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05/10/2018 às 09h38

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Entre a foice e o fuzil

Metropoles

Para refletir:

 O Brasil decide no domingo o seu futuro. Pena que não hajam opções para  esperanças.


Entre a foice e o fuzil

Era previsível e aconteceu. Faltando dois dias da eleição e um Brasil atônito vai às urnas para escolher o presidente que nos governará por quatro anos (será?). E o que nos é oferecido no cardápio eleitoral mais provável? Um “poste” ungido nas entranhas de uma cela na Polícia Federal, em Curitiba, onde está trancafiado o mais emblemático personagem da corrupção brasileira, o farsante ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um meliante condenado e a espera de novas condenações, porém com o maior potencial político da nossa história recente. Ali foi gestado o candidato Fernando Haddad, sem identidade política, sem história e com passado manchado de suspeitas e péssimo gestor público. Tal qual em 2010, quando lançou como sua sucessora uma tragédia chamada Dilma Rousseff , o “babalorixá” do criminoso petismo empurrou o ex-prefeito de São Paulo de goela abaixo para a esquerda fajuta brasileira, tendo como vice a ex-deputada federal Manuela D’Ávila, uma jornalista despreparada e oportunista e de politica vive desde sua primeira eleição em 2004, para vereadora de Porto Alegre. O candidato do PT chega a reta final da disputa com chances de vitória, mas com os votos que não lhe pertencem, como ele mesmo diz: “são os votos do Lula”.

Do outro lado o que temos?  Jair Messias Bolsonaro, filiado ao Partido Social Liberal (PSL). É deputado federal desde 1991, atualmente em seu sétimo mandato, eleito pelo Partido Progressista (PP).

Nas eleições gerais de 2014, foi o candidato mais votado do Estado do Rio de Janeiro para a Câmara dos Deputados, 464 mil votos. Em janeiro de 2018, anunciou sua filiação ao PSL, o nono partido político de sua carreira.

Uma figura controversa, ele é conhecido por suas visões políticas populistas e de extrema-direita, o que inclui a simpatia pela Ditadura Militar e a defesa das práticas de tortura por aquele regime. Incluindo posições que geraram indignação como suas declarações sobre aborto, a desvalorização da figura da mulher e evidentes sinais de homofobia. Teve uma atuação considerada medíocre na Câmara dos Deputados e nunca administrou nem uma “quitanda”,


Radicalismo que ameaça

Continuando com a análise sobre as consequências do pleito de depois de amanhã vê-se de um lado e do outro extremismo que certamente poderá trazer graves consequências para o Brasil. Se de um lado a ameaça vem de uma radicalização da esquerda petista e seus aliados cheios de rancores, frustrações contidas e ódio, nos levando a um caos como o vivido pela Venezuela, em contraponto temos a real possibilidade de uma idêntica postura de uma extrema direita burra e vingativa, a nos oferecer um filme que certamente não gostaríamos que fosse reprisado.

O que será pior: a foice empunhada como símbolo do comunismo e adotada pelos radicais “esquerdopatas” ou os fuzis distribuídos aos fazendeiros para combater os militantes do MST, segundo proposta de Jair Bolsonaro? É muito provável que estejamos ferrados, com uma ou com outra opção. Deus salve o Brasil!!


