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27/06/2020 às 14h59

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“The Post” uma ode à liberdade de imprensa

“Os fundadores da pátria deram à imprensa livre a proteção que ela deve ter, para que ela exerça seu papel primordial na democracia. A imprensa deve servir aos governados, não aos governantes”. (Juiz Hugo Black – Suprema Corte Americana).


Nesse confinamento, por conta da pandemia, tenho assistido alguns filmes, entre esses – “The Post - A guerra secretaque reconstitui o momento, em 1971, em que a imprensa americana teve acesso a um conjunto de documentos conhecido como os “Papéis do Pentágono”, um amplo estudo mostrando como sucessivos governos americanos haviam ludibriado a opinião pública para justificar o envolvimento cada vez mais acentuado dos EUA no Vietnã, inclusive falseando dados sobre o progresso militar durante a guerra.

Qualquer jornalista que já tenha sentido o prazer que é noticiar um furo de reportagem vai se emocionar ao assistir. O filme foi produzido por americanos e dirigido pelo premiado Steven Spielberg, mas o enredo tem passagens que lembram muito os tempos atuais e a missão da imprensa de não ter medo de enfrentar os poderosos, nem mesmo um presidente da República.

Nos Estados Unidos (Donald Trump) e aqui no Brasil (Jair Bolsonaro), ambos são declaradamente contra a imprensa.

Imprensa investigativa e verdadeira é o melhor antídoto contra qualquer ameaça à liberdade de expressão e à nova praga que todos os dias desfila por nossas timelines ou chega inconvenientemente por aplicativos de mensagem: as fake news. O filme tem passagens cheias de emoção como a que dona do jornal, Katharine “Kay” Graham (Meryl Streep) diz ao editor Ben Bradlee (Tom Hanks) e pode nos servir como farol de todos os dias: 

– Não acho que acertamos sempre ou que somos perfeitos, mas devemos seguir persistindo.

A irrestrita liberdade de expressão é uma característica das democracias liberais em todo o mundo. Sem liberdade editorial seria difícil o jornalismo cumprir seu papel social de responsabilizar os governantes pelas ações tomadas em cargos eletivos. O filme The Post – A guerra secreta, mostra em detalhes a saga do jornal Washington Post para publicar partes de um memorando que comprovava que o governo dos EUA mentia à opinião pública sobre a iminente derrota na Guerra do Vietnã (1959-1975).

Como resultado, o caso foi parar na Suprema Corte, validando o entendimento de que a liberdade de informação garantida pela primeira emenda da constituição americana valia até para algumas informações sobre estratégias governamentais em tempo de guerra. Venceu a batalha a imprensa contra o poder. No final do filme as palavras do juiz Hugo Black, da Suprema Corte dos Estados Unidos:

“Os pais da pátria deram a imprensa livre a proteção que ela deve ter, para que ela exerça seu papel essencial em nossa democracia. A imprensa deve servir aos governados, não aos governantes”. (Com informações de Jeniffer Gularte -  Grupo de Investigação (GDI) da RBS).

A intolerância dos alienados

O Brasil é considerado hoje um dos países com maiores riscos para jornalistas em todo o mundo, estando à frente de algumas ditaduras extremistas. Repórteres, cinegrafistas, fotógrafos, editores e apresentadores famosos são ameaçados diariamente, alguns impedidos de sair de casa, não pelo isolamento imposto pela pandemia viral, mas pela “pandemia” da intolerância de simpatizantes de um governo fascista, burro e truculento nas ofensas à imprensa generalizada. O presidente Jair Bolsonaro é uma tragédia anunciada para o país que equivocadamente o elegeu, para se ver livre de uma esquerda que criou força e poder pela corrupção e suas lideranças maiores processadas e alguns condenados. O ser que por enquanto ocupa a presidência incita seus paranoicos seguidores a agredir jornalistas e afrontar os poderes da República. Nos Estados Unidos o presidente Donald Trump agride a imprensa, mas a população, mesmo a que lhe apoia não é incentivada a essa agressão. Poderá ser derrotado pela imprensa livre americana. A imprensa brasileira não se intimidará pelos arroubos de um despreparado e inconsequente presidente. Finalizo com uma frase que os “bolsominius” vão gostar pela autoria. “A imprensa que constrói uma democracia é a imprensa que fala o que quer, dá opinião que quer e se manifesta do jeito que bem entende”. (Dilma Rousseff). 

