Catarina Muniz em menos de seis meses publicou dois romances, já tem prontos outros dois e um terceiro em produção
Ricardo Leal*
Não seria nenhuma falta de modéstia hoje eu me considerar um privilegiado, por ter tido a oportunidade de ler Catarina numa época em que ser escritora era um projeto muito distante, quase inimaginável. Da confiança adquirida pela nossa convivência diária no trabalho e, talvez,por eu já ter publicado livros no século passado, Catarina me presenteou com algumas crônicas de sua autoria, me pedindo uma sincera opinião. Me surpreendi com o que li e sugeri a ela que tentasse de alguma maneira, sair do anonimato.
Quando me disse que ,além de tudo o que eu tinha lido, ainda havia um romance praticamente pronto não tive dúvida em incentivá-la a procurar alguma "editora virtual"e tentar negociar um jeito qualquer de publicação. Não acompanhei muito de perto as negociações, mas fiquei surpreso e feliz quando ela me mostrou um exemplar do Segredo de Montenegro publicado quase que de maneira artesanal.
Apesar da edição "amadora" sem orelhas, sem prefácio, nem qualquer tipo de referência a autora, o "produto livro" tinha o que todo livro bom deve ter:conteúdo. Isso lá ele tinha sobrando. Um surpreendente texto , um romance, com pitadas eróticas e sensuais, com uma narrativa de fácil degustação , sequenciada por capítulos que prendiam a atenção e despertavam a curiosidade do leitor.
Mal terminei de ler o Segredo de Montenegro e já fui "apresentado " a Dama de Papel, também publicado no mesmo "esquema", apesar da edição e diagramação serem um pouco mais arrojadas.Para minha surpresa, uma vez mais estava diante de um belíssimo texto. Dessa vez um romance vivido na Inglaterra do Séc XIX. O que me surpreendeu nesse segundo livro foi , além do já conhecido talento em criar personagens, narrar situações e desenvolver o texto, despertando aquela curiosidade do leitor querer saber o que vem no próximo capítulo, Catarina dá uma brilhante prova de conhecimento histórico ao enquadrar, com maestria, o enredo de sua obra dentro da realidade cotidiana daquela época.
Li em algum lugar que quem tem talento desenvolve um invisível vício de triunfar de um jeito ou de outro, aconteça o que acontecer. Quando o destino conspira a favor então, o triunfo torna-se inevitável. E o destino colocou a "Dama de Papel" numa editora de porte nacional, capaz de elevar o trabalho de Catarina a níveis antes nunca imaginados.
Dos dias que li aqueles primeiros textos até a véspera do lançamento da Dama de Papel, em Maceió, passaram-se pouco mais de 2 anos e aquele sonho quase impossível virou uma realidade inquestionável.Catarina Muniz amanhã,para todos que prestigiarem sua noite de autógrafos, não será uma escritora, será " A Escritora".
*Publicado originalmente no blog/coluna Etcetera em 13/11/2015
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