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13/08/2018 às 08h09

Cultura

Em Paris, mostra apresenta projeções digitais de obras de Gustav Klimt

O austríaco destacou-se no movimento Art Nouveau; extravagante, é o autor do famoso “O Beijo”

The immersive exhibition ‘Gustav Klimt’ – Atelier des Lumières © Culturespaces / Eric Spiller

Dora Nunes, direto de Paris

O Atelier des Lumières, primeiro cen­tro de arte digital inaugurado recentemente (13 de abril) em Paris, já é um dos lo­cais mais comentados deste verão eu­ropeu. O local, seguindo a tendência mun­dial de espetáculos de projeção, homenageia em sua abertura o pintor austríaco Gustav Klimt em seu centésimo aniversário da morte. Trata-se de uma exposição imersiva na qual são projetadas imagens que permitem aos visitantes mergulharem no mundo do artista e visualizarem os pe­quenos detalhes de suas obras. Essa é a maior instalação deste tipo no mundo e poderá ser visitada até 11 de novembro próximo. O “Des Lumières” está localizado em um antigo prédio da capital francesa onde, em 1835, funcionava uma fundição. 

Na exposição são utilizados 120 pro­je­tores de vídeo, que cobrem uma área to­tal de 3.300 m2 de projeções, incluindo piso e paredes de até 10 metros de altura. Tudo isso com uma trilha sonora criada es­pecialmente para o evento, de Chopin a Wag­ner passando por Beethoven, Strauss e Mahler. Para contextualizar a Áustria do fim do século XIX, os visitantes passeiam através de cem anos de pintura vienense nos quais Klimt foi protagonista. A mostra inclui ainda obras de Egon Schi­ele e Friedensreich Hundertwasser, con­temporâneos e seguidores do estilo de Klimt.

De acordo com Gianfranco Iannuzzi, diretor artistico da mostra, as exposições remontam a um século de Pintura vie­nense, desde a secessão até aos dias de hoje, num “diálogo pictórico contínuo entre modelos arquitetônicos, motivos de­corativos e utopias futuristas”. Ele explica que na época, Viena adotou uma abor­dagem totalmente autônoma em relação ao resto da pintura européia, separando-se do classicismo acadêmico predominante, o que fez surgir um movimento artís­tico inteiramente original, em uma busca de criar a "arte total". A exposição criada por Iannuzzi, Renato Gatto e Massimiliano Siccardi, conta com a colaboração musical de Luca Longobardi e é produzida por Culturespaces.

Gianfranco Ianuzzi destaca que o conteúdo multimídia contém uma composição rigorosa e fluida, adaptada às es­tru­turas excepcionais e proporções do local para transformá-lo na maior instalação multimídia do mundo. “Uma panorâmica de paredes com oitenta metros de comprimento por dez de altura e superfícies de projeção cilíndricas. É um show feito sob medida”, acrescenta.

Arte descompartimentada

Bruno Monnier, presidente da produtora Culturespaces, explica que “o papel de um centro de arte é descompartimentar, e é por isso que a tecnologia digital é tão importante nas exposições do século XXI. Usado para fins criativos, tornou-se um vetor formidável para divul­gação e é capaz de criar links entre épocas, adicionar dinamismo às práticas artísticas, amplificar as emoções e alcançar o maior público possível “.

Devo acrescentar, como autora dessa matéria, que o objetivo é alcançado. Para espectadores (como eu) que estão ainda se acostumando com toda essa tecnologia - projetores a laser de alta potência, interligados por fibra ótica a uma bateria de computadores e um sistema de som espe­cia­lizado de alta qualidade que formam um contraponto da música às imagens - o resultado é uma experiência das mais emocionantes e envolventes. Entre as exposições que presenciei nos últimos tempos posso entender que a de Gustav Klimt está ‘bombando’ em Paris. É muito impactante ver - ao som Beethoven - “o beijo” mais famoso do mundo projetado nas paredes e no chão de uma antiga fundição em Paris.

Gustav Klimt (1862 - 1918)

Pintor simbolista austríaco, destacou-se dentro do movimento Art Nouveau e foi um dos fundadores do movimento da Se­cessão de Viena, que recusava a tra­dição acadêmica nas artes. Os seus maio­res tra­balhos incluem pinturas, murais, esboços e outros objetos de arte, muitos dos quais estão em exposição na Galeria da Se­cessão de Viena.  Em 1900, recebeu o "Gran­de Prêmio na Feira Mundial de Paris". Klimt foi um artista extravagante e singular, sendo sua obra mais conhecida “O Beijo” (1908). 

 A arte de Klimt é dividida em uma primeira fase que inclui obras de caráter mais histórico, e numa segunda fase, reúne obras de cunho mais decorativo e erótico. Nessa fase, a sua arte teve maior destaque. Com obras carregadas de sen­sualismo e erotismo, explorando muito a figura feminina, foi muitas vezes criticado pelos setores mais tradicionais da socie­dade da época. O uso de formas geométricas produziu retratos de mulheres se­minuas e paisagens repletos de detalhes. Além disso, uma característica marcante de suas obras foi o uso do dourado e do prateado, aproximando-o da arte bizantina.

Serviço

No Atelier des Lumières até 11 de novembro de 2018.

Endereço: 38 rue Saint Maur, 75011. Aberto todos os dias de 10h às 18h; sextas e sábados até às 22H.

Ingressos: De 9.50€ a 14.50€


Fonte: Painel Alagoas

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