PARA REFLETIR -Encontrou-se, em boa política, o segredo de fazer morrer de fome aqueles que, cultivando a terra, fazem viver os outros. (Voltaire)
O crime de ser mulher
“Nós só conseguiremos alcançar a fraternidade, a solidariedade e a igualdade de oportunidades, quando nós, mulheres, deixarmos de andar atrás dos homens, para juntas com os homens, nos tornarmos protagonistas da história da humanidade” – a frase é da senadora Simone Tebet, pronunciada no plenário do Senado Federal.
Simone é mulher, mãe, professora universitária, com uma grande visibilidade política e pré-candidata a presidente da República. O machismo impiedoso aflorou dentro do seu próprio partido (MDB) com uma ala buscando impedir sua candidatura. Simone confrontou a política num país onde os donos do poder sustentam um sistema de dominação patriarcal.
A mulher parece estar sempre fora do lugar quando o assunto é política. Foi assim com Dilma Rousseff, Marina Silva, Heloisa Helena, Manuela D’Ávila e tantas outras. O Brasil é um dos países menos igualitários do mundo quando o assunto é mulher na política.
O partido Cidadania, foi parido do antigo PPS e abortado de uma decisão oportunista de parte da executiva nacional do Partido Comunista - Seção Brasileira da Internacional Comunista (PCB) de dissolver o partido e fundar um novo. Nunca teve protagonismo por aqui, onde apostou nas composições vantajosas.
Em todas as eleições anteriores esteve ao lado sempre dos prováveis vencedores, satisfazendo a manutenção de seus dirigentes com cargos e benesses na administração pública.
Dois oportunistas
O ex-juiz Sérgio Moro nunca me enganou e repeti isto muitas vezes durante o seu “reinado” na Operação Lava Jato até a compra de sua dignidade, por Bolsonaro, com a promessa de um cargo que perdeu por mau comportamento.
Defenestrado por partidos políticos e após fraudar o domicílio eleitoral em São Paulo, se agregou em uma candidatura mambembe no Paraná, traindo o senador Álvaro Dias, que o apoiou. Sua mulher, Rosangela Moro, sai candidata a Deputada federal por São Paulo. Não passam de dois oportunistas.
Compra de votos
O delegado Thiago Prado pré-candidato a deputado estadual ocupou as redes sociais para denunciar a desenfreada compra votos nos vários redutos eleitorais de Maceió.
Na verdade, não trouxe nenhuma novidade. Na capital os tais “cadastros do voto” são velhos conhecidos dos candidatos e também da Justiça Eleitoral, que nunca fez nada para coibir.
Aras blindando Bolsonaro
Como era de se esperar o procurador geral da República, Augusto Aras, ao pedir o arquivamento de sete, das dez proposições de indiciamento contra o presidente da República, propostos pela CPI da Covid deixa em aberto apenas três ações de crime, inclusive beneficiando alguns de seus aliados.
A decisão equivocada de Aras deixou vários senadores irritados e já há a proposição de convocar o PGR para depor no Senado e explicar seus atos que livra Bolsonaro de crimes cometidos durante a pandemia.
O crime compensa
O ministro alagoano Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), restabeleceu os direitos políticos do ex-governador do Rio Anthony Garotinho, que foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em 2018, por supostamente ter participado de esquema de desvio de R$ 234,4 milhões de recursos da Secretaria de Saúde.
Também em outra sentença “caolha” restabeleceu os direitos políticos do ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, preso por improbidade administrativa.
Ambos serão candidatos nas próximas eleições e com muito dinheiro pra gastar. Aqui o crime compensa.
Somos os piores
Nos números da Justiça Eleitoral nós alagoanos somos, vergonhosamente, os campeões do analfabetismo no país, com um percentual de 10,52%, quando a média nacional é de 4,07%. Aproximadamente 244.677 eleitores no estado, não sabem ler e escrever.
Esses números contrariam muito as comemorações do ex-secretário de Educação, Rafael Brito (o tio Rafa) - candidato a deputado, de que a Educação avançou em sua gestão. Avançou sim, mas não tanto.
Pílulas do Pedro
Eleição em Alagoas está mais enrolada que carretel. A cada dia surge lances diferentes e inesperados.
Governador Paulo Dantas tem gasto muita sola de sapato e vai mantendo protagonismo se distanciando dos demais candidatos.
Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão, membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.