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28/11/2023 às 13h20

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Rio, Israel e Palestina

 Tânia Fusco - Jornalista

Nem o Hamas é fofo. Nem Israel é boazinha. Mas, no mundo que normaliza a barbárie, assim é se lhe parece. 1.4 mil mortos em três dias.  Falta a pergunta básica: a quem interessa a velha guerra Israel X Palestina? 

Guerras sempre interessam a quem tem e/ou vende armas. Seguramente, não é o povo palestino. Hamas e outros primos, para a guerra, também compram armas dos que fabricam. Dos que vendem.  Dos que provocam. Dos que fomentam as guerras. Será dos russos? Dos chineses? Dos israelenses? Será das americanas – Lockheed Martin, Raytheon, Boeing, Nortthrop Grumman ou General Dynamics? 

Só a Lockheed Martin, estima a imprensa americana, vende 60 bilhões de dólares, por ano, em armas. Acha mesmo que escolhe a quem vender? Lucro não tem pátria, ideologia, nem caráter ou piedade. Em Gaza, 220 mil pessoas vivem subjugadas, confinadas, cercadas, despossuídas de direitos. Desumanizadas. Vivem sob bloqueio, sob apartheid. E sob muita bala. 

Em Gaza, falta água, comida, hospital, escola, empregos. Falta o direito de ir e vir.  Não é muito diferente na Cisjordânia. 

O Estado de Israel é violento, invasor e colonizador. Armado e rico. O povo de Israel, que vive – claro – em melhores condições do que os palestinos, também é vítima do Estado autoritário de Israel. 

Segunda-feira, O9/10/2023, terceiro dia do conflito, 300 mil reservistas israelenses foram convocados. Como “os buchas de canhão” de sempre, na luta de agora, morrerão e matarão palestinos. De novo. Como vem acontecendo desde 1948, na Palestina histórica que, tem hoje apenas 10% de seu território original e originário. Hoje, devemos respeito aos mortos palestinos e israelenses, e solidariedade a todos os atingidos por brutalidades na Palestina, em Israel. 

A guerra mata mais soldados do que generais. Faz mais vítimas entre os mais fracos. Suja sempre, as guerras servem aos interesses de políticos em dificuldades, no modelo Netanyahu. Também multiplicam dores e fortunas. O Hamas é violento? Muito. Onde há opressão há violência, terrorismo e assemelhados. Elementar. A quem interessa a paz? Seguramente não é a quem lucra com a guerra – seja em Israel, na Ucrânia, na Somália, no Iêmen… 

Quem normaliza a guerra? Quem define mocinhos e bandidos nessas guerras continuadas, onde não há desejo nem esforço real pela paz? Precisa desenhar? Sobre normalizar o anormal. Pode a brasileiríssima milícia carioca mandar matar? Matar? Depois, rapidamente, elucidar causa das mortes? Além de apontar erros operacionais na execução? Mais rápido ainda, identificar, localizar e condenar a morte supostos autores da encomenda mortal mal realizada? 

Ficou tudo bem explicado? Caso encerrado. Enterrem os mortos. Médicos paulistas, no caso derradeiro. Foram vítimas de um engano. Só isso, entendeu? Quem mandou sair à noite, ficar jogando conversa fora, comendo besteirinhas, tomando umas em quiosque à beira mar, na linda Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, Brasil? Ali é terra de milícias, com alguns territórios do tráfico.  Sabiam não? Todo mundo sabe disso tudo. Como em Israel e na Palestina, todos sabem quem é quem, onde atuam, como atuam. Quem tem mais armas. De quem compram. Quem quer tomar espaço de quem. 

Mocinhos e bandidos estão devidamente qualificados. Os mais fortes mantêm seus domínios sobre os mais fracos. O couro come no lombo dos perdedores. Contrariou, morre. Vacilou, morre. Como sempre. Igual Israel e Palestina. Entende? Guerra urbana, entende? Muita grana em jogo. Não há o menor interesse real de acabar com isso. Igual Israel e Palestina. Entende? 

 -Publicado na edição 75 da revista Painel Alagoas


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