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15/08/2020 às 12h40

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Maceió: o embate já começou


Nas próximas eleições, adiadas por causa da pandemia para o dia 11 de Novembro e havendo segundo turno 29 do mesmo mês teremos um embate aguerrido, com candidaturas para todos os gostos na capital alagoana. Irão se apresentar, após as Convenções, mais de dez candidatos, porém apenas quatro candidaturas competirão, Alfredo Gaspar (MDB), JHC (PSB), Ronaldo Lessa (PDT) e Davi Davino (PP). Já se observa que por conta do momento que vivemos e certamente perdurarão até o pleito, inúmeras restrições impostas para evitar contágios. Por conta desses fatos não acontecerá a efervescência natural das eleições anteriores. Outro detalhe a se esperar é a maciça abstenção geral de eleitores que não pretendem se arriscar por causa do Coronavírus, quando a própria Justiça Eleitoral teme pela falta de mesários e pessoal de apoio pelos mesmos motivos. Diria que essa eleição é um tiro no escuro e como diz a história nela “pode acontecer tudo, inclusive nada”. 

Para que possamos conhecer os candidatos e suas propostas para Maceió a coluna vai publicar entrevistas com os quatro postulantes melhor colocados, nas pesquisas eleitorais, oferecendo ao leitor um perfil adequado para que possa escolher o melhor prefeito para a capital alagoana. O ex-procurador-geral de Justiça de Alagoas

Alfredo Gaspar de Mendonça Neto foi promotor público por quase 25 anos, ou seja, metade de sua vida. Na condição de representante do MP de Alagoas, participou também das investigações de casos de grande repercussão no estado, compôs o Conselho Estadual de Segurança Pública (Conseg) e coordenou o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do MP. Em 2015, assumiu a tarefa de comandar a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas e implantou um duro modelo repressivo que fez cair os números oficiais de mortes decorrentes de crimes violentos em todo o Estado. Por seu trabalho pela paz e contra a violência, Alfredo Mendonça foi eleito presidente do Grupo Nacional de Combate ao Crime Organizado (Gncoc). Desde o início desse ano, abriu mão de sua carreira no MP e aceitou o desafio de ser pré-candidato a prefeito de Maceió.

O que o motivou a deixar uma carreira sólida no Ministério Público para encarar o desafio de uma pré-candidatura a prefeito de Maceió?

Eu quero transformar a vida das pessoas para melhor, essa é a minha motivação principal. Sempre gostei de enfrentar desafios e posso garantir que o meu caminho se mantém o mesmo, porque ele é pautado por princípios, mas também por ideais. Tudo o que construí, inclusive no MPE e no período em que estive à frente da Secretaria de Segurança Pública, teve esta base. A minha maior motivação, para cogitar o que chamaria de um passo à frente nesta trajetória, é a vontade e a disposição para fazer mais pelas pessoas. A população pode esperar de mim o que sempre teve: autenticidade, dedicação e determinação. O que me levou a ingressar no Ministério Público, onde defendi e pratiquei o que acredito, agora me estimula a seguir em frente nessa nova etapa da minha vida. Aprendi muito, amadureci, conquistamos muitas vitórias e creio que posso fazer muito mais pela minha cidade.

Uma campanha política nem sempre é marcada por ações éticas e discussões propositivas. Como senhor irá reagir às provocações, ataques e até Fake News?

 Espero que as instituições estejam prontas para manter a campanha dentro da legalidade. Da minha parte, essa jornada será exclusivamente de propostas e conteúdo. Os ataques sempre vão fazer parte e vou reagir da forma madura, dentro do bom senso. O mais importante é manter o equilíbrio, ouvir as pessoas, apresentar um projeto consistente e defender essas propostas com objetividade e determinação. Hoje o mundo está sendo bombardeado por notícias falsas, seja no campo da política, seja no combate à pandemia do Coronavírus. Temos que nos resguardar na verdade e nos princípios por ela regidos. Estou pronto para enfrentar qualquer adversidade para alcançar a realização deste sonho que, na verdade, é coletivo.

Falando em pandemia, a campanha desse ano vai ser atípica, com muitas restrições. Como senhor tem se preparado para isso?

É verdade. A pandemia tem nos trazido um aprendizado constante, tanto na vida quanto na política. A maior dificuldade até agora, neste período de pré-campanha, está na impossibilidade de encontrar com um grande número de pessoas, como acontecia em outros pleitos. Procuramos fazer visitas pontuais e planejadas, já que precisamos ouvir de perto as pessoas e dialogar as soluções dos problemas existentes. Mas sempre atendendo às recomendações das autoridades de saúde. Também temos usado as redes sociais e demais ferramentas de comunicação, como os aplicativos de mensagens rápidas a exemplo do WhatsApp, para manter esse contato sempre próximo. A prioridade é passar nossas propostas de forma objetiva e ouvir a demanda das pessoas.

