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13/05/2025 às 22h00

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Seu João e Dona Maria

Seu João e Dona Maria

Seguindo a estratégia oficial de incentivo ao consumo para o reaquecimento da economia, aposentados e pensionistas do INSS receberam metade do décimo-terceiro ao longo das últimas semanas, o que aliado com a restituição do IR –prometida para iniciar no final de maior – deve ter deixado muita gente satisfeita. É um dinheirinho extra que vem mesmo em boa hora, já que por conta do custo de vida, muitos estão pendurados em cheques especiais ou cartões de crédito pagando juros de mais de 200% ao ano. É o seu caso, meu querido leitor, minha querida leitora? Então este artigo é para você!

Está certo que o apelo oficial – consuma! – agrada, afinal, quem não gosta de gastar, não é mesmo? Mas, na dúvida entre ser patriota ou estar em dia com o próprio orçamento, eu ficaria com a segunda opção, priorizando a eliminação da dívida cara para só depois, caso sobrasse algum, partir para a gastança. Um exemplo simples ajuda a reforçar meu argumento. Suponha que o Seu João receba uma pensão de R$ 5.000, aí já descontados os impostos. Mas neste mês, seu benefício veio mais gordo, correspondente aos R$ 2.500 da primeira parcela do décimo-terceiro. Infelizmente nosso amigo possui uma dívida crônica no cartão de R$ 2.500, e como não consegue quitá-la, vê sua fatura crescer pelo menos R$ 250 por mês só por conta dos juros que precisa pagar. Até o final do ano, Seu João terá recebido R$ 37.500, aí incluídos os sete meses restantes e a segunda parcela do décimo-terceiro. Não liquidar a sua dívida agora representará, na melhor das hipóteses, R$ 1.750 a menos em seu consumo (equivalente aos sete meses dos juros de R$250 que a administradora lhe cobra) além do débito original, o que lhe deixará R$ 33.250 livres para o gasto despreocupado (= R$37.500 – R$1.750 – R$2.500). Se, atento, Seu João optar por usar o benefício recebido para liquidar a fatura estancando assim o pagamento dos juros, este valor subirá para R$ 35.000, que tal? Um aumento de 5,26% no consumo.

Estratégia parecida, mas não tão drástica deve ser adotada por Dona Maria, que também recebendo R$ 5.000 mensais, possui dívida crônica de apenas R$ 1.000. Adotando as mesmas premissas que usei para o Seu João, adiar a resolução de seu problema, a fará ter menos R$ 700 em seu orçamento por conta dos juros que irá pagar, deixando-lhe R$ 35.800 para o consumo despreocupado (= R$37.500 – R$700 – R$1.000). Caso opte por liquidar sua dívida agora, este valor subirá para R$ 36.500, um ligeiro acréscimo de 1,96% em seu consumo. Mas vejam: por conta do baixo valor de seu débito, ainda lhe sobrarão para gasto imediato R$ 1.500 da parcela do décimo terceiro agora recebida. Cá entre nós, acho que o netinho de Dona Maria vai se dar bem, não?

Um grande abraço e até a próxima semana!


Inteligência Financeira por Roberto Zentgraf

Graduado em Engenharia Civil (UFRJ), teve experiência profissional construída marcadamente na área financeira, iniciada na Controladoria do Grupo Exxon Foi professor no Grupo Ibmec lecionando disciplinas da área financeira (Matemática Financeira, Estatística, Finanças Corporativas, Gestão de Portfolios, dentre outras)

Paralelamente a estas atribuições, passou a assinar uma coluna semanal sobre Finanças Pessoais no jornal O Globo, tendo a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas dos leitores sobre orçamento pessoal, dívidas, aposentadoria, financiamento imobiliário e investimentos. O sucesso atingido pela coluna proporcionou inúmeras participações em palestras, comentários na mídia escrita e televisiva, além da publicação de outros sete livros tratando o tema.

Após obter a certificação de planejador financeiro (CFP® Certified Financial Planner) associou-se à BR Advisors, grupo especializado em soluções financeiras.


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