Não tenho o poder político, nem econômico, mas tenho a palavra. E essa está a serviço de meus leitores e minhas convicções. (PO)
Cruel, insano, depravado? É pouco. Nero era um monstro. Foi para a cama com a mãe e mandou matá-la. Envenenou o meio-irmão, degolou a primeira esposa e chutou a segunda, grávida, até ela morrer.
O imperador romano também castrou um liberto, vestiu-o de mulher e se casou com ele numa festa de arromba. Mas o problema mesmo era que adorava cantar e atuar em público, algo imperdoável para quem tinha o título de princeps (o Primeiro no Senado). Com poucos anos de anos de governo (entre 54 e 68), Nero perdeu o apoio do Senado, dos magistrados, da terceira mulher e até de seu preceptor, o filósofo Sêneca. Aos 30 anos, ante um golpe de estado iminente, deu cabo da própria vida com uma punhalada no pescoço. Suas últimas palavras: Qualis artifex pereo! (Que artista morre comigo!).
Ele foi capaz de crueldades inimagináveis e provavelmente eliminou boa parte de sua família - o que, aliás, era uma praxe na dinastia júlio-claudiana. Mas não era o louco que nos pintaram, e sim um imperador que teatralizou a própria vida para atrair atenção do público. Tanto que, após seu suicídio, surgiram rumores de que não havia morrido - tal como um Elvis Presley dos tempos antigos.
Ele se julgava um continuador da glória dos gregos e usava Roma e seu império como um grande palco para suas exibições. Claro, ele foi, sim, um tirano - possivelmente o mais cruel de sua dinastia. Mas sua necessidade de interagir com o povo o transformou em um tirano rockstar, alguém de quem a população gostava de ter notícia, de saber o que andava fazendo.
Conhecido como imperador tirano e autoritário, Nero ascendeu ao poder em Roma e, desde então, conviveu com as várias artimanhas e conspirações que rondavam seu alto posto.
Sobre o terrível incêndio de Roma muitos diziam que teria sido mais um dos frutos da mente perturbada e manipuladora de Nero. Para alguns, ele havia ordenado secretamente o incêndio criminoso para somente embelezar algumas partes da cidade de Roma que não o agradavam. Para outros, a mesma ação desastrosa seria executada com o objetivo de incriminar os cristãos, que não se submetiam ao reconhecimento o imperador como uma figural passível de devoção religiosa. Essa história nos é contada pelos historiadores Suetônio Tácito e Cassio Dio.
Bolsonaro tem algo de Nero
Longe de mim comparar a crueldade do imperador e os extremos de sua insanidade com o presidente Bolsonaro, mas em analise de suas histórias há sim coisas em comuns, a exemplo da sua necessidade de se mostrar ao povo como um popstar da moralidade e senhor da razão. Exercita um desgoverno cheio de conspirações, criadas por ele e seus fanáticos aliados, conturbando o país e promovendo uma guerra ideológica e ameaçadora entre brasileiros, com inconsequentes previsões. Mostrou-se um despreparado para o cargo que ocupa legitimamente, mas que o tornou um arremedo de líder ridículo e teatral.
Por incompetência absoluta perdeu a articulação política e hoje enfrenta divergências perigosas com a Câmara e o Senado, repetindo a história de antecessores que perderam o cargo por esse mesmo motivo. Não precisava “se vender ao diabo”, mas confronta-lo é arriscado e fatal. Não bastassem todas essas trapalhadas abre uma frente de batalha contra o Judiciário, por decisões que contrariam seu governo e sua família, todos acusados de cometer ilícitos e investigados por desvios de conduta ou crime de responsabilidade. Conseguiu extinguir, por seus arroubos delirantes, a harmonia entre os poderes da República, estabelecida pela Constituição.
A imprensa odiada
O presidente Jair Bolsonaro e seus fanáticos seguidores, pela intolerância ao contraditório e a desprezível condição de confrontar a verdade, criaram um sistema odioso contra a imprensa brasileira, com críticas generalizadas aos órgãos de comunicação, ameaças e até agressões físicas a jornalistas. Tal qual um ditadorzinho de província o “chefete” quer a todo custo calar aqueles que apontam e criticam seu tresloucado desgoverno e os absurdos de sua gestão descompassada.
O Brasil é considerado mundialmente como um dos países mais perigosos para o exercício do jornalismo, segundo dados da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública e da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).
Preso o amigo Queiroz
Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro e amigo do presidente Jair Bolsonaro, foi preso nessa quinta-feira em Atibaia, no interior de São Paulo, em uma operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo. Queiroz estava em um imóvel do advogado Frederick Wassef, responsável pelas defesas de Flávio e do presidente Bolsonaro (tudo em casa). É figura constante no Palácio da Alvorada e em eventos no Palácio do Planalto
Queiroz é investigado por participação em suposto esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. "Rachadinha" é quando funcionários são coagidos a devolver parte de seus salários. O filho de Bolsonaro foi deputado estadual de fevereiro de 2003 a janeiro de 2019.
O Palácio do Planalto deve estar apavorado com o que pode acontecer no desdobramento dessa prisão.
Quem alimenta tem fome
Bares e Restaurantes do estado fechados há cerca de 90 dias ou funcionando apenas com serviços entrega ou pegue e leve, a perspectiva de retomada dos negócios para o setor ainda é incerta.
A assessoria de Comunicação da Abrasel/AL noticiou que o segmento está com apenas 20% dos estabelecimentos faturando e que mais de 60% estão com portas fechadas e sem trabalhar com delivery ou pegue e leve.
Lamentando mais de 30% de demissões já ocorridas no segmento, a perspectiva é de que nos próximos dias esse número chegue a 50%, destacou a assessoria, além de reforçar que é previsto também, o fechamento de 50% dos estabelecimentos de bares e restaurantes nos próximos 3 meses.
O que nos diferencia dos outros setores? Quem alimenta também tem fome. Nossas portas vão fechar definitivamente. Dizem as lideranças da instituição.
Abraham Weintraub, menos um louco no
governo. Agora é aguardar o próximo indicado do Manicômio.
Ronaldo Lessa, Alfredo Gaspar e João Henrique Caldas (JHC). Os candidatos a prefeito de Maceió. O resto será figuração.
Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios é um exemplo vergonhoso de compadrio e “negócios”.
Eleições adiadas, mas o jogo sujo começa agora. Voto + dinheiro desonesto = mandato comprado.
Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão, membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.