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18/09/2021 às 19h05

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Porque esquerda e centro poderão perder

PARA REFLETIR

“O comportamento belicoso e desestabilizador de Bolsonaro, configura método já visto em outros ladridos ditatoriais. Ele vive o desespero de estar em processo irreversível de baixa popularidade”. (Senador Renan Calheiros).

Porque esquerda e centro poderão perder

Os atos do último domingo deram uma mostra evidente da fragilidade de um movimento centrista com o objetivo de enfrentar o presidente Jair Bolsonaro e “apeá-lo” do poder.

Movimentos de centro e de direita tentaram  turbinar seus protestos , confiantes em que a bizarra tentativa presidencial de emparedar o Poder Judiciário faria a classe média que apoiou em parte a rua de 2013 e a tomou em 2016 voltasse a dar as caras. Fracassou, como qualquer pessoa com visão razoável perceberia ao examinar as imagens da avenida Paulista. Isso para não falar no vazio no resto do país. A presença das maiores lideranças de uma possível terceira via, a exemplo de Mandetta, Ciro Gomes, Amoedo e Dória não conseguiu atrair o povo para a manifestação.

Ao olhar esses nomes não encontramos um sequer, com musculatura eleitoral para competir com Lula ou Bolsonaro, mas atrapalha um bocado. A impossível união dos partidos de centro e de esquerda que poderia levar a uma vitória no primeiro turno, está descartada. Se Bolsonaro segurar seus arroubos de ditador de republiqueta, parar com confrontos com os poderes e mantiver um relacionamento republicano (o que não é fácil) poderá sim, conquistar o segundo mandato, mesmo que seja um desastre para o país.

Mirando Bolsonaro

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, defendeu a união entre os Poderes para enfrentar a crise sanitária e econômica. Segundo ele, é obrigação de todos trabalhar em sintonia para acabar com a pandemia, diminuir o desemprego e solucionar os problemas relacionados aos precatórios, que podem afetar os investimentos públicos e o teto de gastos.

“Toda instituição republicana ou Poder só existem para servir ao País. Temos a obrigação neste momento de trabalhar em sintonia para acabar com a pandemia, diminuir o desemprego, solucionar os precatórios, que podem afetar os investimentos públicos”, afirmou Lira, por meio de suas redes sociais.

Ele reafirmou que não é o momento de desarranjos institucionais e disse esperar que a nota oficial do presidente Bolsonaro seja uma oportunidade de recomeço de conversas para estabilização da política brasileira.

Brasil, à procura de um líder

Sempre leio, com muita atenção, os textos da jornalista, Letícia Borges. Esse em especial que me mandou o colega Vanildo Mendes, outro craque do jornalismo brasileiro, radicado em Brasília. Ela faz uma análise cruelmente verdadeira da situação política brasileira e da falta de alguém com capacidade de assumir o protagonismo ou o surgimento de um nome de referência nacional. Tenho essa mesma visão e acho que também a maioria dos brasileiros. 

Onde estão as verdadeiras lideranças do país? Aquelas que as pessoas paravam pra ouvir, nas tribunas da Câmara e do Senado?  Não se fala mais em reserva moral, expressão antiga para se referir a algum político – ou um magistrado, por exemplo – acima de qualquer suspeita.

Vez por outra, repete-se uma frase de Ulysses Guimarães. E ele está morto há quase 30 anos. É como se, depois daquela geração – de Mário Covas, Tancredo Neves, Franco Montoro, Teotônio Vilela, Paulo Brossard, entre outros – não haja ninguém mais digno de citação.

Eles já não eram jovens quando veio a redemocratização do país. De lá pra cá, a impressão que se tem é que não se construiu uma nova geração de políticos que vão além de sua base eleitoral. Poucos ultrapassam as fronteiras de seus estados.

Brasil, à procura de um líder II

Estudiosos haverão de se debruçar sobre o tema. Alguns já o fazem. Mas é impressionante que, por onde se olhe, não há um só nome que tenha o status de liderança minimamente acima de um grupo.

Olhando para o Congresso, especialmente esta última legislatura, os parlamentares se destacam pela defesa de interesses corporativos dispersos e são majoritariamente fisiológicos. Qual o grande orador ou o exímio articulador? Quem são os líderes partidários conhecidos fora dos Salões Verde e Azul? Já fiz essa pergunta diversas vezes aqui na coluna e nas redes sociais.

Nem mesmo os presidentes das duas casas merecem, ao menos até agora, uma referência maior. Fora do Congresso, pode-se olhar para as reuniões de representantes de partidos que discutem seja o impeachment, seja uma opção eleitoral fora do Lula x Bolsonaro (aliás, dois “cases” sobre liderança: um que não deixou ninguém crescer; o outro, um ponto fora da curva, que não agregou ninguém ao seu redor, além dos filhos e uns poucos militares mais bajuladores).

O dia “D” da CPI

O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros, já definiu o próximo dia 24 para a entrega do relatório da comissão, aguardado com grande expectativa. Para ele, embora a CPI já esteja “na reta final”, ainda há tempo para avançar nas investigações e depoimentos, com possíveis novos convocados.

Renan foi questionado se a necessidade de novas audiências e depoimentos mudaria a previsão dele de apresentar o relatório da CPI na data prevista.

Não, não muda. Eu tenho me esforçado para compatibilizar estas questões novas da investigação que virão à tona e certamente serão investigadas, mas neste prazo. Estou fazendo coisas simultâneas: estou querendo avançar na investigação, estou estudando bastante as informações que chegam e vamos, a partir de agora, formatar verdadeiramente aquilo que será o relatório final”.

A prudência do governador

As tratativas para as composições políticas, com vistas às eleições do próximo ano, estão ainda muito emperradas em Alagoas. O governador Renan Filho está cauteloso e não pode dar um passo fora do tom. Sabe do seu potencial e não confia, plenamente, em qualquer um para deixar no seu lugar. Se até o prazo fatal não achar essa via de confiabilidade pode ficar no cargo até o final do mandato. Sabe que é o maior eleitor das próximas eleições com cacife para eleger governador e senador. Confiança em política é algo “camaleônico”, e Renan Filho, mais do que ninguém sabe disso. O tempo e o compasso quem dará é ele mesmo. “Prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém”.

Pílulas do Pedro

Deputado estadual não pode legislar sobre alíquotas de impostos estaduais. Mas eles o fazem só para aparecer.

A CPI do Covid está para acabar. Vai parir um rato ou um gato? 


Pedro Oliveira por Pedro Oliveira

Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão,  membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.

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