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09/05/2021 às 12h32

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Um presidente encurralado


Para refletir:

“Milhares de vidas perdidas em 24h. Parece um pesadelo, mas é real. A tragédia brasileira assusta o mundo” (Senador Renan Calheiros)

 

A CPI da COVID no Senado está apenas começando e como era previsível o pau está cantando nas costas do presidente Jair Bolsonaro. Daqui pra frente não será diferente pelo perfil traçado nas primeiras reuniões do colegiado

Presidente Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que considera que o presidente da República Jair Bolsonaro teve uma postura negacionista durante a pandemia de covid-19, e que tais atos serão passados a limpo durante a Comissão Parlamentar de Inquérito. “O presidente, desde o primeiro momento, foi negacionista – e todo mundo sabe disso". "[O presidente] estimulou aglomerações, achava equivocadamente que poderíamos sair dessa pandemia com a imunização de rebanho – e isso não aconteceu.

Ao comentar o tratamento que tais atos receberão da comissão, Aziz evitou dar detalhes do que poderá ser feito no futuro. "Acho que os equívocos que foram cometidos precisam ser reavaliados e precisa ser feito uma autocrítica destes equívocos", ponderou. "Estes equívocos custaram ao Brasil muitas vidas."

Já o relator, senador Renan Calheiros, avalia ampliar a lista de convocados para depor e até, se necessário, acareações entre ministros e membros do governo. Outros membros da Comissão começam a defender a necessidade de convocar alguns governadores. O nome de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, poderá ser incluído na lista, segundo alguns senadores.

Fala Mandetta

No depoimento prestado pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta aos membros da CPI da Covid ficou muito claro a omissão do presidente Jair Bolsonaro e o seu negacionismo diante da tragédia que já levou o país a contabilizar mais de 400 mil mortes. A impressão deixada na fala do depoente deixa clara, já de início, culpa de Bolsonaro em expandir a contaminação do vírus rapidamente.

Mandetta apresentou uma carta encaminhada a Bolsonaro antes de sua saída do ministério, na qual alertava ao chefe em defesa do isolamento e outras medidas rebatidas pelo Planalto. “Era muito constrangedor para um ministro da Saúde explicar que o ministro da Saúde estava indo por um caminho e o presidente por outro”

Agora tem demais

Na eleição de 2018 havia uma dificuldade evidente de nomes para concorrer ao governo do estado. Quando o então prefeito da capital, Rui Palmeira, abdicou de uma candidatura com chances de ganhar, aí então o cenário esvaziou proporcionando ao governador Renan Filho e oportunidade de disputar praticamente sem concorrente, obtendo uma consagradora vitória quase que como candidato único.

O quadro para 2022 é totalmente inverso ao pleito passado e ao que parece teremos candidatos pra todo gosto. Além do retorno à cena do ex-prefeito Rui Palmeira pintam no cenário Davi Davino, Fernando Collor, Rodrigo Cunha, JHC, Arthur Lira, Teotônio Vilela (o retorno) e outros menos chancelados.

Debate inócuo

A safra atual de deputados estaduais pode ser tratada como ineficiente na produção de matérias do interesse relevante para Alagoas. Com um nível intelectual mediano, bem distante da robustez intelectual de outrora, em seu plenário composto por figuras emblemáticas de nossa cultura política, hoje não se destaca um só nome de parlamentar com preparo para um debate de alto padrão à altura do que o parlamento exigiria. Não se vê um pronunciamento com conteúdo e muito menos um bom debate. Os temas levados ao plenário são simplórios e sem nenhum grau de intelectualidade ou mesmo interesse. Do lado político a casa não contribui para melhorar o desenvolvimento econômico e social do estado. Quem acompanhou grandes debates na Assembleia Legislativa, hoje sente vergonha alheia em vivenciar a produção legislativa dos senhores deputados. Uma pena. 

De olho nos fundos

O Tribunal de Contas do Estado já vislumbra problemas na aplicação financeira nas contas de fundos criados com destinação especifica, no governo do estado e também duas prefeituras. Estranhamente decorridos quatro meses do ano, praticamente não existe movimentações visíveis nessas contas especiais oriundas de impostos, consignados e até retenção de valores de faltas de servidores (o que no caso significa apropriação indébita e crime de responsabilidade do gestor). Segundo fonte oficialíssima o TC vai em busca dessas irregularidades aparentes. “Esse dinheiro é carimbado e tem destinação obrigatória”, me disse o “informante”.

Girando pra melhorar

O governador Renan Filho promoveu esta semana uma ampla mudança em seu secretariado com vistas a atender sua pauta política e também dar mais dinâmica na equipe.  A que mais surpreendeu foi a saída de Rafael Brito da Sedetur (Secretaria de Desenvolvimento e Turismo), onde vinha desenvolvendo um excelente trabalho com relação perfeita com empresários e integrantes do segmento de turismo. Sua ida para a Secretaria de Educação significa, no entanto, a plena confiança do chefe para dirigir a mais complexa pasta, com grandes desafios a cumprir, principalmente no enfrentamento a pandemia. Vai dar certo.

Sai da lista

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o estado do Rio de Janeiro retire da lista prioritária de vacinação contra a covid-19 professores e policiais militares. Desta maneira, apenas agentes de segurança diretamente envolvidos no combate à pandemia estarão presentes nos grupos prioritários. A medida deverá atingir os demais estados e o DF.

A decisão do ministro atendeu a um pedido da Defensoria Pública do estado contra uma decisão do governador do Rio, Cláudio Castro (PSC). o que chamou a atenção, no entanto, foi outra afirmação sua relativa à vacinação – a de que gestores públicos que deixem faltar vacinas para a segunda dose podem ser enquadrados no crime de improbidade administrativa

O grande líder 

O ex-prefeito Rui Palmeira dedicou o seu “bate papo” às terças feiras, nas redes sociais, ao seu pai, Guilherme Palmeira, que completou um ano de sua morte.

Deputado estadual, secretário de Estado, governador, senador, prefeito de Maceió e ministro do Tribunal de Contas da União, indiscutivelmente um dos maiores expoentes da história política de Alagoas, pelo seu compromisso com a coisa pública, sua retidão de caráter e sua liderança a nível nacional.

Pílulas do Pedro

O ministro Pazuello, o mesmo que que passeou, sem mascaras, em um Shopping, não compareceu à CPI para não aglomerar. Cínico e medroso.

Renan Calheiros, como se esperava é o grande protagonista da CPI da Covid. Conhece do regimento e das manhas do Senado.


Pedro Oliveira por Pedro Oliveira

Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão,  membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.

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