Carol Solberg*
Eu nunca tinha ouvido falar na Mércia Albuquerque.
Conheci um pouco da história dela dias atrás, assistindo a maravilhosa Andréa Beltrão, em Lady Tempestade, um monólogo que mergulha no diário dessa advogada, mulher nordestina, heroína foda, que enfrentou os horrores e violência da ditadura para salvar preso políticos.
Sai de lá muito impactada, pensando muito na força da arte e na importância de resgatar e manter viva nossa história.
Estamos prestes a completar 60 anos do golpe e vimos há poucos anos atrás Bolsonaro homenagear um torturador em pleno congresso durante a votação de impeachment de Dilma Rousseff. A falta da “memória, justiça e verdade” nesse país fez com que um cara que fez isso e tinha que sair preso fosse eleito presidente. Pra completar o pesadelo que vivemos durante esses 4 anos, no apagar das luzes, já derrotado, em 15 de dezembro de 2022, faltando duas semanas pra sair, só pra tripudiar, por sadismo, aprovou o fim da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, que desde 95 investigava os crimes da ditadura.
Esse é um dos custos altos que pagamos como sociedade por não termos punido esses monstros.
Silvio Almeida, ministro dos direitos humanos, que é um gigante, está em uma luta absurda pra reimplantar a comissão e é incansavel.
A historia de Mercia tem que ir além, rodar o Brasil, ganhar o mundo, ir para a tela grande, para que NUNCA MAIS possamos cometer o mesmo erro.
Mercia Albuquerque presente!
*Publicado originalmente no Instagram
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