Na Carta da II Conferência Estadual da Mulher Advogada de Alagoas, evento realizado em Maceió nos dias 2 e 3 de maio, a advocacia feminina do estado destacou, entre outras coisas, a importância da paridade de gênero e racial, a adoção de medidas para incentivar a participação das mulheres na política e a inserção do lawfare de gênero como infração ético-disciplinar, além de pontuar a criação de um Grupo de Trabalho com o fim de regulamentar a paridade de gênero nas listas do quinto constitucional.
Esses e outros assuntos foram discutidos nas palestras realizadas durante o evento, que reuniu centenas de mulheres advogadas em busca de melhorias para o exercício da profissão. A carta traz o resultado dos debates e expõe os pontos a serem trabalhados daqui para a frente, para que os desejos das profissionais possam se concretizar.
Confira na íntegra a carta da Conferência:
CARTA DA II CONFERÊNCIA ESTADUAL DA MULHER ADVOGADA EM ALAGOAS
Maceió-AL, 03 de maio de 2024.
CARTA DE MACEIÓ – Alagoas
Senhoras e senhores.
Nós, participantes da II Conferência Estadual da Mulher Advogada, promovida pela OAB ALAGOAS, através das Comissões da Mulher Advogada e Comissão Especial da Mulher.
Considerando as atribuições conferidas através da Constituição Federal à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da advocacia, indispensável à administração da justiça e inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, bem como a dignidade da pessoa humana como princípio fundamental, a redução das desigualdades e a promoção do bem de todas e todos, sem preconceito de qualquer origem e a necessária adoção de medidas para assegurar o desenvolvimento e progresso da mulher, com objetivo de garantir-lhe o pleno gozo dos direitos humanos e liberdades.
Considerando os direitos da mulher de ter igual participação nos assuntos públicos, de ser livre de todas as formas de discriminação e de ser valorizada e educada livre de padrões estereotipados de comportamento, assim como a garantia de participação plena e efetiva das mulheres em espaços de liderança e na tomada de decisões na vida política, econômica e pública,
Considerando a implementação da paridade de gênero e das cotas raciais para negros nas eleições da OAB, prevista na Resolução nº 5/2020 do CFOAB e a composição dos quadros da advocacia, que conta com maioria feminina;
Considerando a necessidade de erradicar os frequentes episódios de violência direcionada às mulheres advogadas em Alagoas, todo o Brasil, bem como a responsabilidade social da OAB para mitigar todos os tipos de violência;
Considerando o teor da carta de Curitiba confeccionada na IV Conferência Nacional da Mulher Advogada construída pelas mãos de várias advogadas de todo o Brasil, comprometidas com o avanço das mulheres, para que não sejam submetidas as imposições machistas e patriarcais que tentam tolher liberdades de pregar subserviência,
Conclamamos a toda a advocacia alagoana, em especial a todas as mulheres advogadas, em conjunto, à construção de um ambiente jurídico ético, justo, solidário e inclusivo, além do fortalecimento de políticas de promoção de mulheres advogadas e de repressão de ações violadoras de seus direitos, para a criação de uma advocacia efetivamente democrática, em especial, por meio das seguintes diretrizes:
Nestes termos, evidenciamos a importância das mulheres advogadas alagoanas para o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas no Estado, bem como para a ampliação de garantias fundamentais da cidadania em geral, sobretudo das mulheres, para que, nas palavras de Rosa de Luxemburgo, tenhamos um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.
Fonte: Ascom OAB/AL
Conteúdo informativo sobre assuntos do âmbito jurídico de interesse popular.