As gestantes e puérperas (mulheres que tiveram filhos há até 45 dias)
registra uma taxa de letalidade de 7,2%, mais que o dobro da atual taxa
de letalidade do país, que é de 2,8%. O dado faz parte do último Boletim
do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado
no início deste mês de junho.
Segundo o boletim, um estudo sobre a
pandemia nas Américas, publicado em maio pela Organização Pan-Americana
da Saúde (Opas), verificou que, entre janeiro e abril deste ano, houve
um aumento relevante de casos em gestantes e puérperas, e de óbitos
maternos por covid-19 em 12 países.
Os especialistas alertam ainda
que as gestantes podem evoluir para formas graves da covid-19, com
descompensação respiratória, em especial, aquelas que estão em torno de
32 ou 33 semanas de gestação. Em muitos casos, segundo os cientistas, há
necessidade de antecipar o parto.
Esse quadro aumenta a preocupação
em relação à disponibilidade de leitos de UTI adulto para essas
mulheres e de leitos de UTI neonatal para os recém-nascidos, que podem
ser prematuros. Os pesquisadores alertam que ambos precisam de cuidados
especializados e imediatos. A partir de meados de 2020, começaram a ser
publicados artigos sobre a morte de gestantes e puérperas por covid-19
no Brasil, alertando para a necessidade de preparação e organização de
toda a rede de atenção em saúde.
De acordo como Observatório
Obstétrico Brasileiro Covid-19, os óbitos maternos em 2021 superaram o
número notificado em 2020. No ano de 2020, foram 544 óbitos em gestantes
e puérperas por covid-19 no país, com média semanal de 12,1 óbitos,
considerando que a pandemia se estendeu por 45 semanas epidemiológicas
nesse ano. Até 26 de maio de 2021, transcorridas 20 semanas
epidemiológicas, foram registrados 911 óbitos, com média semanal de 47,9
óbitos.
*Publicado como editorial na edição 48 da revista Painel Alagoas
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