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22/08/2020 às 11h56

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Maceió: o embate já começou

Entrevista com o pré-candidato à prefeitura de Maceió, Ronaldo Lessa


Para refletir

“O primeiro requisito para uma ordem social melhor é o retorno à liberdade irrestrita de pensamento e de expressão”.  (Ludwig von Mises)


Dando sequência a série de entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura de Maceió, a coluna publica uma conversa com o ex-governador Ronaldo Lessa – que postula mais uma vez o cargo máximo do executivo da capital, após já ter exercido o mandato  anteriormente. Pesquisas recentes apontam Lessa como um dos fortes concorrentes na disputa que se avizinha, com uma campanha atípica motivada pela pandemia do Coronavírus. E uma eleição com muitas dúvidas, muitos temores que e poderá trazer também grande surpresas ao abrir das urnas. 

Ronaldo Augusto Lessa Santos nasceu em Maceió, em 25 de abril de 1949. É pai de Nina e de Nivaldo. Formado em engenharia pela UFAL, foi destacado atleta de vôlei. Na universidade teve início sua trajetória de líder estudantil, chegando a ser preso pela ditadura. No início dos anos 70 mudou para o Rio de Janeiro, onde foi vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros. Trabalhou em obras como o metrô e a construção da ponte Rio-Niterói. Retornou a Maceió e elegeu-se deputado estadual, em 1982, pelo PMDB; depois vereador, 1988, prefeito de Maceió, em 1992. Em 1996, foi consultor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), nos Estados Unidos. Em 1998 foi eleito governador de Alagoas e reeleito com grande aprovação popular. Em 20015 assumiu uma cadeira na Câmara Federal e escolhido coordenador da bancada. Lessa foi também presidente da AMA e coordenador da Frente Nacional dos Prefeitos. Ingressou no PDT em 2015. 

O que o motivou para encarar o desafio de uma pré-candidatura a prefeito de Maceió? 

A princípio, atendendo um chamamento do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que esteve aqui em julho do ano passado, durante uma convenção, e disse que não era o momento de eu me aposentar, que a situação do país não permitia que nos afastássemos da política. Naquela época, havia outros dois pré-candidatos dentro do partido, Kátia Born e Judson Cabral, mas eles me chamaram e pediram que aceitasse o desafio. Então, houve uma conjunção de apelos. Além disso, a realidade, o fato de sentirmos que precisávamos participar da vida nacional, sobretudo em nosso Estado, em Maceió. Do ponto de vista pessoal, tem o fato de já ter sido prefeito de Maceió e ter deixado o cargo com aprovação máxima da sociedade. Acho que a experiência conta, e como disse Ciro Gomes numa live que fizemos: não é hora para estagiários. 

Uma campanha política nem sempre é marcada por ações éticas e discussões propositivas. Como o senhor irá agir reagir às provocações, ataques e até fake News?

Vou reagir com tranquilidade, tentando sair desse debate. Acho que fake News é algo que a sociedade em que rejeitar, não pode alimentar esse tipo de coisa. Querer se destacar usando o ódio, a calúnia contra outra pessoa. Ninguém constrói uma sociedade desse jeito. Espero que a ética prevaleça e que a gente faça um bom debate. E que a sociedade escolha o melhor baseada em fatos, em propostas; não em falsas notícias. 

Falando em pandemia, a campanha desse ano vai ser atípica, com muitas restrições. Como o senhor tem se preparado para isso? 

A vida é um eterno aprender. A vida lhe ensina, mas nem tudo. Essa pandemia me obrigou a fazer algo que nunca tinha feito em 40 anos de vida pública. Tive que recorrer às redes sociais, às diversas plataformas, ou seja, à toda essa parafernália que a modernidade trouxe e que é importante para facilitar a comunicação. Nesse período de quarentena, foram meses de lives, até reuniões do partido, votações. Nos reinventamos para nos adaptarmos aos novos tempos. 

Estamos chegando próximo ao período das convenções partidárias e da montagem da chapa majoritária. Qual o perfil de sua coligação e do seu candidato a vice-prefeito? 