Estamos chegando próximo ao período das convenções partidárias e da montagem da chapa majoritária. O seu candidato a vice será mesmo o ex-secretário Tácio Melo?

Eu sempre fui muito transparente nas minhas decisões. Eu tenho acompanhado a trajetória de Tácio Melo faz algum tempo, ele foi meu aluno na faculdade, o conheço desde muito jovem. O presidente estadual do Podemos já mostrou muita competência em sua vida profissional, desde quando ingressou na Polícia Rodoviária Federal até os cargos que ocupou na gestão municipal. Por tudo isso, tê-lo como parceiro na eleição municipal muito me honra. Foi essa carreira exitosa que o credenciou a compor a nossa pré-candidatura. Ao construir essa convergência, tive o apoio do governador, de quem fui secretário de Segurança, e do prefeito, com quem sempre tive uma relação respeitosa. A chegada de Tácio vem consolidar essa união de propósitos.

Uma vez eleito prefeito de Maceió, qual o maior desafio a ser enfrentado? Quais as prioridades?

 Tenho cada vez mais convicção de que precisamos ouvir as pessoas. Por isso a missão na pré-campanha tem sido manter um diálogo aberto com as comunidades, com especialistas de diferentes áreas, representantes dos muitos segmentos da nossa cidade, como as entidades de classe, os setores produtivos, o terceiro setor, as instituições religiosas, o setor cultural e o setor esportivo, dentre outros. Desse modo estamos coletando quais as demandas, os verdadeiros anseios. Saúde, Educação, Desenvolvimento Econômico, Geração de Empregos e Renda, Mobilidade, tudo isso já faz parte das demandas de todos os cidadãos. Mas onde podemos fazer a diferença? Onde podemos evoluir para um desenvolvimento mais amplo? Acho que esse é o grande desafio. Só poderemos avançar com humanidade, quando garantirmos uma maior igualdade entre os diversos grupos que formam a sociedade, principalmente a parcela mais vulnerável da população.

Qual seria o perfil de uma eventual gestão de Alfredo Gaspar na prefeitura?

A minha característica principal é a autenticidade e é isso que as pessoas podem esperar de mim. O projeto com o qual estamos sonhando pensa no melhor para os maceioenses. A minha experiência profissional e de vida só me fez renovar essa disposição. As muitas batalhas que enfrentei legaram ainda mais vontade de fazer. Me sinto pronto para novos desafios, porque tenho a disposição e a prática de quem viveu e aprendeu muito ao longo dos últimos 25 anos de trabalho. 

Opinião de especialista

 A coluna também ouviu o analista político, professor Marcelo Bastos sobre o  momento das eleições em Maceió. Confira abaixo sua análise;

Marcelo Bastos: A corrida para a prefeitura de Maceió já deu seu pontapé inicial alguns institutos já apresentaram algumas pesquisas em relação a intenção de votos. As pesquisas realizadas têm uma mesma linha de entendimento nessas primeiras pesquisas. É bom lembrar que pesquisa é a fotografia do momento, nos temos ai pela frente mais de três meses para o pleito que vai acontecer. Nessas primeiras pesquisas que nós tivemos acesso o candidato JHC (PSB) aparece em primeiro lugar, em segundo lugar aparece Alfredo Gaspar (MDB), em terceiro o candidato Ronaldo Lessa (PDT) e em quarto Davi Davino. Como ainda temos muitas pesquisas à frente e muitos fatos irão acontecer. Essa é uma eleição atípica, pois diante da pandemia consequentemente aquele trabalho de corpo a corpo, aquelas caminhadas, principalmente nas periferias, com um mundo de gente é muito provável que isso não venha acontecer, pois se o candidato o fizer será uma anti-propaganda para ele, a tônica dessa campanha será dada pelas redes sociais, que serão o grande instrumento que os candidatos vão ter para chegar mais próximo do eleitor, pelas circunstâncias o Guia Eleitoral também terá maior visibilidade. Teremos em Maceió uma eleição com certeza de segundo turno. Com o quadro que se mostra nenhum candidato irá conseguir atingir um número de votos para vencer em primeiro turno. Temos hoje treze (13) pré-candidatos, porém são esses quatro candidatos que vão brigar. É uma eleição que promete ser uma das mais acirradas dos últimos tempos. Porém política e eleições são um processo dinâmico e basta um fato relevante para mudar  todo o cenário. Temos que aguardar os novos capítulos, os novos fatos e situações. Teremos outra rodada de pesquisa nos próximos dias para a gente ver como o eleitor está se comportando a cada mês, para essa corrida à prefeitura de Maceió. 


Pedro Oliveira por Pedro Oliveira

Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão,  membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.

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