O presidente, vice-presidente, futuro presidente e todos os ex-presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde a redemocratização do país, assinaram nota segunda-feira, dia 3 de agosto, atestando que a urna eletrônica é auditável em todas as etapas do processo eleitoral: antes, durante e depois.
Diz trecho da nota: “A Justiça Eleitoral, por seus representantes de ontem, de hoje e do futuro, garante à sociedade brasileira a segurança, transparência e auditabilidade do sistema. Todos os ministros, juízes e servidores que a compõem continuam comprometidos com a democracia brasileira, com integridade, dedicação e responsabilidade”.
Óbvio que é uma resposta clara ao discurso irresponsável do presidente Jair Bolsonaro, com ideia fixa na impressão do voto, como se isso garantisse qualquer ordem no procedimento eleitoral.
Não garante, ao contrário, será mais uma despesa pública inútil em nome de uma transparência eleitoral cujo pecado antecede em muito a votação. Está no casuísmo da lei eleitoral que desiguala oportunidades nas campanhas eleitorais, na definição das regras para cálculo do coeficiente eleitoral nas candidaturas proporcionais, nas referências para tempo de rádio e TV nos programas gratuitos eleitorais das majoritárias; nas regras para participação em debates eleitorais durante a campanha...
E, claramente, no silêncio dos órgãos fiscalizadores às campanhas antecipadas, compra de votos e redutos históricos dos chamados eleitores de “cabresto”.
Ou seja, a impressão do voto eletrônico depois do pecado cometido não significa nenhuma penitência real no sistema eleitoral brasileiro.
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