O presidente Jair Bolsonaro tentou até onde pode construir uma ponte entre ele e o relator da CPI da Covid no Senado, Renan Calheiros.
Recorreu ao ex-presidente José Sarney e conta-se nos bastidores que até o filho do senador, governador de Alagoas Renan Filho, foi procurado pelo Planalto para trabalhar essa aproximação.
Não deu certo e agora Bolsonaro soltou seu ministro “boca-dura”, Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral), para coordenar a força-tarefa do governo na CPI. O presidente aposta na experiência de Lorenzoni em outras CPIs e no seu conhecimento político sobre o congresso nacional e, em especial, sobre o senador Renan Calheiros.
Integrantes do G7, o grupo majoritário na comissão, ironizam a decisão de Bolsonaro de dar mão forte a Onyx. Avaliam que o ministro está mais próximo do banco de depoentes da CPI do que da coordenação da bancada governista.
Onyx afirmou numa entrevista que é inútil recorrer ao isolamento social para refrear a propagação do coronavírus: "Alguém consegue impedir que nas áreas urbanas o passarinho, o cão de rua, o gato, o rato, a pulga, a formiga, o inseto, que eles se locomovam? Alguém consegue fazer o lockdown dos insetos? É obvio que não. E todos eles transportam o vírus. Não são contaminados pelo vírus, mas podem transportar o vírus."
O raciocínio, por risível, converteu Onyx num personagem sanitariamente anedótico, já escreveu o jornalista Josias de Souza sobre o episódio.
O fato é que Bolsonaro acha que sua defesa nesses dois dias na CPI vai mal e quer mudar o cenário.
Uma missão praticamente impossível diante das graves e fatais consequências da omissão do governo federal na aquisição de vacinas e no negacionismo de medidas restritivas contra o coronavírus desde o início da pandemia.
Aguardemos a “mão forte” de Lorenzoni na condução governista dentro da CPI.
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