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27/09/2019 às 15h00

Cultura

Artista carioca retrata a realidade dos jovens negros através da literatura, nesta sexta (27)

Papo Preto de Poesia, apoiado pelo Governo de Alagoas, também será palco da divulgação do resultado do Odo-concurso Preto de Poesia para Jovens da Periferia

Artista carioca Brenda Lima, que aos 21 anos retrata a realidade dos jovens negros da periferia através da literatura, da música e do hip Hop - André Palmeira/Agência Alagoas

A arte negra tem ganhado cada vez mais força entre os jovens das periferias de todo o Brasil, seja através do hip hop ou da literatura. Por isso, com o intuito de gerar visibilidade e conhecimento, o Instituto Raízes de Áfricas, com apoio do Governo de Alagoas, realiza nesta sexta-feira (27), às 17h, o Papo Preto de Poesia com jovens da periferia do mirante do Jacintinho.

O evento recebe o show Cantos e Encantos Ancestrais da artista carioca Brenda Lima, que aos 21 anos retrata a realidade dos jovens negros da periferia através da literatura, da música e do hip Hop. “No início, a minha arte surgia através da indignação e, às vezes, até mesmo do ódio pelo sistema, mas o que mantém minha arte até hoje é a ancestralidade”, declarou Brenda Lima.

A artista começou a escrever poesia em 2016. Um ano depois embarcou no Slam, um movimento artístico nascido na década de 80, em Chicago, caracterizado pelas batalhas de poesia falada, que há pouco tempo têm se popularizado no Brasil. “O Slam é o espaço que encontrei para falar sobre o que acontecia ao meu redor, criticar as políticas públicas do estado (Rio de Janeiro) que são falhas”, conta. 

Ela também é integrante do coletivo Poetas Favelados, onde jovens de diversas periferias cariocas se unem para realizar intervenções artísticas nos transportes públicos. “Essa questão da oralidade precisa ser bastante trabalhada nos jovens, porque constantemente nós somos silenciados. O jovem negro precisa de oportunidades e precisa estar vivos para isso, então a palavra chave é: sobrevivência”. 

“O Papo Preto de Poesia é mais uma ação para consolidar a poesia como legitimadora de espaços e tratar da identidade e pertencimento do jovem negro no universo da literatura”, contou Arísia Barros, coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas. 

O evento também será palco da divulgação do resultado do Odo-concurso Preto de Poesia Para Jovens da Periferia: "Eu, jovem preto, resisto e insisto", que premiará os três primeiros colocados das categorias:14 a 17 anos e 18 a 21 anos.

Odo-concurso Preto de Poesia Para Jovens da Periferia 

Uma realização do Instituto Raízes de Áfricas, em parceria com o Governo do Estado, o Odo-concurso reuniu 44 inscrições dos jovens negros. Foram mais de 70 poemas de todas as partes de Alagoas, dentre algumas cidades estão: Maceió, Inhapi, Arapiraca, Maragogi, São Miguel dos Campos. 

"O concurso serviu para revelar a diversidade de poesia existente em Alagoas e os meninos e meninas que mesmo não entendendo sobre a estrutura de um texto ou a gramática, conseguiram ter a coragem de se inscrever", afirmou a coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas, Arísia Barros.

Serão escolhidos 30 poemas que farão parte da antologia Odo-Livro Preto de Poesias, publicado por meio da Secretaria de Estado da Comunicação (Secom). Como o concurso também recebeu inscrições de outros estados do Brasil, como São Paulo e Minas Gerais, está sendo estudado a criação de um adendo no livro para valorizar os melhores poemas que foram enviados. 


Fonte: Agência Alagoas

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