O Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgou ontem um boletim atestando que ainda é alto o índice de transmissão do novo coronavírus no Brasil. Segundo o documento, um ano e três meses depois da chegada do vírus ao país, apesar do início da vacinação, o cenário ainda é preocupante, pois a contaminação permanece em níveis elevados.
Os cientistas afirmam que o “Brasil é hoje um dos epicentros da pandemia no mundo em termos de gravidade”. A análise leva em conta, também, a taxa de óbitos do país por milhão de habitantes, que hoje é 4,7 vezes maior do que a global. “Se no mundo temos uma taxa de 497 óbitos por milhão de habitantes, no Brasil atinge 2.364 óbitos por milhão de habitantes”, aponta o boletim.
Parte do documento destaca, ainda, a velocidade com que o país passou a contabilizar 100 mil óbitos desde o início da pandemia. Para alcançar os primeiros 100 mil e 200 mil óbitos, foram necessários intervalos de cinco meses. Depois disso, mais 100 mil mortes foram contabilizadas em dois meses e meio e, em 24 de março, o Brasil atingia a marca de 300 mil vidas perdidas. Para passar de 300 mil para 400 mil mortes, foi preciso pouco mais de um mês.
“Na sequência, em apenas um mês e 23 dias (entre 29 de abril e 19 de junho), foram contabilizados mais 100 mil óbitos, chegando à triste marca de 500 mil. A velocidade de ocorrência de óbitos se mantém com números extremamente altos, o que descreve a situação crítica que o país ainda vive”, dizem os especialistas.
Para mudar o cenário, os pesquisadores reforçam a necessidade da adoção de medidas não farmacológicas junto com a aceleração da vacinação. “A comunicação clara, objetiva, confiável e sem contradições entre os governantes é fundamental para manter a confiança da sociedade, sua adesão às orientações e engajamento para reforçar intervenções locais que ajudem a minimizar os impactos da pandemia”, indicam.
Bem, aí é que mora o problema.
A adoção de medidas não farmacológicas, a aceleração da vacinação e uma comunicação a favor da ciência só funcionariam se fossem uma determinação do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Coisa que está longe de acontecer.
Bolsonaro se mantém aliado do coronavírus, custe o que custar, doa a quem doer, morra quem morrer.
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