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17/03/2025 às 09h40

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Comodidades ou micos: você decide!

Olá,  meu querido leitor, minha querida leitora. Já repararam na quantidade de oferta que recebemos diariamente em nossos celulares? Seja por meio de anúncios em redes sociais, seja por meio de telefonemas pra lá de indesejados, a turma não conhece limites... e tasca bloqueio! Por conta disso, achei o tema interessante para um artigo, e resolvi preparar uma lista com alguns itens presentes na nossa relação com a rede bancária, ainda que, justiça seja feita, o setor não esteja no topo do ranking dos que mais perturbam.

No caso das instituições financeiras, boa parte das ofertas e serviços referem-se a comodidades (em alguns casos vendidos como vantagens!) e que, por si só, não constituem necessariamente armadilhas, desde que corretamente utilizados.

(1) Cartão de Débito, Pix, Saques sem Cartão: todos muito convenientes e simples de usar, permitindo saques em dinheiro (ainda não disponível no Pix), transferências e compras. Não tenho dúvidas que o trio veio para substituir o antigo e quase finado talão de cheques, cada dia mais raro. O grande perigo é que raramente anotamos as despesas feitas com estes instrumentos (na época dos cheques, me lembro de anotar o gasto no canhoto!!), gerando assim um descontrole no saldo em conta corrente, com grandes chances de ficarmos no vermelho. Acessar periodicamente a conta para verificar o saldo resolve a questão.

(2) Limites da Conta: veio para substituir o cheque especial, e de certa forma é uma comodidade, ao disponibilizar um crédito pré-aprovado, permitindo assim que o cliente gaste além do saldo que possui em conta. Vale para uma emergência, e desde que o avanço no limite seja por poucos dias, devido aos elevados juros cobrados nesta modalidade. No caso de saldos negativos por prazos longos, as chances de cair no efeito bola de neve é muito alta, e a solução adequada é negociar um empréstimo pessoal com prestações fixas que caibam no orçamento.

(3) Cartão de Crédito: usado como meio de pagamento, vá lá, mas parcelar faturas, pagar com atraso ou fazer saques em dinheiro é encrenca certa: juros até mais altos que os citados no item anterior...  Muitos, irresponsável e erradamente utilizam-nos como um salário adicional, esquecendo-se, entretanto, que a fatura um dia chega... e como!

(4) Título de Capitalização: é jogo,com direito a sorteio e tudo. Encarado desta forma, é bom negócio pois afinal, em que outro jogo você receberia o valor apostado de volta (ainda que muito tempo depois)? Mas não é investimento: os que vi por aí, rendem muito pouco e possuem baixa liquidez (saques antes do final do período contratado, somente de parte do que foi depositado).

(5) Fundos Multimercados: vendidos como aplicações que sempre rendem, tenho analisado-os e percebo que em muitos casos o risco supera o de aplicações de baixo risco (renda fixa, DI) e a rentabilidade não, sendo por muitas vezes negativa. Estranha escolha, não? Maior risco e menor rentabilidade? Tomando por base um período de pelo menos 12 meses, avalie se o que você possui se enquadra neste caso e, constatada a distorção, migre para outra aplicação.

(6) Alavancagem: nome bonito, coisa de profissional. Alguns fundos oferecem-na. Você sabe do que se trata? Se não, caia fora! Em épocas de alta nas bolsas, por exemplo, um fundo alavancado pode apresentar ganhos bem superiores ao de um fundo tradicional, antecipando assim a sua aposentadoria; mas em épocas de baixa, o fundo (do poço!) chega mais rápido. Todo cuidado aqui é pouco!

(7) Conta conjunta: é bom tê-las para no caso de uma emergência, o segundo titular poder movimentá-la. Mas acho impossível controlá-la quando mais de um correntista movimenta-a regularmente. Para um casal acho adequadas duas contas correntes conjuntas, com cada um sendo o primeiro titular de uma, por exemplo!

(8) Pacote de tarifas: verifique se você paga o que realmente usa: porque pagar para ter direito a vinte saques mensais se você só faz cinco, por exemplo?

Um grande abraço e até a próxima semana!


Inteligência Financeira por Roberto Zentgraf

Graduado em Engenharia Civil (UFRJ), teve experiência profissional construída marcadamente na área financeira, iniciada na Controladoria do Grupo Exxon Foi professor no Grupo Ibmec lecionando disciplinas da área financeira (Matemática Financeira, Estatística, Finanças Corporativas, Gestão de Portfolios, dentre outras)

Paralelamente a estas atribuições, passou a assinar uma coluna semanal sobre Finanças Pessoais no jornal O Globo, tendo a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas dos leitores sobre orçamento pessoal, dívidas, aposentadoria, financiamento imobiliário e investimentos. O sucesso atingido pela coluna proporcionou inúmeras participações em palestras, comentários na mídia escrita e televisiva, além da publicação de outros sete livros tratando o tema.

Após obter a certificação de planejador financeiro (CFP® Certified Financial Planner) associou-se à BR Advisors, grupo especializado em soluções financeiras.


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