Numa coisa, Bolsonaro e Lula concordam plenamente: não querem uma terceira opção na disputa presidencial de 2022. Ambos sabem que a polarização ajuda os dois e se unem para combater quem ouse ser o que se chama “terceira via” para essa briga de direita contra esquerda.
Em entrevista a uma emissora de rádio, ontem, 20 de julho, Bolsonaro já descartou qualquer sobrevivência eleitoral de um terceiro concorrente: “Não existe terceira via, não vai dar certo, não vai atrair a simpatia da população”. Por sua vez, Lula, à outra rádio, desafiou: “o que tem de um lado é democracia e do outro é fascismo. Quem está sem chance usa de desculpa a tal da terceira via. Seria importante que todos os partidos lançassem candidato e testassem sua força”.
Unem-se para combater, com desdém, o mesmo inimigo.
Lutando para ser essa terceira via através do PSDB, dois governadores reagiram a essas falas.
“O sonho do Lula é disputar eleição apenas com o Bolsonaro. O sonho do Bolsonaro é disputar eleição apenas com o Lula. E o sonho dos brasileiros é que os dois percam a eleição. Não adianta serem contra, a melhor via devolverá a esperança aos brasileiros”, rebateu João Dória, governador de São Paulo.
“Ninguém chuta cachorro morto. Se não existe terceira via, não sei porque Lula e Bolsonaro estão se preocupando. Depois do tanto que já nos foi roubado, querem agora roubar a nossa esperança”, disse Eduardo Leite, governador do Rio Grandes do Sul.
Uma coisa é certa, o que se precisa, mesmo, é de um projeto de Brasil que una os brasileiros e não que os separe entre mitos de direita e de esquerda com intolerância nos discursos e agressividade nas ideologias.
Entre Bolsonaro e Lula, seria o petista quem poderia dar uma lição de democracia em favor desse projeto. Não dá. Seu projeto continua sendo o de poder, unicamente.
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