Palmeira: Uma Câmara de compadrio

De longe imaginar que somente o parlamento de Brasília nos envergonha, pois sabemos que as imoralidades são com “competência” bem copiadas nos estados e municípios. É uma situação indescritível que domina, em todas as dimensões, os poderes que deveriam representar o povo e fiscalizar, em seu nome, as ações e gastos públicos dos gestores. Para o exercício do que eles chamam “governo de coalisão” há na verdade um podre e asqueroso balcão de negócios que em nada se coaduna com os princípios constitucionais da moralidade, legalidade e impessoalidade.

Ao pesquisar a administração desastrosa do município de Palmeira dos Índios (AL) pode se perceber o tamanho desse descalabro decorrente de um escandaloso compadrio entre vereadores e prefeito. Vejamos: a vereadora Adelaide França (PSB), tem sua filha, Ana Luiza França, como secretária do Meio Ambiente; vereador Madson Monteiro (PSB) tem o pai Luciano Monteiro como secretário de Agricultura; Ronaldo Raimundo Filho (PROS), o pai, Ronaldo Raimundo é secretário de Assistência Social; vereadora Joelma Toledo (PSB), o marido Alberto Toledo é secretário de Infraestrutura; vereador Cristiano Ramos (PDT), o primo Manasses Ávila é secretário de Educação.  Todos, provavelmente, cujas aptidões técnicas se encontram embasadas no QI político e nos respectivos DNAs.

Não bastassem esses exemplos escabrosos há ainda aqueles que segundo informações fizeram inúmeras indicações para servidores no segundo e terceiro escalão, ou mantêm contratos de carros, máquinas e outros equipamentos.

A fonte me assegurou que entre os 15 vereadores do município apenas um não participa do saudável compadrio palmeirense.

E o povo tolo continua votando em um bando de irresponsáveis e cometendo o equivoco da escolha a cada eleição.

O exemplo está ai, mas a prática é nacional e nada acontece com essa gente transgredindo nas barbas do Ministério Público e do Judiciário.

O inferno de Sergio Moro

O ex-juiz e ex-ministro e “ex-herói” Sérgio Moro deve se arrepender amargamente dos piores “negócios” feitos em sua vida, antes cantada em prosas e versos em meio a sua consagração nacional: deixar a magistratura e aceitar o convite para ser ministro da Justiça, como moeda de troca para alcançar uma Vaga no Supremo Tribunal Federal.

Não bastasse a ação movida dentro do Tribunal de Contas da União o acusando de burlar a sua obrigatória quarentena de seis meses sem trabalhar depois de sair do cargo (é colunista da revista Crusoé), um grupo de renomados juristas foi formado com o objetivo de prejudicar seus projetos futuros. 

Ele não terá vida fácil na planície, diz Marco Aurélio de Carvalho, um dos fundadores do “Prerrogativas”, grupo de WhatsApp  que reúne profissionais do direito, entre eles vários que entraram em confronto com ele na Lava Jato.

O prefeito Rui Palmeira foi claro: Os 300 milhões dos precatórios do Fundef é fruto de ação movida pela Procuradoria Municipal. Zero de ingerência de políticos.

A sombra do impeachment levou o presidente a ter minutos de lucidez e pedir trégua ao STF. É aguardar quanto tempo dura a sanidade.


Pedro Oliveira por Pedro Oliveira

Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão,  membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.

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