Anne Caroline - Advogada, professora e palestrante. Presidente da Associação das Mulheres Advogadas de Alagoas - AMADA
O episódio em que Datena arremessou uma cadeira durante um debate em São Paulo nos leva a refletir sobre a cultura de violência na política e o impacto dos papéis de gênero, especialmente com a provocação estopim de “você não é homem”.
Se fossem duas mulheres no lugar de dois homens, a narrativa seria distinta. Críticas ao “desequilíbrio emocional” das mulheres relembrariam estereótipos da época das sufragistas, que afirmavam que elas não eram capazes de lidar com a pressão política.
Historicamente, as mulheres enfrentaram o desafio de lutar por seus direitos e desmantelar a ideia de que não podem participar da vida pública. As sufragistas batalharam para serem vistas como racionais e competentes, mas os estereótipos ainda persistem, afetando a percepção pública sobre elas na política.
Esses estigmas limitam oportunidades e empobrecem o debate político. Quando mulheres erram, seus erros são atribuídos ao gênero; homens têm seus erros vistos como falhas individuais. Essa desigualdade compromete a diversidade nas lideranças, essencial para refletir a pluralidade da sociedade.
Precisamos problematizar essa percepção desigual e votar em mulheres, que trazem perspectivas únicas para as decisões políticas. Ao eleger mulheres, quebramos barreiras históricas e promovemos uma cultura de respeito e igualdade. Apoiar candidaturas femininas é fundamental para combater a violência simbólica e física que enfrentam no espaço público.
A mudança começa nas urnas! Vamos dar cadeiradas no machismo?
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