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27/09/2019 às 10h58

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Bolsonaro foi o que se esperava

Para refletir:

“Quero acreditar, mas não acredito muito no mundo. Principalmente na burrice, na política. Para compor não tenho tido inspiração, não”, ( Milton Nascimento).

Bolsonaro foi o que se esperava

(BRASÍLIA) - O presidente Jair Bolsonaro no discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU em Nova York não surpreendeu e aproveitou, como era previsto, para exibir seu programa de ultradireita e “anti-indigena”.  Para os brasileiros, o discurso de Bolsonaro na ONU certamente não trouxe surpresas em relação às ideias que defende desde a campanha. 

Em um discurso de pouco mais de meia hora, o presidente Jair Bolsonaro desafiou os críticos de sua política ambiental e versou contra multas ambientais, para dizer que as queimadas florestais recordes nos últimos cinco anos no país e na Amazônia, medidas por órgãos oficiais, são infladas pela mídia global que deseja atacá-lo.

"É uma falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade", disse o mandatário diante de uma plateia de cerca de 150 chefes de Estado, em uma crítica ao presidente francês Emmanuel Macron. O presidente brasileiro também repetiu ao mundo que não haverá nova demarcação de terras indígenas no Brasil e ainda atacou a extensão das atuais reservas, destinando seus ataques ao cacique Raoni, cotado para concorrer ao prêmio Nobel da Paz. "A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Muitas vezes alguns desses líderes, como o cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia. 

Infelizmente, algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em tratar e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas", discursou Bolsonaro. E o discurso acabou por ai. Nada nos surpreendeu, até porque nada além disso se esperava. Temos o presidente que elegemos .

Audiência Pública

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL) realiza no próximo dia 2 de outubro uma audiência pública com o tema Reforma Política, aberta a toda a sociedade alagoana. O importante evento ocorrerá às 8.30, na sua sede na Avenida General Luiz de França Albuquerque e deverá reunir numeroso público. Interessantes eixos temáticos estarão sendo abordados, a exemplo de Candidatura Avulsa em Debate, A cota de Gênero nas Eleições, Voto Distrital como alternativa, Voto impresso e Financiamento de Campanha.

Um bom e oportuno debate.

Vendendo sentenças

(BRASÍLIA) - O Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, esta semana, instaurar processo administrativo disciplinar (PAD) contra um juiz do trabalho e cinco desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5), para apurar possíveis infrações disciplinares destinadas a beneficiar partes e arrematantes, bem como a atuação irregular na condução de processos e esquema de direcionamento de julgamentos. 

De acordo com o corregedor nacional de Justiça, relator do processo, ministro Humberto Martins, as denúncias que chegaram à corregedoria apontam indícios de que o juiz do Trabalho Thiago Barbosa Ferraz de Andrade e os desembargadores do Trabalho Maria Adna Aguiar do Nascimento, Noberto Frerichs, Washington Gutemberg Pires Ribeiro, Esequias Pereira de Oliveira e Maria das Graças Oliva Boness estariam envolvidos em um possível esquema de venda de decisões judiciais e tráfico de influência. Parece que a moda é geral mesmo.

Nós podemos

(BRASÍLIA) - Acompanhado de alguns líderes partidários, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, apresentou na última terça feira ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, um recurso pedindo a suspensão da decisão que permitiu uma operação de busca e apreensão no Congresso Nacional contra o líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Bezerra foi alvo de operação da Policia Federal que apura desvios em obras públicas do Ministério da Integração Nacional, pasta comandada pelo parlamentar entre 2011 e 2013.  A ação foi autorizada pelo ministro do STF Luís Roberto Barros por meio de uma liminar (decisão provisória). Para Davi e os senadores que se reuniram com Dias Toffoli, a ação não respeitou o princípio da independência entre os Poderes.

Na avaliação do presidente do Senado, a ação da PF atinge não apenas a relação de harmonia com o Congresso, mas também com o Executivo.

— Foi um fato contra o Poder Legislativo e contra o Poder Executivo. O gabinete da Liderança é como uma embaixada do Poder Executivo dentro do Senado Federal — destacou.

Davi Alcolumbre lembrou que a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, manifestou-se contra a operação no Senado.

— O dono da ação penal é a Procuradoria Geral da República. Nesse caso específico, a procuradora Raquel Dodge se manifestou de forma contrária por considerar desnecessária a ação — apontou Davi.

Além da suspensão da liminar, o Senado, na petição assinada por advogados da Casa, requer o “sobrestamento da análise de todos os objetos e documentos acautelados e sua imediata devolução na íntegra ao Senado Federal, para se viabilizar a continuidade regular das atividades parlamentares e se restabelecer a harmonia e separação dos Poderes e da imagem do Congresso Nacional”. Na verdade eles querem ser intocáveis, mesmo quando suspeitos de corrupção. E nós?

Nada muda

(BRASÍLIA) - O senador Lasier Martins (Podemos-RS) anunciou para quarta feira (24), em Plenário, que parlamentares integrantes do grupo Muda Brasil iriam às ruas para participar de manifestação que reivindica um Brasil mais limpo, mais transparente e mais honesto. De acordo com Lasier, os senadores do grupo, criado há pouco mais de três meses, estariam na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

O parlamentar lembrou que, das 54 cadeiras do Senado postas em disputa nas eleições de outubro passado, 46 foram renovadas, o que equivale a 85% do total. Para ele, muitos senadores querem se unir à população em nome das mudanças que consideram necessárias.

A manifestação aconteceu mas foi considerada muito fraca e aquém das expectativas anunciadas pelo senador. Houve quem comentasse – “ Se nem todos os senadores vieram imaginem o povo”. Fui ver de perto a manifestação para conferir.

O poder revela

A mais pura verdade para revelar o caráter de um homem é dar-lhe o poder. Foi exatamente o que vem acontecendo com o presidente do Senado David Alcolumbre, eleito com apoio de vários partidos, inclusive do Palácio do Planalto, com o objetivo de derrotar o senador Renan Calheiros. A família Bolsonaro, os ministros e o presidente discretamente trabalharam não por Alcolumbre, mas no sentido de evitar a todo custo a eleição de Calheiros, que ao se sentir derrotado renunciou à candidatura.

Fraco de caráter e sem o poder de grande articulador político aos poucos o presidente do Senado vai fraquejando e sendo conduzido aos braços da oposição e pasmem: se aproximando do próprio Renan Calheiros. Há um evidente descontentamento dos que o elegeram. E vão cobrar.

A coluna foi produzida em Brasília.


Pedro Oliveira por Pedro Oliveira

Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão,  membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.

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