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25/07/2022 às 12h40

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Mais Alagoas e menos Brasília


Por Hemerson Casado*

Em Alagoas, cada um dos prefeitos tem que conhecer as suas próprias cidades. Cada uma precisa trabalhar com o seu Big Data para, a partir daí, começar a ter noção do que cada setor, como a educação, saúde, segurança, meio ambiente, vocação para o seu desenvolvimento, mobilidade urbana, necessita para tornar a sua cidade um ambiente melhor para os seus habitantes, pois a cidade só existe por causa do cidadão. As prefeituras são fundamentais para a grande mudança que é a Cidade Inteligente. Esse conceito é uma revolução do futuro, que tem que ser iniciada agora.  
As decisões tomadas em Brasília, nem sempre refletem o anseio de cada comunidade. O que torna difícil a implementação desses conceitos é a enorme dependência dos políticos de Brasília, que fazem das emendas parlamentares uma moeda de troca para as reeleições dos senadores, deputados federais, estaduais e dos próprios prefeitos e vereadores, que por mais que as demandas sejam legítimas, como um recapeamento de uma estrada, uma ponte, um ônibus escolar, prefeitos se comprometem com o deputado, que faz chantagem em troca do apoio para a próxima eleição. E ainda tem os deputados que são corruptos, e prefeitos e vereadores corruptos, que desviam recursos do erário e a cidade, assim como a região, não consegue o mínimo possível de desenvolvimento. Ainda bem que a descentralização das universidades federais, estaduais e privadas conseguem despertar o senso crítico nos estudantes, que, em sua maioria, são advindos de classes sociais baixa ou média baixa e eu espero, torcendo, pra que o futuro chegue nessas cidades e a ciência, tecnologia e inovação possam reinar nessas comunidades.
Cerca de 50% da população mundial vivem em cidades e segundo a ONU, em 2050, esse número subirá para 70%, sendo que o espaço que as cidades ocupam na superfície da Terra, é de apenas 2% . Imagina o que esses números podem significar?  Teremos que passar a conviver, ao invés da simplicidade de viver. Algumas cidades já experimentam soluções para servir a todos de forma igualitária, mas é necessária uma mudança no comportamento da população e principalmente, na escolha das nossas lideranças. O futuro que todos nós queremos, não há espaço para políticos profissionais, transmissão hereditária na política, cargos públicos ocupados por amigos, parentes, afilhados políticos.  
Teremos que ter uma reforma política, que garanta verdadeiramente o fim do número absurdo de partidos, a infidelidade partidária, as emendas de relatores, os orçamentos secretos e as reeleições. Os atores técnicos têm que participar da política, sem vergonha e sem medo e trazer a meritocracia para as administrações. Temos que ter administrações não para nós, mas com “nós”.

Para você conceituar uma cidade como inteligente, você tem que ter três pilares. Primeiro lugar, conectividade que significa sistemas inteligentes conectados entre si e juntos conectados a uma central. O segundo pilar é a quantidade de dados que existe sobre aquela cidade, em tempo real, para guiar a tomada de decisões dos gestores, para inúmeros setores, que a cidade desfruta em comum, como o destino e tratamento de lixo tratamento e distribuição de água potável, a rede de esgoto em todos os locais da cidade, a poluição e o meio ambiente, a mobilidade urbana, as inclusões digitais, laborais, Social, a segurança, educação, saúde etc.  E o terceiro pilar é o complemento de tudo, gestores comprometidos com as mudanças.

*É médico cardiologista, fundador de uma organização sem fins lucrativos que tem como missão combater as doenças raras e lutar por assistência e políticas públicas. Seu ativismo luta por estratégias que envolvem frentes e ações que deem suporte aos pacientes e familiares que convivem com doenças raras  


*Publicado na edição 60 da revista Painel Alagoas


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