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13/10/2025 às 21h40

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O confronto


PARA REFLETIR

“Em política, a comunhão de ódios é quase sempre a base das amizades”  (Charles Tocqueville)

O confronto

O embate entre Renan Calheiros e Arthur Lira volta a expor a profunda divisão na política alagoana e no Congresso. O projeto de lei que altera o Imposto de Renda reacendeu as tensões entre o Senado e a Câmara. Renan defende ajustes para proteger a classe média e equilibrar as contas públicas, enquanto Lira pressiona por uma aprovação, sob influência do Planalto e de setores empresariais. O confronto é mais que técnico é político, e reflete a disputa por protagonismo e poder entre duas das maiores forças de Alagoas e de Brasília

Fundo eleitoral, imoral e engorda

O Fundo Eleitoral é uma afronta ao princípio da moralidade pública. Criado sob o pretexto de fortalecer a democracia, tornou-se um instrumento de privilégios e desperdício. Em um país onde milhões vivem na miséria, destinar bilhões de reais para campanhas políticas é uma indecência institucionalizada. Recursos que poderiam financiar escolas, hospitais e segurança são desviados para alimentar o marketing de candidatos. O fundo perpetua os poderosos e desestimula a renovação política. É imoral porque transforma o voto em negócio, o cidadão em figurante e o dinheiro público em ferramenta de autopromoção. Nenhuma democracia se sustenta com tamanha hipocrisia.

Esse eu conheço

Conheço Tarcísio de Freitas, com o qual tive alguns contatos, quando ele era ministro da Infraestrutura e eu presidente do Conselho de Administração da Valec, empresa estatal vinculada a pasta. Não passa de um espertalhão debochado, se acha ungido por Deus e seu entorno é promíscuo. Aproveitou um momento, enganou Bolsonaro e aos paulistas. Não vale o que o gato enterra.

De mala e cuia

Não pretendo passar o período eleitoral em Alagoas e caminho para abrir possibilidade de permanecer mais tempo em Brasília, onde já exerço algumas atividades. Nada tenho contra os prováveis candidatos, mas não desejo escolher um lado e me envolver na contenda, que promete ser ferrenha. Estarei de olho e opinando quando preciso.

Sem pizza

A Comissão Parlamentar de Inquérito do INSS parece fugir ao roteiro previsível das demais, que terminam em “pizza”. Sob a relatoria do deputado Alfredo Gaspar (União-AL), o clima é de investigação pra valer. Gaspar, ex-procurador-geral de Justiça e ex-secretário de Segurança Pública, tem perfil técnico e pulso firme, atributos raros em comissões marcadas por acordos políticos e blindagens seletivas. E ele deixou claro, “não há intocáveis e quem errou, pagará”. O foco é desvendar fraudes bilionárias e descontos ilegais em aposentadorias e pensões, um escândalo que atinge o coração do sistema previdenciário brasileiro.

Patrimônio dilapidado

O governo do estado cedeu em comodato, alguns prédios para instituições privadas que não cumprem com as finalidades contratadas. O maior exemplo é a sede do Sindicato dos Jornalistas, que por descaso de suas sucessivas diretorias, veio se degradando e hoje está em estado inabitável. A entidade se aloja em salas de um outro Sindicato, enquanto o imóvel recebido vira escombros.

Vaga garantida

O senador Renan Calheiros é exímio na matéria política e não é por acaso que carrega nas costas décadas de mandatos sucessivos de deputado estadual, federal e senador, presidente do Congresso por quatro vezes e se mantem como o dono do maior potencial de votos no interior de Alagoas.  Na briga eleitoral do próximo ano uma vaga no Senado é sua e a outra que briguem, os seus pretendentes.

Mourinha nas urnas

Conheci Claydson Mourinha nas eleições de 1994, ainda um menino inteligente, fazendo política como gente grande. De lá pra cá enveredou para pelo campo da ciência e prática no mundo dos votos. Com seu trabalho e expertise emplacou muitas vitórias e elegeu candidatos. Na gestão, joga em qualquer posição e já se mostrou um “solucionador”, por onde passa resolve. Já está na hora de ser testado nas urnas.

O que teremos?

Apesar dos supostos mistérios sobre os nomes que disputarão as eleições, no próximo ano, veremos desfilar na passarela os mesmos dos mesmos. Os caciques da tribo estarão na linha de frente, levando a reboque a família e agregados políticos para apresentar como candidatos. Ao povo resta votar, sem direito de se arrepender.

Pílulas do Pedro

A falta de opções verdadeiras nas urnas, tem levado o eleitor a um beco sem saída: votar por exclusão, não por convicção. Quando a democracia oferece poucos nomes e muitos vícios, o voto deixa de ser um ato de esperança e se torna uma escolha entre o “menos pior”. 


Pedro Oliveira por Pedro Oliveira

Jornalista e escritor. Articulista político dos jornais " Extra" e " Tribuna do Sertão". Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão,  membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.

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