O agronegócio brasileiro forneceu alimento para 772,600 milhões de pessoas em 2020, segundo estudo da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa (Sire), divulgado neste mês de março.
De acordo com a publicação, 212,235 destas pessoas são do Brasil e as outras 560,365 milhões são de outros países.
"A
variação da população total alimentada pelo Brasil em 2019, de 809,472
milhões em relação a 2020, deve-se à variação de preços dos produtos nos
dois anos considerados. Assim, pode-se afirmar que ao redor de 800
milhões de pessoas são alimentadas pelo Brasil, incluindo a população
brasileira”, afirmam os autores.
Segundo a pesquisa, nos
últimos dez anos, a participação do Brasil no mercado mundial de
alimentos saltou de US$ 20,6 bilhões para US$ 100 bilhões. Os produtos
em destaque foram a carne, soja, milho, algodão e produtos florestais.
Com isso, a expectativa é de que a contribuição do país para o abastecimento mundial aumente nos próximos anos.
Para
quantificar a contribuição do Brasil para a alimentação mundial, o
estudo considerou a produção de grãos e oleaginosas por serem alimentos
básicos de várias populações no mundo e também considerados básicos para
a produção de proteína animal. Os pesquisadores realizaram dois
cálculos. O primeiro é baseado na produção física de grãos e o segundo
agrega a esta produção física o seu respectivo valor monetário, a partir
de preços internacionais.
Nas contas, os pesquisadores
realizaram a conversão de carne bovina em grãos, se baseando no fato de
sua produção acontecer no pasto.
"Convertemos esta
exportação para equivalente em grãos e quantificamos quantas pessoas são
alimentadas por esta carne. Esta é a segunda alternativa do estudo”,
explica Elisio Contini, um dos pesquisadores envolvidos no estudo.
“Na
primeira alternativa, baseada na produção física, utilizaram-se dados
do International Grains Council (IGC), subtraindo-se as importações de
grãos feitas pelo Brasil", contam os autores.
"A partir
dos dados de produção, estabeleceu-se o percentual da produção
brasileira destes grãos em relação à mundial. Com dados da população
mundial, foi possível quantificar o número de pessoas que o Brasil pode
alimentar, com base na sua participação na produção mundial de grãos e
oleaginosas”, detalham.
A partir disso, os pesquisadores
entenderam que a participação do Brasil na produção mundial de grãos
cresceu de 6% em 2011, para 8% em 2020.
No segundo método, os
estudiosos multiplicaram os preços internacionais com a produção a cada
ano. Fazendo em seguida a proporção em relação ao total, como na
estimativa anterior.
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