O Palácio do Planalto arrumou um pretexto contra a possível indicação do senador alagoano Renan Calheiros (MDB) para a relatoria da CPI da Covid, no Senado Federal.
O senador Marcos Rogério (DEM/RO), a pessoa que o presidente Bolsonaro quer “fazer” relator desse processo, já escancarou suspeição sobre o fato de Calheiros ter laço sanguíneo com o governador de Alagoas, Renan Calheiros Filho.
É que a CPI também passará o “pente fino” nos repasses enviados pelo governo federal aos estados.
“Eu não gostaria de ver o Flávio Bolsonaro relatando a CPI. Agora, do mesmo jeito que eu acho que não é ideal o filho do presidente ser relator, o filho ou o pai de algum possível investigado, ainda que indiretamente, não é adequado. Lado político todo mundo tem. Agora, vínculo sanguíneo é algo que acho que vai um pouco além disso”, bradou o senador bolsonarista.
Marcos Rogério, inclusive, já conversou com Omar Aziz (PSD-AM), cotado para presidir a comissão, e se colocou à disposição para assumir um dos cargos de comando.
A propósito, há outro senador na comissão com “laço sanguíneo “com um dos governadores. Jáder Barbalho (MDB/PA), que será um dos suplentes na CPI, é pai do governador do Pará.
Só uma dúvida: já que “laço sanguíneo” é suspeito, por que aceitaram na CPI dois senadores que são pais de governadores? Se estão no jogo, não é para jogar?
A política no Brasil está sempre pelo avesso.
Misericórdia!
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