Novembro Azul - um homem que se cuida um homem de atitude
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre a população masculina brasileira (ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma). Atualmente, é a segunda maior causa de óbito por câncer nesse público. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Urologia informou que a doença matou 17 mil homens no Brasil em 2023, uma média de 47 por dia. E há previsão de aumento no número de casos nos próximos anos, portanto, esses números expressivos tornam a campanha ainda mais significativa.
É importante lembrar que, a próstata é uma glândula presente apenas nos homens, localizada na frente do reto, abaixo da bexiga, envolvendo a parte superior da uretra (canal por onde passa a urina). Sua função é produzir um líquido que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozoides. Em homens jovens, a próstata possui o tamanho de uma ameixa, mas seu tamanho aumenta com o avançar da idade. Em consequência disso, um dos principais fatores de risco para o câncer de próstata é a idade (incidência e mortalidade aumentam significativamente após os 60 anos). Além disso, o histórico familiar (pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos) e a alimentação (sobrepeso e obesidade) também contribuem para a incidência da doença.
Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas e, quando apresenta, os mais comuns são:
● Dificuldade de urinar;
● Demora em começar e terminar de urinar;
● Sangue na urina;
● Diminuição do jato de urina;
● Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.
A Organização Mundial de Saúde destaca ações e mudanças de hábitos que ajudam a reduzir os fatores de risco, como controle do tabaco, prevenção ao uso do álcool, prática de atividade física, alimentação saudável, combate ao sedentarismo e à obesidade, dentre outros. Ademais, ir regularmente ao médico para realização de exames de rotina é de extrema importância. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores devem realizar o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e também realizar o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico). Cabe lembrar que, cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. E outros exames poderão ser solicitados caso haja suspeita de câncer de próstata, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal. Ou seja, a prevenção é crucial para um tratamento eficaz.
Rogério Barboza é médico ortopedista, com área de atuação em trauma desportivo, ortopedia pediátrica, gestão em saúde e auditoria médica. Supervisor do programa de residência médica em ortopedia e professor especialista da disciplina de ortopedia do curso de medicina. Coordenador do Núcleo de Assistência do Pé Torto.