O PT calçou saltos altos com a eleição de Lula para presidente do Brasil em 2002 e nunca mais saiu deles. Nem mesmo para fazer uma autorreflexão após o impeachment de Dilma e a prisão de Lula.
E essa reflexão era necessária, independente da saída da presidente Dilma ter sido golpe, ou não, e da prisão de Lula ter sido injusta, ou não.
O PT cometeu erros e sobretudo erros na soberba da gestão, no aparelhamento de poder, no narcisismo desacerbado, na ganância de ser o “dono” do mundo em um país de tantas diferenças sociais, políticas e econômicas.
A falta da avaliação profunda do que foi o PT no governo, na parceria com outras legendas, na relação com o Congresso Nacional e o judiciário, faz com que, hoje, Lula e a cúpula do partido tendem a cometer a mesma prepotência de antes.
A fala de Lula nessa semana sobre o PSDB, revela exatamente isso:
"Um senador do PFL disse, uma vez, que era preciso acabar com a 'desgraça do PT', o Jorge Bornhausen. O PFL acabou. Agora, foi o PSDB que acabou, e o PT continua forte, continua crescendo".
Lula só esqueceu de dizer que o PT também continua arrogante.
Independente de ser verdade ou não a expressão, ela afasta mais ainda a possibilidade de os tucanos somarem com Lula contra Bolsonaro. E se Lula não sabe contar, o PSDB sabe muito bem fazer a conta de quantos tucanos podem atrapalhar o PT nas eleições deste ano, inclusive começando pelas alianças e parcerias estaduais.
A declaração de Lula ganhou reações tucanas em todo o país, mas a do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) está conectada a avaliação desse blog: “A fala revela o quanto ele (Lula) está de salto alto”.
De salto alto, Lula demonstra que nem ele e nem o PT aprenderam coisíssima alguma com a vitória de Jair Bolsonaro em 2018.
Lamentável.
Blog Político