Um chefe pergunta a uma funcionária se ela se masturba, tenta invadir sua privacidade questionando sobre a convivência dela em casa, a chama de “cadelinha”, fala de sua própria intimidade com a esposa e acha que tudo isso é apenas uma brincadeira “inadequada”? A constrange ao ponto de ela buscar ajuda junto a outros diretores da empresa para poder sair da sala dele, e a justificativa de sua defesa é que ele “nunca” se aproximou fisicamente dela? E ainda a critica porque em vez de receber pelo silêncio ela decide denunciá-lo?
A nota de Rogério Caboclo sobre a denúncia de assédio a uma funcionária é tão esdrúxula quanto o próprio comportamento dele com a funcionária. Ela esperou três meses para fazer a denúncia? Ora, tem mulheres todos os dias sendo assediadas em seus locais de trabalho e que nunca criam coragem para denunciar os assediadores. Por que? Porque é a sua palavra contra a dele na maioria dos casos, é porque é uma humilhação que constrange, é porque é uma exposição que dói.
É evidente que a conversa gravada não foi o único momento de tentativas de assédio de Caboclo a sua funcionária. Mas é óbvio que a gravação foi uma prova inteligente, corajosa e fundamental nesse episódio e cabe à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que afastou Rogério Caboclo temporariamente da presidência da entidade, que o puna com o afastamento definitivo, e que a justiça seja capaz de fazer o assediador entender que suas “brincadeiras inadequadas” em ambiente de trabalho e fora dele, não cabem mais em nosso mundo.
Solidariedade à funcionária da CBF e a todas as mulheres assediadas constantemente em seus locais de trabalho.
Em tempo: que a punição seja adequada para Rogério Caboclo.
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