação final do lixo nos grandes centros urbanos, mas por conta das mudanças climáticas e do alerta dado por ambientalistas mundo afora, o problema passou a integrar o cotidiano das empresas e indivíduos.

Pelo lado empresarial é cada vez mais comum recebermos ofertas de produtos e ações socialmente e/ou ecologicamente sustentáveis, indo desde e-mails e documentos onde se incentiva o arquivamento eletrônico (e não em papel), até o mobiliário produzido a partir de madeiras obtidas em reflorestamento, que tal?

Bem, e pelo nosso lado consumidor, como também poderíamos contribuir e incentivarmos essa onda para um mundo melhor? Tentando juntar este conceito com o objetivo maior de nossa coluna – as finanças do bolso – preparei uma listinha com algumas ideias para que você, meu querido leitor, minha querida leitora, possa fazer a sua parte!

(1) Por que comprar? É a primeira grande questão, pois muitas vezes o desejo se sobressai à necessidade. Alguns exemplos corriqueiros: é preciso adquirir o novo par de tênis de corrida se o antigo ainda vai durar pelo menos mais seis meses? Ou o novo modelo de celular quando o seu sequer tem um ano de uso? Ou um segundo automóvel para a família quando se percebe que o atual permanece mais tempo na garagem do que na rua?

(2) O que comprar? Esta já é uma questão mais elaborada pois nem sempre o produto consciente tem seu preço idêntico aos demais; nada, entretanto, que uma boa pesquisa de preços não resolva. Assim, se você efetivamente quer participar, escolha o móvel feito com madeira de reflorestamento e abra mão daquele de origem não comprovada; ou ainda, prefira a embalagem retornável ou de vidro à embalagem não reciclável. Há até casos de supermercados que dão pequenos descontos no preço final da conta caso você traga suas sacolas de casa dispensando as plásticas oferecidas pelo próprio estabelecimento. Vale verificar também se a aquisição do produto de segunda mão não irá satisfazer suas necessidades, com a vantagem de menor preço e, eventualmente, uma unidade a menos que precisará ser produzida.

(3) Como comprar? Uma vez tomada a decisão pelo produto consciente, feita a pesquisa pelo melhor preço e comprovada a qualidade do que foi adquirido, acho muito simples manter a loja, o fornecedor ou o site dentre os seus favoritos por ocasião da nova compra. Pessoalmente tenho feito isso, e não me limitado apenas aos produtos politicamente corretos, mas também junto a fornecedores que me tratam de forma diferenciada. Muitos deles, como forma de reconhecimento pela minha fidelidade, já me presenteiam com alguns descontos e ofertas a que antes ou em outras condições eu não teria!

(4) De quem comprar? Como a ideia de produto sustentável virou quase um atestado de que o produtor é “do bem”, ainda há muita má fé espalhada por aí, com ofertas se dizendo ser de um jeito quando na realidade são de outro, infelizmente. Procurar selos de qualidade ou informações em sites de reclamações pode vir a ser um bom antídoto para tais situações. No caso de produtos de segunda mão, avaliações prévias, documentação adequada e eventuais garantias, dentre outros itens, também deverá constar em sua pesquisa inicial.

(5) Como usar? Seguir as especificações do fabricante e adicionalmente zelar pela conservação daquilo que se adquiriu parece-me o mais adequado, não só por garantir o correto funcionamento e aproveitamento do produto, mas também por aumentar sua vida útil, adiando assim uma nova compra. No caso de produtos perecíveis como alimentos, por exemplo, consumir na quantidade adequada evitando o desperdício também produzirá este efeito.

(6) Como descartar? Talvez a pior questão a se colocar em prática pois há uma tendência a acharmos que uma vez desnecessário, o produto possa ser jogado em qualquer canto. O primeiro ponto a se refletir é se ele ainda pode ser utilizado e caso positivo, verificar se é possível revendê-lo ou doá-lo para quem precise, como no caso de roupas, mobiliário e eletrodomésticos. Para o lixo cotidiano muitas empresas e prédios já fazem sua coleta seletiva, o que somente exigirá que você separe aquilo que irá jogar fora. Ah, mas este não é o caso de onde você mora? Então que tal propor isso na próxima reunião de condomínio?

Um grande abraço e até a próxima!


Inteligência Financeira por Roberto Zentgraf

Graduado em Engenharia Civil (UFRJ), teve experiência profissional construída marcadamente na área financeira, iniciada na Controladoria do Grupo Exxon Foi professor no Grupo Ibmec lecionando disciplinas da área financeira (Matemática Financeira, Estatística, Finanças Corporativas, Gestão de Portfolios, dentre outras)

Paralelamente a estas atribuições, passou a assinar uma coluna semanal sobre Finanças Pessoais no jornal O Globo, tendo a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas dos leitores sobre orçamento pessoal, dívidas, aposentadoria, financiamento imobiliário e investimentos. O sucesso atingido pela coluna proporcionou inúmeras participações em palestras, comentários na mídia escrita e televisiva, além da publicação de outros sete livros tratando o tema.

Após obter a certificação de planejador financeiro (CFP® Certified Financial Planner) associou-se à BR Advisors, grupo especializado em soluções financeiras.


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