Prestes a concluir seu trabalho, a CPI da Covid no Senado aprova a convocação de Ana Cristina Valle, ex-esposa de Jair Bolsonaro e mãe do quarto filho do presidente. O que isso significa? Na prática, nada.
A motivação da convocação: a relação dela com o advogado Marconny Albernaz Faria, lobista da Precisa Medicamentos, empresa que fechou contrato bilionário com o Ministério da Saúde para vender vacinas.
Faria teria acionado a ex-mulher de Bolsonaro por duas vezes em questões relacionadas ao governo. Em uma delas, teria pedido “atenção especial” para um caso de investigação de corrupção.
Outra prova da relação de Ana Cristina com Faria, seria ela ter interferido na indicação de um nome para ocupar o cargo de chefe da Defensoria Pública da União. Digamos que ela atendeu aos pedidos do lobista. E daí? O que isso tem a ver com o que a CPI investiga? Simplesmente nada.
Ana Cristina poderá obter um habeas-corpus do Supremo Tribunal Federal que lhe assegurará o direito de ficar calada quando for ouvida, como aconteceu com o lobista.
Como seu penúltimo ato, isso em nada acrescentará às investigações da CPI.
Na visão comum, parece ter sido apenas um gesto político para provocar Bolsonaro, mas o que o país precisa dessa comissão são os culpados, se é que há, pela omissão na aquisição das vacinas, pela implantação de um chamado tratamento precoce ineficaz contra a doença, e o negacionismo que ajudou a registramosr hoje mais de 500 mil óbitos pelo coronavírus.
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