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Dor no joelho

A dor no joelho ou ao redor dele pode representar um problema que afeta a própria articulação do joelho ou o tecido mole ao redor dele, como os tendões e músculos.

O joelho é uma das maiores e mais complexas articulações no nosso corpo. É composta por três ossos, tendões que ligam os ossos aos músculos, e ligamentos que estabilizam e ligam os ossos e os meniscos que atuam como amortecedor na articulação, enquanto que as bolsas de líquido conhecidas como bursas ajudam o joelho a movimentar-se suavemente. Em seu interior encontramos o líquido sinovial que tem a função de lubrificar as estruturas, permitindo também o movimento suave e indolor do joelho, assim como nutrir a cartilagem que reveste o fêmur, tíbia e patela. 

Sessenta e nove por cento das pessoas com dor sentem dores nos joelhos segundo GSK Global Pain Index Research 2014 – fullreport p. 47. Existem diversas causas possíveis de dores no joelho, desde lesões como entorses, distensões, rupturas de ligamentos e de cartilagem, fraturas e luxações, até patologias como osteoartrite,tendinopatiaou bursite. 

As lesões no joelho podem ocorrer, por exemplo, entre atletas, que podem sofrer rupturas nos ligamentos do joelho, lesões meniscais, o que ocasiona dores súbitas, assim como fraturas subcondrais. Ou seja, lesões relacionadas ao esporte, assunto que trataremos em outro texto.

As lesões no joelho podem também surgir de forma lenta devido à osteoartrite, e é sobre esta patologia que falaremos hoje.

Osteoartrite ou Osteoartrose é uma afecção reumática que ocorre por insuficiência da cartilagem hialina articular, sendo essa insuficiência desencadeada por estresse biomecânico, alterações bioquímicas ou fatores genéticos.

Os fatores que predispõem o joelho a apresentar Osteoartrose são: cargas excessivas, atividades laborativas, sexo, idade e sobrepeso/obesidade.

Estudos epidemiológicos e populacionais revelam que pessoas com índice de massa corporal (IMC) ≥ 25 kg/m² apresentam um risco de três a cinco vezes maiores, quando comparadas àquelas com peso normal.

A prevalência da Osteoartrose aumenta com a idade, causando limitação física em 10% das pessoas com mais de sessenta anos,tendo uma maior incidência em mulheres acima dos cinquenta anos.  Entretanto seu início assintomático acontece bem antes do indivíduo atingir esta idade. 

Com o aumento da idade associado ao ganho de peso, a cartilagem perde seus mecanismos protetores, ficando mais fina e suscetível a microfraturas. Há ainda nos idosos um aumento da gordura corporal que contribui para a sobrecarga nas articulações, acarretando em prejuízos funcionais. As incapacidades funcionais ocasionadas pela dor exacerbada e pela redução da amplitude de movimento prejudicam a mobilidade. 

 Isso leva ao sedentarismo e aumento do peso corporal, consequentemente, há uma sobrecarga em uma articulação já degenerada, a qual resulta em grave instabilidade.

Com o agravamento do quadro articular, as atividades rotineiras ficam comprometidas, conduzindo ao isolamento social e repercutindo em problemas psicossociais e emocionais, alterando o estilo e a qualidade de vida desses indivíduos.

A Osteartrose do joelho é caracterizada por dor, rigidez articular, crepitação, deformidade e incapacidade funcional, acometendo o indivíduo de maneira lenta e progressiva. 

O tratamento da Osteoartrite deve ser multidisciplinar e buscar a melhora funcional, mecânica e clínica do indivíduo, sendo para isto usado mão do tratamento farmacológico comanalgésicos e antiinflamatórios, condroprotetores, infiltração com corticoides, infiltração com ácido hialurônico.

O tratamento não farmacológico consiste em programas educativos, exercícios terapêuticos sob orientação e uso de órteses quando necessários. 

Na falha do tratamento conservador, o tratamento cirúrgico se impõe e consiste em osteotomias, desbridamentosartroscópicos, artroplastias, e artrodeses. 

Portanto, precisamos realizar uma mudança de hábito para vivermos com qualidade de vida, primeiro entendendo da nossa máquina, o nosso corpo. Tendo como rotina a execução de exercícios com orientação para realização de fortalecimento muscular, exercícios aeróbicos para o condicionamento físico e alongamento para ganho de flexibilidade, assim como uma alimentação adequada.

O ser mais importante é você, para que você possa realizar suas atividades diárias e conquistar sucesso em seu trabalho, você precisa que seu corpo esteja bem, priorize-o. 


*Publicado originalmente em 17.06.2019


Medicina & Saúde por Dr. Rogério Barboza

Rogério Barboza  é médico ortopedista, com área de atuação em trauma desportivo, ortopedia pediátrica, gestão em saúde e auditoria médica. Supervisor do programa de residência médica em ortopedia e professor especialista da disciplina de ortopedia do curso de medicina. Coordenador do Núcleo de Assistência do Pé Torto.

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