Nem tudo era ruim

A eleição chegou e encontrou um eleitorado desmotivado, indignado com os políticos que roubaram os cofres públicos e ainda descrentes na Justiça, mesmo em tempos de Lava Jato e com a prisão de grandes empresários e importantes figuras da politica. Sem essa motivação venceu o radicalismo petista comandado por Lula para se confrontar com a direita “festiva e inconsequente” do capitão Bolsonaro. O país nem percebeu os candidatos bons que se ofereciam para  sacrifício da salvação nacional. Tivemos sim, bons nomes na disputa e que certamente teriam condições de mudar a maneira de se fazer politica e de governar com seriedade, mas certamente a hora não era para pacifistas e ponderados e sim para a radicalização,  o sangue no olho, o ranger de dentes. Empacou Geraldo Alckmin, governador por quatro vezes de São Paulo, experiente, equilibrado e conciliador; ninguém “chamou” o Meirelles, político e empresário consagrado no mundo das finanças públicas e privadas; o senador Álvaro Dias, ex-governador do Paraná,  “ficha limpa” e preparado; o próprio Ciro Gomes, com todo seu destempero, mas de todos eles o que mais conhece de Brasil; a honradez de Marina Silva, menina pobre que enfrentou os dissabores de uma infância carente, formou-se, foi vereadora, deputada estadual e senadora pelo seu estado (Acre), ministra do Meio Ambiente, com uma visão de sustentabilidade do tamanho do Brasil. Acontece que o Brasil , mesmo indignado não queria mudar. Ai deu nisso ai!


No reino da Dinamarca

Ao ler as declarações do juiz eleitoral Luiz Vasconcelos Netto dá a impressão de que ele esteve recente no encantador “reino da Dinamarca”, passeou por Copenhague, conviveu com o povo mais honesto e feliz do mundo e ao regressar a Alagoas ainda se imaginou por lá. Dizer que a eleição está “tudo perfeito, dentro das melhores condições “ e ainda afirmar que “ em todas as eleições os perdedores vêm com essas alegações de fraudes e não se satisfazem com a vontade do eleitor” é muita inocência do magistrado. É bom que ele saiba que ainda não existem “perdedores” e as reclamações de fraudes estão ai. Os “cadastros eleitorais”, eficientes compras de votos desfilaram  diante da Justiças Eleitoral, Ministério Público e Polícia Federal durante a campanha. A disputa na capital e interior do estado virou um leilão a céu aberto, com os votos comprados via “caixa 2”, as malas viajaram por todo o estado recheadas de dinheiro sujo para eleger corruptos. Assim é nossa eleição. E vai continuar sendo.


Everything is the same

Um amigo jornalista radicado em Miami me perguntava esta semana sobre as eleições de Alagoas e eu lhe descrevia: O cenário do dantesco espetáculo foi milimetricamente planejado e de fato aconteceu. O governador Renan Filho é candidato único, numa trama fruto da sabedoria do bruxo “Ravengar”, ai teremos a repetição de uma administração medíocre, arrogante, repleta de denúncias repetidas e o alagoano a pagar por mais quatro anos pelo “equivoco do voto”, as malas de dinheiro sujo viajaram por todo o interior para eleger os mesmos de sempre com seus vícios e maus costumes. Teremos péssimas bancadas na Assembleia e na Câmara dos Deputados. No Senado um rasgo de expectativa que algo aconteça com as eleições de Maurício Quintella e Rodrigo Cunha, derrotando Renan Calheiros e Benedito de Lira. Resumindo: aqui all in the same shit” ( tudo na mesma merda).


Cala a boca Dirceu

Pesquisas divulgadas nesta reta final acenderam um sinal de alerta no PT. Os levantamentos mostraram uma estagnação do candidato à Presidência Fernando Haddad e um crescimento significativo de seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL).

Na avaliação do ex-presidente Lula, o principal motivo pare esse cenário está nas falas de José Dirceu. “Ele, afinal, está do nosso lado ou jogando contra nós?”, teria dito o líder petista a Haddad no encontro que os dois tiveram na cela da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula cumpre sua pena.

Dirceu, uma das figuras mais importantes do partido, afirmou, em entrevista ao El País que “é uma questão de tempo pra gente (PT) tomar o poder”. No domingo (30), em Teresina, disse que o Ministério Público não deveria ter o poder de investigar, e classificou a Lava Jato como um dos maiores erros do País.

Segundo relatos ao jornal, Lula estaria “furioso” com Dirceu e teria mandado Haddad dizer a ele para ficar calado. Haddad também tem demonstrado irritação com o todo poderoso petista.


Pedro Oliveira por Pedro Oliveira

Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão,  membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.

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