Para Refletir:
“Daqui a pouco vai ter senador convidando para depor o técnico da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo”. (Renan Calheiros/Relator da CPI do Covid).
Um palácio do Planalto cheio de pecados e culpas está apavorado com o andamento da CPI da Covid, que se vai caminhando no Senado Federal , a cada dia escancarando verdades que deixam seus ocupantes em pânico e um presidente que ao ver reveladas suas mazelas, seu negacionismo e o despreparo para exercer até o cargo de síndico de prédio suburbano. Os trabalhos da comissão estão apenas iniciando e a cada dia surgem fatos e relatos que provam o que sempre se soube, mesmo alguns não querendo admitir: Jair Messias Bolsonaro é o maior engodo da história política brasileira.
A tropa de choque do presidente tem se movimentado com afinco nos entornos da CPI e dentro da própria comissão para amenizar os danos que a cada dia alimentam a “bomba” no colo do mandatário. São denúncias contra membros da CPI, arrancadas a fórceps de dento da PGR, ganhando fôlego até mesmo contra caciques da oposição que não estão fazendo parte do colegiado, apenas como poder de pressão.
O senador Renan Calheiros, o temido relator da CPI, lidera o avanço das investigações e se tornou o grande vilão para o Palácio do Planalto. O relator é quem mais entende de regimento no Congresso Nacional, com uma gigantesca liderança entre seus pares e a figura capaz de grandes articulações, fato já provado e comprovado.
Bolsonaro está com medo e há sinais eloquentes disso, então começa a fazer insinuações intimidatórias. O fantasma do impeachment está começando a povoar a cabeça de Jair que se vê “desamparado” politicamente, a não ser por uma rede de fanáticos. Ele quer e prenuncia, mas dificilmente as forças Armadas embarcarão nos devaneios e nas exorbitâncias presidenciais. Se tiver que morrer, morre só.
Governo que faz
Em tempos da pandemia, restrições impostas para evitar propagação do vírus e arrecadação em queda em todo o país, os estados procuram, se adequar à realidade e com medidas buscam soluções difíceis de encontrar. Muitas das administrações estão com uma ou mais folhas de pagamento em atraso à espera de dia melhores, o que não está nada fácil de acontecer. Em Alagoas, o governador Renan Filho, sensibilizado com a crise que passa o funcionalismo público, conseguiu, à duras penas, trazer o pagamento dos servidores para dentro do mês, fato não acontecido desde gestões anteriores. Agora surpreende com um fato auspicioso e inédito em todos os estados da federação: já mandou para a Assembleia Legislativa mensagem concedendo aumento de 4,52 por cento a todos os servidores estaduais, percentual a ser incorporado aos salários já neste mês de maio. Nada é impossível para quem quer e sabe fazer.
Reeditando o Mensalão
Para completar o inferno astral do presidente Bolsonaro e sua trupe já circula nos corredores do Congresso a proposição de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito , com o objetivo de apurar o escândalo que surge com o nome de “Bolsolão” , com muita semelhança a outros ocorridos anteriormente em outros governos, com a abominável compra de votos de parlamentares na aprovação de pautas e proteção do presidente. O esquema, revelado pelo jornal Estadão, indica que parlamentares governistas foram beneficiados por um chamado “orçamento paralelo”.
Segundo o jornal, cerca de R$ 3 bilhões foram liberados para obras e máquinas agrícolas indicadas por deputados e senadores.
“A criação de orçamento paralelo com execução condicionada à indicação de parlamentares que votam com o Governo configura verdadeira compra de votos e fere gravemente a autonomia do Poder Legislativo e a separação de poderes assegurada na Constituição”, diz o requerimento apresentado pelo deputado Ivan Valente (Psol/SP)
De acordo com o Estadão, o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) também angaria apoio para tentar instalar uma CPI do Bolsolão no Senado.
Crime gravíssimo
Em depoimento à CPI do Covid no Senado, o presidente da Agência Nacional de Vigillâcia Sanitária (Anvisa), Antonio Barras Torres disse que participou da reunião para a mudança da bula da Cloroquina , remédio defendido para o tratamento da covid-19 pelo presidente Jair Bolsonaro , mas sem eficácia comprovada. O ex-ministro Mandetta já havia feito a denúncia em seu depoimento na comissão.
De acordo com Barra Torres,
a médica Nise Yamaguchi, defensora
do medicamento e, de acordo com o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, conselheira
“paralela” do presidente Bolsonaro sobre a pandemia, foi quem apresentou na
reunião o documento de mudança da bula do medicamento.
“Só quem pode modificar uma bula é a agência do fabricante de origem. O
laboratório precisa pedir na agência regulatória do país”, disse o presidente
da Anvisa.
Maceió à frente
Mais uma vez Maceió se destaca na vacinação contra a covid-19 ao ser a primeira capital do país a concluir a vacinação de pessoas com comorbidades. Integrantes do grupo prioritário a partir dos 18 anos foram vacinados nos oito pontos distribuídos pela cidade.
Entre as medidas tomadas pela Prefeitura estiveram a ampliação da Central Municipal da Rede de Frio, contratação e capacitação de profissionais, Corujão da Vacina, vacinação 24 horas e distribuição de postos de vacinação por toda a cidade.
“Nossa prioridade é salvar vidas e nós sabemos que a vacina cumpre essa missão. Por isso, não estamos medindo esforços e somos referência em todo o país, por conta das medidas tomadas e do ritmo de imunização da nossa população. Aqui é a vacina chegando e a gente já iniciando a vacinação”, reforçou o prefeito.
Pílulas do Pedro
Estudante de medicina, furar fila da vacina é fato marginal e criminoso, punível com prisão.
O deputado que ousa propor o título de Cidadão Alagoano, para o presidente Bolsonaro, falta com o respeito e não merece também respeito do povo.
Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão, membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.