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20/10/2024 às 14h00

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O tempo do prefeito

Assessoria


Para refletir De um especialista: “o cadastro para compra de votos em Maceió, elegeu metade dos vereadores”. São profissionais, ninguém os pega.

O tempo do prefeito

Um dia após a eleição o prefeito JHC surpreendeu ao chegar no gabinete e pedir um mapa de Alagoas. Em seguida ordenou para imediatamente, uma relação com prefeitos eleitos e derrotados, com a respectiva votação, além de vereadores de todos os municípios. Ordens atendidas, trancou as portas e em algum momento mandou chamar a secretária de comunicação, Eliane Aquino, com a qual ficou por vinte minutos e dez segundos. Demorou por cerca de quatro horas, deu e recebeu alguns telefonemas e ao sair, levando seus mapas e marca textos, o seu semblante era só felicidade.

Logo chegará o tempo de construir alianças e apoios importantes. O prefeito já mostrou sua competente estratégia no tabuleiro da política, com o resultado vergonhoso para seus adversários   em Maceió. Em cada município que passar, irá deixar uma boa impressão, com seu perfil carismático, papo reto, poder de convencimento e Maceió como vitrine para mostrar do que é capaz. Isto se for candidato. (A história é fictícia, mas muito próxima do real).

Emendas PIX

Quem ainda não entendeu o apego dos políticos às chamadas emendas Pix – quando o dinheiro vai direto para o caixa dos municípios – deve olhar o resultado da última eleição. Das 174 cidades que, segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU), mais receberam esse tipo de recurso, 94% reelegeram seus prefeitos ou deram a vitória aos candidatos apoiados por eles. A taxa de reeleição nessas localidades ficou bem acima da média nacional de 81,4% registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que já é recorde. As emendas Pix estão na mira do Supremo Tribunal Federal (STF), que exige mais transparência por parte do Legislativo.

Post-mortem

Passava um pouco das 18h, do dia 6 de outubro de 2024, quando os sinos da catedral de Nossa Senhora do Amparo, em Palmeira dos Índios começaram a badalar, mas não era como de costume saudando “a hora do ângelus”, mas um melancólico “post-mortem”. 

Alguns católicos ficaram sem entender aquele som e saíram à procura de informação, que logo se confirmou: era a morte da própria cidade. Uma morte anunciada e prevista. “La città è morta”. Depois de quase oito anos de uma administração forjada na mentira, na destruição de seu patrimônio histórico e cultural, no sucateamento.

De olho nos votos

Reeleito com 78% dos votos válidos no primeiro turno, o jovem e habilidoso prefeito do Recife, João Campos (PSB), disse que a centro-esquerda precisa ter uma melhor preparação para as disputas eleitorais. “Nos grandes conflitos ideológicos de esquerda e direita, há questões que são valorosas para os dois campos, mas que, na prática, não são a essência das demandas do dia a dia de uma cidade.” Em tempo: Campos, ao que parece, já começou a tocar sua candidatura ao governo de Pernambuco.

Vai fazer falta

Essa nossa legislação eleitoral é mesmo uma piada. O jovem e corajoso vereador João Catunda, foi eleito na eleição de 2020, com 3768 votos. Desempenhou um mandato ativo, sendo em alguns momentos o grande protagonista do Legislativo Municipal. Atuante, no plenário e no cotidiano, defendeu causas de várias categorias, fiscalizou e cobrou ações do Executivo, denunciou chefetes da política. Pelo seu trabalho obteve 5664 votos e mesmo assim não foi eleito. Uma pena, desfalcou o poder, mas ainda poderá chegar lá.

PDT uma vergonha

Sob o comando do vice governador Ronaldo Lessa aconteceu com o PDT o previsível desde sempre. O constrangimento de votações humilhantes para os seus principais candidatos. João Folha, o preferido de Lessa só conseguiu 1896 votos e o ex-prefeito Cicero Almeida, outrora campeão nas urnas, obtendo menos ainda 1793. Almeida anunciou que não disputa mais eleição. O Folha (murcha) deveria fazer o mesmo. Não lhe cabe destino ou vocação política. 

Fernando Collor

O início do jovem Fernando Collor na política foi muito aquém daquilo que poderia ter acontecido. Faltou estratégia e profissionalismo. Eu mesmo só soube uma semana antes da eleição. Contra ele estavam o tempo curto e a falta de visibilidade. Teve o apoio explicito do tio, mas até a mãe não se empenhou para ajudá-lo. O menino tem destino e vocação política. Só precisa aprender com o tio Collor, o caminho das pedras. 

Quer aparecer

Parece o ministro Flávio Dino (STF) está sentindo falta do palco das celebridades, quando era o mais notado no governo do presidente Lula. Virou ministro do STF, e agora, de toga, a conversa é outra. Tem sido até deselegante com deputados e senadores. Dino é acusado, pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, de não cumprir o acertado entre os três poderes, sobre essa pauta. O Dino não admite ser apenas mais um, na sua atividade política e agora na Justiça, ele quer ser o “cara”. A vaidade é a tia da burrice.

Pílulas do Pedro

Ninguém me ama. Em todo o país, mais de 1,6 mil candidatos a vereador não receberam sequer um mísero voto. Ou seja, nem o próprio.

Há quem diga que Rafael Brito já culpa alguns caciques, por ter sido jogado às feras, com o humilhante resultado da eleição. – “Não foi isso o prometido” - teria dito reservadamente. 


Pedro Oliveira por Pedro Oliveira

Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão,  membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.

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