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28/10/2024 às 11h40

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Onde é a porta de saída?

Além do que já abordamos em artigos passados, como a questão dos riscos, custos e ganhos além da inflação associados aos investimentos,  outra dimensão que você, meu querido leitor, minha querida leitora, deverá considerar é a liquidez de sua aplicação: quanto mais líquido for o ativo, mais rápido você irá convertê-lo em dinheiro e com isso realizar seus demais objetivos, tais como pagar prestações, trocar de carro ou fazer a tão sonhada viagem, por exemplo.

Bem, e afinal, apostar na liquidez é bom ou ruim? Taí. Não há uma resposta única, pois tudo irá depender dos seus objetivos de investimento. Por exemplo, se o que você pretende ao guardar dinheiro é ter uma reserva para emergências, não julgo adequado comprar um imóvel pois uma transação imobiliária requer tempo e, em uma emergência financeira, esperar é a última coisa que você quer, não é mesmo? Deixar estes recursos na conta corrente ou na Poupança é uma alternativa razoável para as despesas imediatas, ainda que no caso da Poupança, saques antes da data de aniversário eliminem os ganhos do mês. Mas atenção: mesmo em investimentos líquidos, como é o caso das aplicações financeiras, você precisará verificar as condições de resgate, que nem sempre são imediatas. Vejamos algumas situações!

Títulos de renda fixa: Investimentos em CDBs, LCIs ou LCAs (para ficarmos nos mais usuais), salvo raras exceções, prendem os recursos até a data do vencimento. Eventualmente, algumas corretoras ou mesmo bancos, aceitam resgates antecipados, mas certamente cobrando um deságio que possivelmente reduzirá substancialmente a rentabilidade inicialmente oferecida. No investimento em títulos do Tesouro Direto, mesmo aqueles com prazos mais longos, é possível o resgate antecipado (o Tesouro garante a recompra) mas, como abordado em artigos anteriores, pré-fixados ou indexados ao IPCA serão recomprados pelos preços de mercado vigentes à época, eventualmente gerando perdas.

Ações, Fundos Imobiliários, Fundos ETF: São instrumentos negociados na bolsa de valores e para resgatar os valores investidos, será necessária uma operação de venda em bolsa, o que dependerá da existência de compradores interessados. Além da questão do risco de mercado (flutuação nas cotações), há variações expressivas quanto à liquidez destes instrumentos. Uma boa dica é pesquisar quantas transações (e os correspondentes volumes) são negociados diariamente para evitar sustos futuros.

Fundos em Geral: Também aqui a pesquisa é essencial. Um fundo D0 garante os recursos em conta no mesmo dia da solicitação do resgate; já um fundo D30, demandará 30 dias entre a solicitação de resgate e o crédito dos recursos em conta, o que no caso dos fundos mais arriscados (Multimercados ou Renda Variável) embute o risco adicional de flutuação no valor das cotas entre a solicitação do resgate e o crédito dos recursos. Aqui todo cuidado é pouco!!

A esta altura, você deve estar achando que o melhor é privilegiar a liquidez, com ou sem risco, como forma de ter o dinheiro sempre à mão. Cuidado, pois tudo depende do jeito com que você encara um belo patrimônio acumulado. Às vezes, ter uma chave na porta de saída é um estímulo adicional para não se direcionar o esforço de poupança em consumo evitável. Acho pouco provável alguém trocar um imóvel maior por um menor para, com a diferença de preços, comprar um carro importado, por exemplo. Mas tenho cá minhas dúvidas se, diante de uma tentação destas, o sujeito não baixaria parte de sua aplicação financeira para satisfazer o desejo. Não estava planejado? Vai fazer diferença no longo prazo? Então por favor, tranque a porta!

Um grande abraço e até a próxima semana!


Inteligência Financeira por Roberto Zentgraf

Graduado em Engenharia Civil (UFRJ), teve experiência profissional construída marcadamente na área financeira, iniciada na Controladoria do Grupo Exxon Foi professor no Grupo Ibmec lecionando disciplinas da área financeira (Matemática Financeira, Estatística, Finanças Corporativas, Gestão de Portfolios, dentre outras)

Paralelamente a estas atribuições, passou a assinar uma coluna semanal sobre Finanças Pessoais no jornal O Globo, tendo a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas dos leitores sobre orçamento pessoal, dívidas, aposentadoria, financiamento imobiliário e investimentos. O sucesso atingido pela coluna proporcionou inúmeras participações em palestras, comentários na mídia escrita e televisiva, além da publicação de outros sete livros tratando o tema.

Após obter a certificação de planejador financeiro (CFP® Certified Financial Planner) associou-se à BR Advisors, grupo especializado em soluções financeiras.


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