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Agora no Painel Selic a 15% é inadmissível, diz Carlos Fávaro
03/07/2025 às 12h40

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Afobado ou sereno, você decide!

O semestre termina com muita confusão no ar, tanto no plano internacional – conflitos armados, guerra tarifária, protecionismo comercial, dentre outros – quanto no plano nacional – aumento de impostos, inflação fora da meta, disputa entre os poderes, perigo de apagão fiscal – isso para ficarmos apenas no que a mídia tem veiculado recentemente.

Para aqueles que, financeiramente equilibrados e com alguma capacidade de poupança, vêm aplicando suas sobras nas opções de investimento disponíveis no mercado, o meio do ano é um bom momento para reavaliar como anda a economia do bolso, a fim de verificar se as metas traçadas no início do ano conseguirão ser atingidas. Pelo lado das despesas, o aumento dos preços de produtos e serviços também não tem ajudado, provavelmente diminuindo a quantidade do que se guarda no mês a mês. Como agir?

Bem, meu querido leitor, minha querida leitora, se você se encontra nesta situação, calma e sangue frio são ingredientes essenciais para não se deixar contaminar pela negatividade espalhada no ar. Sugiro atacar a questão em duas frentes.

(1) Pelo lado das despesas, fidelidade a suas metas: Para quem é organizado e faz um orçamento no início de cada ano visando gerar uma sobra – a partir das diferenças entre o que ganha e o que gasta – é muito comum, diante do aumento das despesas, rever ou mesmo descartar os objetivos previamente traçados, não é mesmo?  Permitam-me discordar, mas sou da opinião que você não as revise, mas sim se esforce para cumpri-las. Bom senso e flexibilidade precisarão entrar no seu planejamento. Por exemplo, se a conta do supermercado subiu, compense gastando menos em refeições fora ou deixando o carro em casa uma ou duas vezes na semana, para assim economizar o estacionamento.

(2) Pelo lado das receitas, deixe a emoção de lado e use a razão: Assumindo que a economia mais aquecida (é uma boa notícia!) não tenha melhorado a sua renda pelo trabalho (em aumento salarial, maior participação nos resultados, ou comissões mais altas), vale avaliar com calma o resultado de seus investimentos... Veja: nos seis meses do ano, a inflação medida pelo IPCA ficou em 2,93%. Os afobados, que apostaram no aumento do dólar, deram com os burros n´água, pois no mesmo período, a cotação recuou em 11,57%... eita, pitanga!  Em compensação, todas as demais classes de investimento, na média superaram a inflação, tomando-se por base as variações dos seus correspondentes índices. Por exemplo o CDI aumentou 6,35% e o IMA-S, que reflete a variação das aplicações pós-fixadas, variou 6,49%. Já o IMA-B e o IRF-M, que refletem as variações das aplicações indexadas à inflação e as prefixadas, subiram  respectivamente 8,18% e 10,25%. Mesmo os investimentos de mais risco, registraram valorização: fundos imobiliários (medidos pelo IFIX) subiram 11,12%, fundos multimercados (medidos pelo IHFA) subiram 7,79% e ações e fundos de ações (medidos pelo Ibovespa) subiram 13,79%.

Neste ponto, duas questões devem ficar claras: (1) as variações expressas nos índices citados não necessariamente irão corresponder aos resultados obtidos em suas aplicações específicas, já que refletem médias (algumas aplicações terão rendido acima e outras abaixo da média); (2) os dados apresentados não indicam o que irá ocorrer no futuro – é a velha máxima de que “rentabilidade passada não garante rentabilidade futura”. Mas, considerando a atual Selic (15%) entendo que haja muitas alternativas a aproveitar, desde que o espírito sereno prevaleça sobre o afobado!

Um grande abraço e até o próximo semestre!


Inteligência Financeira por Roberto Zentgraf

Graduado em Engenharia Civil (UFRJ), teve experiência profissional construída marcadamente na área financeira, iniciada na Controladoria do Grupo Exxon Foi professor no Grupo Ibmec lecionando disciplinas da área financeira (Matemática Financeira, Estatística, Finanças Corporativas, Gestão de Portfolios, dentre outras)

Paralelamente a estas atribuições, passou a assinar uma coluna semanal sobre Finanças Pessoais no jornal O Globo, tendo a oportunidade de esclarecer as principais dúvidas dos leitores sobre orçamento pessoal, dívidas, aposentadoria, financiamento imobiliário e investimentos. O sucesso atingido pela coluna proporcionou inúmeras participações em palestras, comentários na mídia escrita e televisiva, além da publicação de outros sete livros tratando o tema.

Após obter a certificação de planejador financeiro (CFP® Certified Financial Planner) associou-se à BR Advisors, grupo especializado em soluções financeiras.


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