Tenho conversado com partidos de esquerda e partidos de centro. Não tenho como juntar à direita. Onde a direita prevaleceu no mundo, foi um desastre. Meu campo é o campo democrático, é onde busco me situar e montar uma chapa com esse perfil. O vice você não pode pré-estabelecer. É lógico que eu gostaria que fosse uma mulher. Acho que as mulheres precisam ocupar mais espaço na política. Quando fui prefeito, minha vice foi Heloisa Helena, e tivemos um ótimo resultado. Quando sai indiquei Katia Born. Quando fui governado criei a primeira secretaria da mulher do Brasil, Vanda Menezes foi a secretária. Mas não é necessariamente uma obrigação. Até o final do mês, vamos ver entre os partidos quem vai ser o vice ou a vide, a partir de um consenso. 

Uma vez eleito prefeito de Maceió, qual o maior desafio a ser enfrentado? Quais as Prioridades? 

Os desafios são muitos, mas acho que o principal, depois dessa pandemia, é você cuidar da população com prioridade total. Porque o nível de desemprego e de gente precisando do olhar do governo é grande, e o governo tendo uma política de aconchego, de abrigar, de puxar os outros setores para trabalhar juntos, vai ser fundamental para responder as necessidades depois da pandemia. Mas há outras coisas que são desafios: o mercado público, a orla lagunar, o salgadinho, são problemas que precisam de atenção, além, evidentemente, de pôr todas as crianças na escola, lugar de criança é na escola, e trabalhar para aperfeiçoar o sistema de prevenção à saúde em Maceió. 

 Qual seria o perfil de uma eventual gestão de Ronaldo Lessa na prefeitura? 

Não mudaria meu conceito de humanismo. As pessoas em primeiro lugar. É por isso que existe o governo, é o equilíbrio. A sociedade é formada por diferenças, econômicas inclusive. O papel do estado é de abrigar. Quando governei alagoas, criei a secretaria de proteção às minorias, de direitos humanos. Além disso, em a questão técnica. Sou engenheiro, fui professor, é a minha marca, minha cara. O que tem que mudar é dar respostas novos a problemas novos. Quando fui prefeito, Maceió tinha uma população menor do que tem hoje. O perfil é esse. Uma gestão voltada para o povo, ouvindo, democratizar isso. Democratização participativa, não apenas a democracia dos poderes, que tem que prevalecer, não defendo qualquer tipo de ditadura. Defendo a democracia participativa, aquela onde as escolas são controladas por professores, alunos e funcionários. Vamos precisar de regiões administrativas com conselhos, opinando sobre orçamento e estabelecendo prioridades. 

A Justiça Eleitoral, sempre equivocada e com decisões arbitrárias, lhe trouxe sérios problemas em eleições anteriores. Resuma o seu sentimento para esta eleição. 

Não gosto de ficar olhando para trás. A gente tem que seguir em frente, olhar para frente e imaginar que o melhor vai vir. Então espero que os erros cometidos, as injustiças não se repitam. O tempo amadurece os poderes vão amadurecendo, a sociedade obriga a isso. Eu tenho a esperança que a gente possa atravessar isso sem os problemas do passado.

Calendário eleitoral Eleições 2020

A seguir o Calendário Eleitoral a ser cumprido por coligações, partidos e  candidatos até as eleições .

31 de agosto a 16 de setembro: Realização das convenções partidárias para definição de coligação e escolha dos candidatos. As convenções poderão ser por meio virtual. 

26 de setembro: Último dia para registro das candidaturas; início do prazo para que a Justiça Eleitoral convoque partidos e emissoras de rádio e TV para elaboração do plano de mídia. 

Após 26 de setembro: Início da propaganda eleitoral, inclusive na internet. 

9 de outubro: Início da propaganda gratuita em rádio e televisão.

27 de outubro: Divulgação de relatórios pelos partidos, coligações e candidatos discriminando os recursos recebidos do Fundo Partidário, do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e outras fontes, bem como os gastos realizados. 

15 de novembro: 1º turno das eleições 

29 de novembro: 2º turno das eleições


Pedro Oliveira por Pedro Oliveira

Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão,  membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.

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